21 Dezembro 2020
O vírus matou Pedro Pantoja, o jesuíta que dedicou sua vida ao povo em fuga. Renomado ativista, colecionou prêmios e ameaças dos narcotraficantes. Até agora, 129 sacerdotes já morreram devido à pandemia no México.
A reportagem é de Lucia Capuzzi, publicada por Avvenire, 19-12-2020. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Padre Pedro Pantoja. (Foto: Youtube/Reprodução)
A Covid-19 o matou na noite de sexta-feira, no dia da ONU dedicado aos migrantes. Uma data evocativa, voltada àquele povo em fuga a quem Pedro Pantoja, sacerdote jesuíta, havia dedicado a vida. E dedicou desde jovem quando, tendo recém-entrado na Companhia, acompanhava os trabalhadores mexicanos explorados nas vinhas da Califórnia.
Mapa do México. (Fonte: Wikimedia Commons)
Até o fim, o religioso de 76 anos permaneceu para assistir aos refugiados no refúgio de Belém, em Saltillo, fundado por ele em 2004, junto com o bispo cessante, Raúl Vera López. Não se trata apenas de um lugar onde os migrantes recebem comida e abrigo: o centro denunciou várias vezes a violência perpetrada contra os imigrantes ilegais pelo crime organizado e por setores de instituições corrompidas por este último.
O Pe. Pedro colecionou ameaças de morte e prêmios internacionais pela sua defesa dos direitos humanos. Ele não dava muita atenção a ambos: preferia continuar o trabalho cotidiano de cuidar dos últimos.
O vírus o atingiu no dia 1º de dezembro. A situação se agravou no sábado passado, quando ele foi internado no hospital. A Diocese de Saltillo manifestou grande dor pelo seu falecimento. As principais organizações dos direitos humanos, incluindo a ONU, juntaram-se às condolências.
Mapa de Saltillo, uma cidade do México capital do estado de Coahuila. (Fonte: Google Maps)
Com o Pe. Pantoja, já são 129 os sacerdotes que morreram no México devido à pandemia, que também ceifou quatro bispos.
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México: “Padre dos migrantes” morre por Covid-19 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU