“A crise já acabou para os ricos, mas os pobres vão esperar mais 10 anos”

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26 Janeiro 2021

O relatório da Oxfam abre o Fórum de Davos: o Covid aumenta as disparidades.

A reportagem é de Fabrizio Goria, publicada por La Stampa, 25-01-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.

A pandemia de Covid-19 acelerou e aumentou as desigualdades. Com a consequência de que, para grande parte da população mundial, o risco é levar dez anos para voltar ao normal. O Fórum Econômico Mundial em Davos abre com o alarme da ONG internacional Oxfam, que destaca o gap entre os "mega-ricos" e o resto do mundo. As mulheres e os países em desenvolvimento são os mais afetados pelas repercussões econômicas do Sars-Cov-2. E, alerta a Oxfam, para evitar tensões sociais e geopolíticas a prioridade é agir imediatamente.

Nove meses. Esse foi o tempo que a parte mais rica do globo levou para compensar as perdas que enfrentou de março passado até hoje. Por outro lado, pode levar até 126 meses, dez anos e meio para os mais pobres. Este é um dos resultados da última pesquisa da Oxfam, conduzida em uma amostra de 295 economistas de 79 diferentes países. Verificou-se que 87% dos entrevistados esperam um "aumento" ou "grande aumento" na desigualdade de renda em seu país como resultado da pandemia de Covid-19. Para a Oxfam, "a recessão acabou para os mais ricos", mas não para os demais.

Uma gap cada vez maior está no horizonte. Entrando nos detalhes do estudo, a Oxfam observa que "os dez homens mais ricos do mundo viram sua riqueza total aumentar em meio trilhão de dólares desde o início da pandemia, mais do que o suficiente para pagar uma vacina contra a Covid-19 para todos no mundo e para garantir que ninguém seja empurrado para a pobreza pelo Sars-Cov-2”.

Mas, enquanto isso, a pandemia “inaugurou a pior crise de empregos em mais de 90 anos, com centenas de milhões de pessoas subempregadas ou desempregadas. E os 305 bilionários europeus viram suas fortunas aumentarem em quase 500 bilhões desde março, o suficiente para assinar um cheque de 11.092 euros para cada um dos 10% mais pobres dos cidadãos da UE”.

Números que se prestam a críticas, como costuma acontecer no caso da Oxfam, de muitos economistas. Mas que podem ser o ponto de partida para uma reflexão mais ampla. Os agentes econômicos que mais sofreram ao longo de 2020 e que registrarão as maiores dificuldades para voltar aos níveis anteriores à Covid são as mulheres e os países mais pobres. Um fenômeno que, como a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico e o Fundo Monetário Internacional também vêm apontando há algum tempo, deve ser enfrentado o quanto antes. A Oxfam faz isso com uma ideia que gerará discussão.

“Um imposto temporário sobre os lucros excedentes das 32 empresas globais que mais lucraram durante a pandemia poderia ter levantado US $ 104 bilhões em 2020”, provoca a Oxfam. E não é certo que não se possa chegar a medidas semelhantes.

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