24 Junho 2020
O Pe. Chris Corbally, astrônomo estelar do Observatório do Vaticano, teve seu nome associado a um corpo rochoso no cinturão de asteroides que orbita o sol; objeto completa uma volta em torno do astro maior a cada quatro anos. A homenagem foi uma surpresa, diz Corbally.
A reportagem é de Dennis Sadowski, publicada por Catholic News Service, 23-06-2020. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
Padre Chris Corbally tornou-se o 11º jesuíta a ter seu nome dado a um asteroide. (Foto: Observatório do Vaticano)
“Não sou muito ligado a asteroides”, como alguns de seus colegas de observatório, explicou. “Para mim, foi uma surpresa”.
O asteroide, chamado 119248 Corbally, tem cerca de 800 metros de diâmetro. Foi descoberto em 10-09-2001 por Roy Tucker, engenheiro recém-aposentado do Imaging Technology Laboratory, centro de tratamento de imagens da Universidade do Arizona.
Tucker trabalhou durante anos em parceria com os astrônomos do Vaticano. O seu trabalho inclui a construção e manutenção de câmeras de dispositivos usadas para imagens digitais de objetos celestes no Laboratório de Tecnologia Avançada do Vaticano, bem como em telescópios usados por Corbally no Observatório Steward, da Universidade do Arizona.
A designação de um asteroide requer a aprovação de um comitê da União Astronômica Internacional – UAI. Uma vez designado, publica-se, em uma circular do Centro de Planetas Menores, associado à UAI, uma pequena citação sobre a pessoa que está sendo homenageada.
Asteroides são pequenos corpos rochosos que orbitam o sol. Milhares deles localizam-se no cinturão de asteroides entre as órbitas de Marte e Júpiter. Mas alguns têm órbitas que os levam a outros locais do sistema solar.
Nascido em Londres, Corbally, hoje com 74 anos, trabalha na equipe do Observatório do Vaticano desde 1983. Ingressou no observatório após concluir o doutorado em astronomia pela Universidade de Toronto. Foi vice-diretor do Grupo de Pesquisa do Observatório do Vaticano até 2012.
Corbally possui uma ampla gama de interesses de pesquisa. Eles incluem desde sistemas estelares, classificação espectral estelar, atividade em estrelas do tipo solar, estrutura galáctica até regiões de formação estelar e tecnologia de telescópios.
“Gosto muito é de estrelas. Mas, sabendo que as estrelas estão em nossa galáxia, também me interesso na estrutura galáctica e na história das populações estelares em nossa galáxia. A minha maneira de investigar tudo isso é através de estrelas individuais”, ele diz ao Catholic News Service.
A pesquisa atual do jesuíta enfoca as características da senciência humana[1] no contexto da evolução.
Pesquisas feitas pelo Observatório do Vaticano já renderam pelo menos 10 asteroides com nomes de jesuítas, incluindo Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus.
Outros jesuítas contemporâneos, colegas de Corbally, cujos nomes foram dados a asteroides são: o Ir. Guy Consolmagno, diretor do Observatório do Vaticano e presidente de sua fundação; o Pe. Richard Boyle e o Pe. Jean Baptiste Kikwaya, astrônomos do observatório; e o Pe. Robert Macke, cientista pesquisador e curador de meteoritos do observatório.
Além disso, outros jesuítas cujos nomes também foram dados a asteroides são: o Pe. George Coyne, ex-diretor do observatório, falecido em 11 de fevereiro; o Pe. Christopher Claviu, cujas medições matemáticas ajudaram no desenvolvimento do calendário gregoriano; o Pe. Roggiero Boscovich, matemático do século XVIII; o Pe. Maximilian Hell, que determinou a paralaxe solar a partir das observações de Vênus enquanto este transitava em frente ao sol em 1769; e Pe. Angelo Secchi, diretor do observatório Colégio Romano durante o século XIX.
[1] Senciência é a capacidade dos seres de sentir sensações e sentimentos de forma consciente. É, em alguma medida, a capacidade de ter percepções conscientes do que lhe acontece e do que o rodeia – Wikepédia – Nota do IHU.
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Astrônomo jesuíta é o 11º a ter seu nome dado a asteroide - Instituto Humanitas Unisinos - IHU