30 Abril 2021
A já histórica capa do Extra de hoje.
É isso aí !!
Crise humanitária em São Paulo
PERFEITAMENTE
Marca de 400 mil mortes por covid simboliza fracasso do governo Bolsonaro
100 mil mortos apenas nos últimos 36 dias. A imensa maioria das mortes poderia ter sido evitada, se não houvesse um plano deliberado do governo para disseminar o vírus. Bolsonaro é o principal culpado por cada uma dessas mortes.
O general Eduardo José Barbosa soltou uma nota violentíssima contra os poderes Legislativo e Judiciário, a oposição e a imprensa. Defendeu abertamente um golpe de Estado: “Que as algemas voltem a ser utilizadas” contra o que chama de “trevas”, referindo-se à CPI do Senado que pretende apurar responsabilidades pela morte – até aqui – de 400 mil brasileiros: “Bastou a eleição de um presidente que acredita em Deus para que todo o inferno se levantasse contra ele.”
O bravo general nunca participou de uma guerra. Ganhou jogando vôlei todas as medalhas que leva no peito. Defende um presidente indefensável porque teve generosos aumentos salariais, na contramão de todo o funcionalismo. Está ansioso para mostrar coragem diante de civis presos, nus, algemados e encapuzados, com fios elétricos pendurados no corpo.
Vá à merda, general.
colocar aqui a legenda (Foto: nome do fotógrafo)
Rezas da infância, tão puras...
Um dia a gente as esquece!
Mas o bom Deus, das alturas
Ainda escuta a nossa prece...
Mário Quintana
Lino Santos
Michael Collins viajou quase 400 mil quilômetros até a lua, mas não pôde toca-la. Por 28 longas horas, ficou sozinho dando voltas no satélite enquanto seus companheiros de viagem, Neil Armstrong e Buzz Aldrin, saltitavam feito bailarinos na superfície da lua. E toda vez que a pequena espaçonave voava sobre o lado escuro da lua, ele perdia toda a comunicação com a missão, fazendo dele, conforme as próprias palavras, "o homem mais solitário na história". No diário de bordo foi escrito: "Desde Adão, nenhum ser humano conheceu a solidão de Mike Collins". Eu acho que tampouco a frustração. Mas soube lidar com ambas.
Sobre o seu papel na missão ele disse: "Sei que seria um mentiroso ou um tolo se dissesse que tenho o melhor dos três assentos da Apollo 11, mas posso dizer com verdade e tranquilidade que estou perfeitamente satisfeito com o que tenho".
Ele cumpriu com êxito a missão de pilotar a nave e pinçar no vazio os outros dois astronautas quando esses deixaram o solo lunar. O mínimo erro e teria voltado sozinho pra casa.
Tornou-se um pacifista. Costumava dizer que todo governante deveria ter a oportunidade de ver a Terra a partir da perspectiva que ele teve, um globo azul girando no espaço sem fronteiras visíveis entre os povos, e que isso talvez resolvesse boa parte dos nossos problemas.
Collins morreu ontem, aos 90, anos deixando como legado um feito extraordinário. A missão da qual fez parte era quase suicida, mas graças a ele e a todos os envolvidos, resultou em "um gigantesco salto para a humanidade".
''Na casa dos pais cabem todos os filhos, mas na casa dos filhos muitas vezes não cabem os pais.''
Trecho da matéria sobre Paulo Guedes, o pior canalha do desgoverno Bolsonaro. (O Estado de São Paulo).
"Para ilustrar a crise na educação, Guedes disse que as universidades estão em estado “caótico'. 'Paulo Freire. Ensinando sexo para criança de 5 anos. Todo mundo... maconha, bebida, droga. Dentro da universidade. Estado caótico. Eu prevejo o mesmo fenômeno para a saúde”, disse o ministro".
Weintraube deverá provar na Justiça o que falou sobre maconha e outras coisas na Universidade, O canalha Guedes também. Roberto Romano
Precisamos mudar nosso comportamento para recuperar o planeta.
Reflorestar, fiscalizar e preservar é fundamental.
Au Danemark, la loi oblige les propriétaires de grandes terres agricoles à planter 5% de leurs terres en fleurs pour les abeilles.
Na Dinamarca, a lei obriga os proprietários de grandes terras agrícolas a plantarem 5 % das suas terras flores para as abelhas.
Nunca fui muito fã de CPIs, no sentido de acalentar a ideia de que a investigação parlamentar por si vá necessariamente produzir efeitos positivos na pólis. Mas hoje, na situação desesperançada em que vive o Brasil, o instrumento razoável de desgaste do minúsculo está no parlamento e na CPI da Covid.
Uma das vantagens de se escrever um livro detalhado sobre um tema é que você ganha o direito de se alienar dele e tascar um "ah, quer saber o que penso, leia livro" sempre que te perguntam sobre ele. Então eu ando mesmo alienado de notícias da CPI, mas esperançoso de que ela gere alguma imagem da produção de cadáveres mostrável no Jornal Nacional.
No Brasil, qualquer jogo político muda quando há uma sequência de imagens chocantes no JN. Enquanto isso, todo o apoio aos da terceira idade, já vacinados, que estão se mobilizando para reocupar as ruas e protestar em nome de todas/os.
Agradeço já de antemão, portanto, atualizações sobre os rumos da CPI. Vale acompanhar. É o que nos resta.
Quando perguntarem o que é dívida histórica e racismo estrutural, mostre isso!
Esses são anúncios em jornais de venda de pessoas escravizadas no Brasil. Em 1880, isso não só era comum como corriqueiro. E aconteceu há apenas 138 anos, no fim do século XIX. Terrível, não?
Lembrar o passado, sempre, é uma tentativa de não repeti-lo jamais.
Entreguei ontem “A filosofia da física”, do americano Lawrence Sklar, para a diagramação e comecei hoje a trabalhar no texto final de “O preço do monoteísmo”, do alemão Jan Assmann, traduzido por Marijane Lisboa e Markus Hediger.
Li este último livro numa viagem a Londres, antes da pandemia, e fiquei muito abalado. Não queria que ele acabasse. Recentemente, consegui comprar os direitos para a edição brasileira. Ele não se dirige apenas a quem tem interesse em religiões, pois trata exaustivamente, antes de tudo, do conceito de verdade, do ponto de vista filosófico (Lawrence Sklar também trata exaustivamente do mesmo conceito, mas do ponto de vista científico).
Não é um livro grande, em tamanho, com suas 230 páginas. Mas é imenso em conteúdo. Abaixo, os primeiros parágrafos da Introdução.
* * *
“Em algum momento da Antiguidade – as datações oscilam entre a Idade do Bronze tardia e a Antiguidade tardia – ocorreu uma guinada que determinou o mundo em que vivemos de modo mais decisivo do que todas as alterações políticas. Foi a transição das religiões “politeístas” para as “monoteístas”, das religiões de culto para as religiões do livro, das religiões específicas de uma cultura para as religiões universais. Em suma: das religiões “primárias” para as “secundárias”. Pelo menos da maneira como entendem a si mesmas, estas não se desenvolveram a partir das religiões primárias por um processo evolutivo, mas separaram-se delas por um ato revolucionário. [...]
As religiões primárias existiram historicamente, durante séculos e milênios, no contexto de uma cultura, uma sociedade e, na maioria das vezes, também uma língua, às quais estão indissoluvelmente ligadas. A elas pertencem os mundos de culto e os deuses da Antiguidade egípcia, babilônica e greco-romana. As religiões secundárias, por sua vez, devem-se a um ato de revelação e fundação. Erguem-se sobre as religiões primárias e distanciam-se delas, declarando-as pagãs, idólatras e supersticiosas. [...]
Embora tenham acolhido muitos elementos das religiões primárias em processos de “aculturação sincretista”, sua autoimagem é marcada pelo páthos de uma “aculturação antagonista”. Elas possuem conceitos claros sobre o que é incompatível com sua verdade (ou ortodoxia). Essa guinada não contém só aspectos teológicos, no sentido de uma transformação do conceito de Deus; contém também um aspecto político, ao transformar religiões específicas de uma cultura em religiões universais. A religião transforma-se de um sistema inscrito nas estruturas estatais, linguísticas e culturais de uma sociedade, coextensivo a uma cultura e praticamente equivalente a ela, em um sistema autônomo, que se emancipa dessas estruturas, transpõe os limites políticos e étnicos e se insere em outras culturas. Essa guinada da religião do culto para a religião do livro possui também um aspecto midiático, pois não teria sido possível sem a invenção da escrita e seu uso para codificar verdades reveladas.”
* * *
Estou começando uma nova viagem. A vantagem de ter uma editora pequena é publicar só o que gosto.
Abraços,
Cesar Benjamin
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