Elton John, um ator de “Dois Papas” e ativistas de todo o mundo respondem ao apoio do papa Francisco à união civil homossexual

Foto: Wikicommons

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27 Novembro 2020

Respostas ao apoio do papa Francisco ao reconhecimento da união civil de casais do mesmo gênero continuaram a ser postadas nos meios de comunicação, redes sociais, entrevistas e declarações nas últimas semanas.

A reportagem é de Robert Shine, publicada por New Ways Ministry, 27-11-2020. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

 

O astro pop Elton John, que é assumidamente homossexual, postou um “obrigado” ao papa Francisco em seu Instagram, escrevendo:

“Minha união civil e subsequente casamento com David Furnish trouxe-nos imensurável felicidade e segurança. Receber sua benção para as uniões civis do mesmo sexo é o maior passo rumo à igualdade e uma base para incontáveis outros que podem ter as mesmas proteções e felicidade. Que Deus lhe abençoe! #LoveIsTheCure”.

 

Jonathan Pryce, que interpretou o papa Francisco no filme “Dois Papas”, comentou para o Express and Star:

“O Papa inteligentemente tem seu tempo. Eu penso que se ele entrasse, tentasse jogar todos os móveis fora e dissesse ‘Vou mudar completamente as coisas’ no início, ele teria encontrado muito mais oposição do que agora... Acho que é uma coisa ótima que ele fez e, você sabe, ele esperou seu tempo. Isso é tudo que tenho certeza que ele sempre quis fazer e sabia o que precisava fazer”.

 

Irmã Jeannine Gramick, cofundadora do New Ways Ministry, disse a Mother Jones que os comentários do Papa podem ajudar a impedir a demissão de trabalhadores LGBTQ:

“Minha experiência é que a maioria das escolas não querem demitir seus professores gays, mesmo se eles forem casados ou estiverem em união civil, mas elas têm medo do bispo... Agora, com a declaração do Papa de apoio às uniões civis, isso dará aos administradores mais coragem para não pressionar os candidatos que são LGBT a se esconderem”.

 

Os trabalhadores demitidos da igreja Aaron Bianco e Margie Winters expressaram cautela quando ao otimismo, em entrevista a Mother Jones. Winters disse que estava “muito animada”, mas ponderando:

“É maravilhoso que a retórica esteja se tornando mais positiva, mas acho que é apenas um passo... Ainda é uma exclusão também”.

 

Patrick Hornbeck, um teólogo da Fordham University que está em um casamento homossexual, disse ao The Washington Post:

“Enquanto a Igreja Católica continuar a tratar as vidas e amores das pessoas LGBT como algo aquém do plano divino para a humanidade, as pessoas que são LGBT sempre terão o status de segunda classe”.

 

Jennifer O'Malley, lésbica e sacerdotisa católica romana, disse ao Spectrum News 1:

“O que sua declaração significa? Não tem sentido sem o reconhecimento do casamento... Eu reconheço que algumas pessoas encontrarão esperança em seu tom. Mas são apenas palavras vazias e aquele pouquinho de esperança será destruído quando não houver mudança sistemática”.

 

Francis DeBernardo, diretor-executivo do New Ways Ministry, disse à CBS Baltimore:

“Acho que quando o Papa fala, ele não dá tantas ordens como o tom para outros líderes da Igreja. Isso significa que casais LGBTQ, lésbicas e gays com famílias e paróquias vão se sentir muito mais confortáveis e aceitos na vida paroquial”.

 

Cris Serra, coordenadora da Rede Nacional de Grupos Católicos LGBT e Diversidade Católica no Brasil, falou ao Khaleej Today:

“É a primeira vez que eu escuto algo da mais alta autoridade da Igreja que nós temos famílias. É um desafio enorme... As pessoas ficaram muito surpresas, no bom sentido, muito felizes. Isso foi muito positivo por causa das pessoas que trabalham com a Igreja, na acolhida, no acompanhamento. É um alívio, certo?”.

 

O jesuíta José María Olaizola, um padre sociólogo espanhol, foi citado no Novena News como tendo dito:

“Nossa tarefa não é dizer aos homossexuais o que fazer em sua vida civil, mas facilitar sua pertença à Igreja. Para que fique registado, não minimizo o valor do que o Papa disse. O que eu acredito é que mais pessoas da Igreja precisam falar ainda mais para que o Papa possa vir dizer mais”.

 

Bernard Lynch, um padre gay que é um antigo defensor da população LGBTQ e trabalha com pessoas com HIV/AIDS, falou com a RTE, comentando:

“Eu me pergunto o quão longe ele irá. Quer dizer, os ensinamentos ainda são os mesmos, que somos desordenados em nossa natureza e maus em nosso amor... Isso inclui aquele ensinamento de que somos maus em nosso amor? Essa é a pergunta que tenho para o Papa”.

 

Michael McQueen, o co-presidente da OUT Catholics of Philadelphia, disse a WHYY:

“Eu acho que é um passo muito radical e acho que começa naquela base da dignidade da pessoa humana... e eu acredito que como a Igreja honra a dignidade da pessoa humana e vê a imagem de Deus em cada pessoa, não importa qual sua orientação sexual, sua identidade de gênero, que veremos a teologia lentamente vir junto com isso... Mas, por agora, acho que este é um passo tremendo vindo do Santo Padre”.

 

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