Nigéria. Com pandemia de covid-19 aumenta a violência doméstica na Nigéria

Foto: Unicef/UN0126512/Bindra

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03 Agosto 2020

A pandemia do coronavírus espalhou outros vírus na comunidade nigeriana. O bloqueio imposto em alguns estados agravou os casos de violência doméstica, tanto que 36 governadores declararam estado de emergência por causa de estupros e ataques contra mulheres e crianças no país.

A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista. 

De janeiro a maio deste ano, a polícia registrou 717 estupros em âmbito nacional, o que equivale a um caso a cada cinco horas, número que deve ser bem maior, uma vez que vítimas deixam de denunciar incidentes.

Na área trabalhista, funcionários pelo desenvolvimento do plano de recuperação econômica da Nigéria estimam que 39,4 milhões de pessoas podem estar desempregadas até o final do ano se o governo não introduzir medidas de compensação.

Comunidades pobres e marginalizadas, tanto na capital como em outros 16 estados, estão vulneráveis à crise alimentar e nutricional, e 20 milhões de nigerian@s devem sofrer escassez de alimentos.

Uma onda recente de ataques violentos se abateu sobre os estados de Borno, Adamawa, Taraba, Platô, Níger, Kaduna, Katsina, Zamfara e Sokoto. A crescente insegurança verificada na parte nordeste do país soma-se à insurgência de ala extremista islâmica de longa data na região.

Na reunião virtual, dias 20 a 24 de julho, o Comitê Executivo do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) manifestou preocupação com o quadro de insegurança no país mais populoso da África, com 196 milhões de habitantes, mas também aplaudiu os sinais de esperança que surgem do ministério das igrejas na Nigéria, junto com seus parceiros ecumênicos, inter-religiosos e internacionais.

Entre esses sinais, o CMI apontou o trabalho que o Instituto de Igreja e Sociedade vem realizando desde 2016, proporcionando capacitação e treinamento para lideranças religiosas na consolidação da paz e oferecendo apoio psicossocial a pessoas traumatizadas.

Também frisou a cooperação inter-religiosa para a paz, trabalho no qual se destaca o Centro Internacional de Paz e Harmonia Inter-Religiosa de Kaduma, apoiado pelo CMI e pelo Instituto Real Aal al-Bayt de Pensamento Islâmico, como um espaço de cooperação entre cristãos e muçulmanos.

Igrejas da Nigéria, em campanhas ecumênicas apoiadas pela ONUSIDA, desempenham um papel ativo na promoção da prevenção, testes e tratamento de HIV, doença cuja incidência caiu entre a população dos 15 aos 49 anos de idade. Elas também estão empenhadas no combate à violência sexual contra crianças e na prevenção à disseminação da covid-19.

O Comitê Executivo expressou profunda solidariedade pelas igrejas da Nigéria em seus esforços para responder a essa constelação de crises. Pediu o apoio e orações da comunhão global de igrejas e de todas as pessoas de boa vontade ao povo nigeriano.

 

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