22 Dezembro 2020
Acabo de ver que o prefeito Marcelo Crivella foi preso.
Talma Romero Suane, secretária de Educação, deve estar preocupada.
Júpiter e Saturno dando um show na Itália.
A oração indígena do silêncio:
Sente-se à beira do amanhecer,
o sol nascerá para você.
Sente-se à beira da noite,
as estrelas brilham para você.
Sente-se à beira do rio,
o rouxinol canta para você.
Sente-se à beira do silêncio,
Deus vai falar com você."
(Avagana Daçui-rá)
Se não agirmos, teremos 20 milhões de novos pobres
Fim do auxílio emergencial pode produzir catástrofe social; projetos de lei no Congresso apontam saída
21.dez.2020 às 23h15
EDIÇÃO IMPRESSA
FSP
Nesta semana acontecem os últimos pagamentos do auxílio emergencial. O benefício deixará de ser pago a 41 milhões de brasileiros, 15 milhões dos quais têm no auxílio a única fonte de renda. A expectativa é que 20 milhões de pessoas passem a viver abaixo da linha de pobreza.
Apesar da catástrofe social iminente, o governo Bolsonaro ainda não apresentou um programa social que possa conter essa drástica expansão da pobreza que vai engolir 10% da população brasileira.
Conheça a trajetória do auxílio emergencial, Renda Brasil e Renda Cidadã
Contra pandemia, governo Bolsonaro decidiu em março distribuir R$ 200 para trabalhadores informais.
O Congresso, no entanto, elevou o benefício para R$ 600. A princípio ele seria pago em três parcelas.
O auxílio emergencial começou a ser pago em abril e teria sua última parcela em junho. Mas o governo prorrogou por duas parcelas (julho e agosto). O valor de R$ 600 foi mantido em todo esse período. Por último, o governo reduziu o valor para R$ 300 e garantiu o pagamento até dezembro No período, o presidente viu a avaliação de seu governo melhorar. Segundo o Datafolha de agosto, a rejeição a Bolsonaro caiu de 52% para 35% na região Nordeste, na qual mantinha a pior avaliação: 33% de ótimo e bom, subida de seis pontos em relação a junho. A correlação com a distribuição do auxílio de R$ 600 é sugerida, ainda que não direta Em junho o ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou a deputados federais que o governo lançaria o programa Renda Brasil para substituir o Bolsa Família logo após o fim da pandemia do novo coronavírus A ideia era incluir informais identificados pelo governo e que foram beneficiados pelo auxílio emergencial de R$ 600
O problema era como financiar o programa. Nessa discussão, o governo chegou a planejar endurecer as regras e revisar quase 2 milhões de benefícios destinados a idosos e pessoas carentes com deficiência. Com as medidas, o governo teria uma economia que chegaria a R$ 10 bilhões por ano A proposta, porém, incomodou o presidente, que desistiu de lançar o programa Renda Brasil.'Até 2022, no meu governo, está proibido falar a palavra Renda Brasil. Vamos continuar com o Bolsa Família. E ponto final', afirmou Pouco mais de 10 dias, após negociação com líderes partidários, o governo anunciou uma proposta para o novo programa social que substituirá o Bolsa Família, batizado de Renda Cidadã. Para bancar a assistência ampliada, o projeto previa usar recursos de precatórios e do Fundeb (fundo para a educação) Mas o próprio ministro Paulo Guedes afirmou que o governo não vai usar os precatórios para bancar o programa Renda Cidadã. Ele defendeu mesmo assim uma revisão no fluxo de pagamentos
A saída mais rápida, a renovação do auxílio emergencial, parece enterrada, tanto pelo governo Bolsonaro, como por Rodrigo Maia, ainda que o TCU tenha indicado que os restos a pagar do orçamento de guerra pudessem ser utilizados para essa finalidade sem o rompimento do teto de gastos em 2021.
No Congresso tramitam duas propostas para reformar as políticas de transferência de renda.
Na Câmara tramita o PL 6072/19 de autoria da deputada Tabata Amaral que reforma o Bolsa Família. O projeto recebeu há pouco um substitutivo do deputado Eduardo Barbosa que estabelece duas linhas de cortes, uma para pobreza (R$ 260 per capita) e outra para extrema pobreza (R$ 130 per capita) e pretende, com o valor base, tirar todas as famílias da extrema pobreza.
Além disso, o substitutivo cria valores adicionais por filho, sem limite por família, corrigindo uma notória deficiência do Bolsa Família. Seriam R$ 100 para cada criança até 5 anos e R$ 50 para cada criança ou adolescente entre 6 e 17 anos. A proposta busca investir na infância, sobretudo na primeira infância, equilibrando os esforços sociais que hoje estão concentrados nos cidadãos mais velhos. O substitutivo também prorroga o auxílio emergencial por nove meses com redução gradual do valor até equiparar com o valor desse novo bolsa família.
No Senado, tramita o PL 5343/20 de autoria do senador Tasso Jereissati a partir de proposta do Centro de Debates de Políticas Públicas. O projeto também estabelece cortes de pobreza (R$ 250 per capita) e extrema pobreza (R$ 120 per capita) e reforma o Bolsa Família, estabelecendo um valor base mais simples orientado a acabar com a pobreza extrema.
Além disso cria dois outros benefícios que funcionam como uma poupança: um orientado a compensar as flutuações de renda dos informais e outro voltado aos estudantes, que poderiam sacar após a conclusão do ensino médio. O projeto estabelece fontes dos recursos (remanejadas do Bolsa Família, abono salarial e seguro defeso) e cria metas sociais de redução da pobreza que, se não forem cumpridas, podem suspender desonerações.
Pablo Ortellado
Professor do curso de gestão de políticas públicas da USP, é doutor em filosofia.
Estava lendo sobre Dalton, o professor de Zootecnia que manteve durante décadas Madalena Gordiano (em um quarto pequeno em Patos de Minas) como trabalhadora doméstica, em condições análogas à escravidão. Ela foi libertada no fim de novembro.
O Fantástico contou essa história na noite de ontem. Mostrou Madalena finalmente andando em um parque. Falando do dinheiro (dela) que agora ela poderá administrar. Pois antes o professor — segundo o Ministério Público do Trabalho — o confiscava.
Bem. Dalton Cesar Milagres Rigueira, professor universitário em Patos de Minas, formou-se em Viçosa (MG). Não é de família rica, pelo que pude apurar. Pai e mãe (que adotou ilegalmente Madalena quando ela tinha 8 anos) são sócios numa auto elétrica.
O que mais me chamou a atenção foram as dedicatórias em sua tese de doutorado, defendida em 2014 na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Os agradecimentos começam com as seguintes palavras: "A Deus, por me guiar nesta caminhada". (Mais à frente ele insere uma epígrafe atribuída a Chico Xavier: "O que a gente não pode mesmo, nunca, de jeito nenhum... é amar mais ou menos".)
Depois ele agradece à UFMG. À empresa do agronegócio que permitiu a realização do experimento — algo sobre plano de nutrição para leitões desmamados.
Em seguida ele agradece ao seu orientador e a outro professor. Ato contínuo, à esposa Valdirene — igualmente investigada, como ele, por diversos crimes relacionados à exploração de Madalena.
As filhas, os pais e irmãos também são lembrados. Muito justo.
Como era de se esperar, Madalena, definida pela defesa do professor como "praticamente alguém da família", não aparece entre os homenageados. É ela a grande ausente.
Dalton agradece ainda a uma mulher que o hospedou em Belo Horizonte. A dois professores "pelas caronas". A todos os funcionários da granja que o ajudou na pesquisa. Menciona dois amigos.
Por fim, encerra os agradecimentos com as seguintes palavras:
"Aos suínos, meu eterno respeito".
Texto: @castilhoalceu
@printsfeministas
Achei muito significativo que a conjunção entre Júpiter e Saturno aconteça exatamente no dia do solstício, justamente o dia do Sol Invictus, relacionado também ao nascimento de Jesus e diversas outras divindades solares. O solstício de inverno no hemisfério norte é quando, na noite mais longa e fria do ano e quando a derrota do Sol parece certa, a luz triunfa e renasce do ventre da noite; trazendo novamente a vida ao mundo. Apesar da conhecida data, 25 de dezembro, o solstício neste ano acontece hoje, exatamente no dia de maior proximidade entre Júpiter e Saturno, formando a Estrela de Belém. Ora, essa Estrela (a conjunção de Júpiter e Saturno) é justamente aquela estrela que guiou os três Reis Magos até a manjedoura onde Jesus nasceu. A formação desta Estrela é raríssima, a última como essa aconteceu há 800 anos e marcou uma mudança radical na história da humanidade, a transição entre a Idade Média e o Renascimento (época de grande efervescência cultural). Jung discute a importância desta conjunção em seu livro Aion, e a relaciona com grandes renovações religiosas e culturais. A Estrela de Belém aponta precisamente para o nascimento da Criança Divina e está se formando no céu exatamente no dia do Sol Invictus; muitíssimo significativo. Chama ainda mais atenção que esse raro fenômeno esteja acontecendo no meio de uma pandemia, que constelou nos homens, nos quatro cantos do planeta, uma atmosfera apocalíptica que suscita a imagem da renovação do mundo, análoga à imagem da morte e do renascimento.
Perceba a magnitude deste evento, marcado por grandes e significativas sincronicidades. A conjunção entre Júpiter e Saturno que marca o encontro entre estes gigantes é, em si mesmo, um evento muito significativo, mesmo se desconsiderarmos todas estas sincronicidades. Hesíodo nos conta da vitória de Zeus sobre Cronos, que devorava seus filhos e não permitia o nascimento do novo, da própria Criança Divina. Quando Júpiter se encontra com Saturno, vence a lei rígida, a tirania do tempo e a lei que sufoca o vir a ser e, após uma sangrenta guerra contra os antigos Titãs, instaura uma nova ordem no cosmos. Quem percebe a relação com a recente ascenção do autoritarismo conservador no mundo? Quem aqui vê uma analogia simbólica em relação a Jesus como reformador da antiga Lei? Vejo morte e renascimento, e novamente vejo morte e renascimento, e novamente vejo morte e renascimento, vejo sangue derramado e vejo o nascimento da luz invencível que renova o mundo em seu próprio fundamento.
O artefato ao lado, a cruz da direita. é um crucifixo em estilo bizantino, que pelo estilo pode ser datado do século VIII, aproximadamente, pode demonstrar indubitavelmente que Jesus foi associado ao Sol e ao arco da aliança divina. As palavras no topo da imagem são O HAGIOS TOMAS10 (O São Tomé). No braço direito da cruz (à esquerda na imagem) se lê IDOY O ‘LIOS (Eis o Sol), com a figura solar abaixo e brilhante, enquanto no braço esquerdo (à direita na imagem), aparentemente está escrito IDOY IC11 EATE (Eis JC, Jesus Cristo, aquele que é), com um desenho que indica ser um arco. Não um arco qualquer, mas um arco “iluminado”. Tomé era o apóstolo que foi encontrar Jesus no Nascente, e passou seus últimos dias na Índia, olhando o nascer do Sol.
Sorte nossa que o Brilhante Ustra está morto, caso contrário seria ministro dos Direitos Humanos.
Usar a religião, a fé das pessoas para apoiar milícias e indústria armamentista é pecado capital. Qual religião tem por símbolo o fuzil? Só da turma do Templo é dinheiro. Todas religiões pregam o amor, a vida, a solidariedade. Não a morte. Necro Igreja?
Uma pergunta simples e objetiva.
O que PT, PDT, PSB e PCdoB negociaram em troca do apoio ao candidato do Rodrigo Maia?
Ora ora francamente...
Que dúvida é essa partindo de um progressista?
É preciso garantir freios e contrapesos sobre o delinquente psicopata e seu governo. Essa é a agenda básica. Não permitir a rendição total do legislativo. Será que não dá pra entender isso ? Coisas básicas, tais como: - respeitar o que está na CF; não usar o orçamento como se fosse o dinheiro apurado pela milícia do Jair; evitar manobras golpistas... É o básico da sobrevivência minimamente democrática para se chegar a 2022 com garantias de que haverá eleição e que a disputa será minimamente limpa e transparente.
Vamos deixar de firula e apoiar essa articulação !! O PT está em vias de cometer mais um desserviço à Democracia e à República se ficar de mimimi para participar dessa frente. Saiam da bolha e caiam na real !!
Nesse início da Era de Equários, um breve artigo meu em torno do enigma de João Gilberto.
Gente amiga, estou querendo propor um curso livre às quartas feiras no Google Meet em torno do livro: todas as crônicas de Clarice Lispector: de abril a início de julho, entre 14:00 às 16:00. Um curso gratuito.
A incrível expedição da vacina: crianças no lugar de freezers!
Esses dias publiquei uma coluna sobre vacinas e escrevi sobre a primeira delas, contra a Varíola, para falar dos desvarios antivacina que estamos testemunhando. Mas, como observou depois por email Alberto Saa, contei uma história incompleta. É para isso que servem os amigos: para continuar a aprender com eles. O que ficou faltando? Justamente o grande tema hoje sobre as cadeias de frio para viabilizar a aplicação da vacina da Pfizer, por exemplo. Ela precisa ser conservada a -70 C.
Mas e naquele tempo? Bem, não tinha me atentado ao problema até o email do Alberto. A vacina contra a Varíola é baseada na técnica do vírus atenuado, que, portanto, não pode morrer de vez, senão a vacina não funciona. Como conservá-lo atenuado, mas vivo? Por uns dez dias em ampolas, mas o melhor mesmo é recolher o vírus do pus “fresco” na ferida de quem foi vacinado recentemente e inoculá-lo nas pessoas a serem imunizadas. Se a ferida secar, adeus vírus atenuado e, assim, nada de vacina.
Como então levar a vacina para as colônias espanholas? As viagens demoravam no mínimo um mês. Lembrando que seria uma pequena compensação, afinal foram os próprios espanhóis (e portugueses) que levaram a doença ao novo mundo séculos antes. A Real Expedição Filantrópica da Vacina foi proposta e financiada por Carlos IV de Espanha, cinco anos depois de aprovada a vacina de Edward Jenner, e ficou sob o comando do médico Francisco Javier de Balmis, que deu resposta ao problema logístico.
Formaram um grupo de 22 crianças órfãs saudáveis, que partiram do porto de La Coruña em 1803. No início da viagem vacinaram duas delas, que quando desenvolviam as feridas no lugar da vacinação, o pus recolhido era inoculado em outras duas e assim, sucessivamente: de braço em braço. Com isso, via esse “transporte em vivo”, os vírus atenuados chegaram ao novo mundo e além.
Localmente escolhiam-se órfãos nativos ou escravos para levar o vírus atenuado aos rincões de trás-os-portos do império. Nas ilustrações, o mapa da expedição, que durou três anos; um de seus navios saindo de um dos portos visitados e o monumento em homenagem às crianças: 36 sobreviveram à viagem, mas nunca retornaram à Espanha. Mais informações, entre outros sítios, no link:
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