11 Dezembro 2020
Chega da Human Rights Watch uma das notícias mais importantes deste 2020. O grupo de investigadores de violações de direitos humanos conseguiu encontrar um raríssimo vazamento relativo aos prisioneiros de um campo de internamento chinês. A lista lança luz, pelo menos parcialmente, sobre as razões da detenção de dezenas de uigures em campos de prisioneiros chineses.
A reportagem é de Luciana Grosso, publicada por Business Insider, 09-12-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.
Com base nos documentos vazados, a HRW descobriu que as autoridades na região de Xinjiang usam uma grande rede de "polícia preditiva", que rastreia as redes pessoais dos indivíduos, suas atividades online e a vida diária. A lista contém detalhes de mais de 2.000 presos uigures detidos na prefeitura de Aksu entre 2016 e 2018, todos aparentemente presos após serem sinalizados pela plataforma integrada pelas operações conjuntas, conhecida como IJOP, que nada mais é do que um enorme banco de dados.
“O IJOP - escreve o Guardian - é um enorme banco de dados que combina os dados pessoais coletados por monitoramento online automatizado e as informações inseridas manualmente em um aplicativo personalizado pelos funcionários. Inclui informações que vão desde as características físicas das pessoas à cor do carro e sua preferência pessoal pelo uso da porta da frente ou dos fundos para entrar em casa, bem como o software que utilizam online e seus contatos regulares. A maioria dos que constam da lista foi detida por comportamento legal e não violento, mas alguns estão simplesmente indicados como "sinalizados pelo IJOP", sem nenhuma informação adicional sobre como as autoridades chegaram a uma decisão com implicações tão dolorosas.
Os comportamentos listados como motivos para detenção incluem ser "geralmente não confiável" e "ter nascido depois dos anos 1980". Um homem parece ter sido preso por não pagar o aluguel de suas terras e outros por praticar poligamia. Pequim inicialmente negou a existência dos campos, mas mais recentemente afirmou que eles são uma parte vital da luta contra o extremismo e o terrorismo”.
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