23 Junho 2020
Em um livro publicado no Reino Unido, o editor-chefe da revista médica denuncia a imperícia de muitos países diante da ameaça, ainda que anunciada, da pandemia. Ele também discorre sobre a recente retratação de um estudo publicado em suas colunas.
A entrevista é de Hervé Morin e Paul Benkimoun, publicada por Le Monde, 20-06-2020. A tradução é de André Langer.
Richard Horton é uma figura-chave na publicação científica. Chefe há um quarto de século da revista médica britânica The Lancet, ele acaba de publicar um livro no qual denuncia o fracasso dos executivos ocidentais diante da pandemia (The COVID-19 Catastrophe: What’s Gone Wrong and How to Stop It Happening Again, Polity, sem tradução para o português). Já em janeiro, a The Lancet havia publicado cinco artigos que ajudavam a entender o que aguardaria o planeta se nada fosse feito para combater a disseminação internacional do SARS-CoV-2. Mais recentemente, sua revista foi questionada por ter publicado um artigo que destacava um excesso do índice de mortalidade em pacientes hospitalizados por Covid-19 e tratados com hidroxicloroquina. Antes de ter que se retratar, por falta de acesso aos dados fornecidos por uma empresa americana obscura, a Surgisphere. Richard Horton também tira lições deste episódio.
Você acabou de publicar um livro no qual é muito rigoroso sobre como a pandemia foi geranciada, especialmente em seu país…
A razão pela qual minhas palavras são duras é que publicamos no final de janeiro na The Lancet cinco artigos que descreviam perfeitamente bem essa nova doença para a qual não havia tratamento ou vacina, que apresentava alta mortalidade e que era transmitida entre humanos. Nas palavras de Gabriel Leung (Universidade de Hong Kong), “esse modo de transmissão indicava uma alta probabilidade de pandemia global”. Todos sabíamos disso em 31 de janeiro. Na véspera, a OMS havia declarado uma emergência de saúde pública de interesse internacional.
E nas seis semanas seguintes, a maioria dos países ocidentais não fez absolutamente nada. É um erro imperdoável. A questão é: por que o [presidente francês Emmanuel] Macron, [presidente do Conselho Italiano Giuseppe] Conte, por que o primeiro ministro [britânico Boris] Johnson, por que o presidente [americano Donald] Trump não fez nada? Eles não entenderam o que estava acontecendo na China? Eles não acreditavam nos chineses? Eles não pediram às suas representações diplomáticas em Pequim para investigar? Eu não entendo. As evidências eram muito claras no final de janeiro. Então, penso que os políticos terão que se explicar.
E não é correto culpar a Organização Mundial da Saúde (OMS) ou a China, como fazem Johnson ou Trump, em uma misteriosa teoria da conspiração. A OMS e a China explicaram em janeiro o que estava acontecendo. Mas há um fracasso sistemático dos governos ocidentais que não levaram essas mensagens a sério. Tratou-se de racismo em relação aos chineses? É um fracasso catastrófico dos executivos ocidentais. Esta pandemia é um desastre que nós mesmos criamos.
Foram criados comitês parlamentares de inquérito no Reino Unido para avaliar o tratamento da pandemia pelo governo?
Não. A França está um passo à nossa frente. Nossos políticos nos dizem que este não é o momento certo. O que eu acho insano. Se tivermos uma segunda onda no final deste ano, é melhor aprendermos com a má gestão da primeira. Temos que ser muito claros a este respeito. Não quero culpar ninguém. Não existe na França ou em qualquer outro país europeu uma pessoa que seja sozinha responsável por um fracasso nacional. Foi o sistema que falhou, o sistema de aconselhamento científico que falhou no seu país assim como no meu. O sistema de resposta política falhou no seu país como no meu.
Como você acha que a França falhou?
Quando uma emergência de saúde pública de interesse internacional foi declarada em 30 de janeiro, por que o Ministro da Saúde não enviou imediatamente uma mensagem à Embaixada da França em Pequim para que ela pedisse sua ajuda para entender o que estava acontecendo em Wuhan, qual era esse vírus, quão preocupante era, se era tão preocupante quanto os artigos da The Lancet indicavam? Se a embaixada tivesse feito seu trabalho corretamente, teria coletado informações do escritório da OMS em Pequim e da Comissão Nacional de Saúde do governo chinês em 48 horas. Ela teria entendido a natureza da ameaça, a teria transmitido imediatamente ao Ministério da Saúde e ao Palácio do Eliseu e, no final da primeira semana de fevereiro, o governo já teria uma visão muito clara do perigo.
Se isso não aconteceu, é um fracasso catastrófico do governo francês, e os franceses devem perguntar por que o governo não protegeu as quase 30 mil vidas que foram perdidas, assim como nós [ingleses] perdemos 40 mil. Foram mortes evitáveis. Essas pessoas deveriam estar vivas hoje. Por que as pessoas não estão mais zangadas com isso? Vi as manifestações dos “coletes amarelos” nas ruas de Paris. Eles me impressionaram. Mas por que os “coletes amarelos” não se manifestam nas ruas contra o fracasso do governo francês em proteger a vida dos quase 30 mil cidadãos? Quem está pedindo contas ao governo?
Enquanto não houver uma vacina disponível para todos, o vírus não desaparecerá sozinho. Teremos que viver com ele em um futuro próximo. Com toda a probabilidade, ele retornará no próximo inverno na forma de uma segunda onda. É possível quando relaxarmos o confinamento que tenhamos os surtos da primeira onda. Portanto, nunca haverá um bom momento para fazer investigações. Precisamos de uma investigação que demonstre claramente que não se trata de culpar as pessoas, mas de entender o que não funcionou.
Alguns comparam o que aconteceu em um período muito curto de tempo para a Covid-19 com a questão das mudanças climáticas, em relação ao qual sabemos o que vai acontecer, mas não fazemos nada. Isso parece pertinente para você?
É um pouco diferente. Em uma pandemia, falamos da baixa probabilidade de um evento de alto risco. A mudança climática está acontecendo, o que provoca uma emergência se não agirmos. Prefiro, antes, fazer a comparação com a proteção contra terremotos. Se você mora em Los Angeles ou São Francisco, é solicitado a se preparar para um evento que acontecerá, mas em um momento que não sabe. É muito difícil fazer planos para esse tipo de situação.
No Reino Unido e, tenho certeza também na França, uma pandemia de gripe figurava no topo da lista na avaliação nacional de riscos. Sabemos que temos uma epidemia sazonal todos os anos, que a gripe de 1919 foi uma catástrofe e sabemos que um dia seremos confrontados com um vírus da gripe muito mais grave, mesmo que seja menos grave do que aquele de 1919. E estamos nos preparando para isso. Não tínhamos nos preparado para algo do tipo SARS [síndrome respiratória aguda grave]. Foi um erro, porque o SARS de 2002-2003 era um protótipo do que temos hoje. Sabemos que nos últimos 20 ou 30 anos, a frequência de infecções em animais que passam para humanos aumentou. A razão é conhecida: urbanização em massa, favelas urbanas, mercado de animais que vivem nas cidades, más condições de higiene...
Esses vírus não vêm da China por acidente. Ele conheceu a industrialização e a urbanização mais rápidas do planeta. Sabíamos que estávamos criando as condições de incubação de uma pandemia, mas não sabíamos exatamente quando isso aconteceria. É nesse ponto que nós traímos nossos cidadãos por não nos termos preparado adequadamente. Em 2016, o Reino Unido faz uma simulação – o exercise Cygnus – para avaliar o impacto de uma pandemia gripal. Este exercício mostrou que não estávamos prontos para uma pandemia. E hoje nos encontramos em uma pandemia para a qual não estávamos preparados. Outro exemplo de fracasso do governo e da saúde pública. Sabíamos que havia um problema e não o corrigimos.
Na França, havia um plano para uma situação de pandemia, mas parece que ele ficou guardado no armário...
Exatamente. Mas não são apenas os políticos que são responsáveis. Seu país, assim como o meu, tem a sorte de ter alguns dos melhores cientistas do mundo. O Instituto Pasteur é uma rede de classe mundial de instituições de pesquisa de doenças infecciosas. Onde estavam as vozes do Instituto Pasteur para pressionar o governo a se preparar para uma pandemia a partir de fevereiro? Essas perguntas precisam ser feitas a cientistas, tanto no Reino Unido como na França, para descobrir por que a elite científica não estava levantando essas preocupações.
Esta elite científica às vezes estava dividida sobre a importância dessa ameaça de pandemia, mesmo bastante tardiamente, na França. Talvez essas contradições tenham complicado a tarefa dos políticos para saber o que estávamos enfrentando?
Eu entendo isso. Mas o que estou dizendo é que as coisas ficaram claras em janeiro. Quem dissesse em março que não havia perigo imediato dessa pandemia estava mostrando uma incompetência incrível. Em março, o vírus grassava no norte da Itália.
Na França, foram criados conselhos científicos para esclarecer o governo. Que articulação pode haver entre ciência e política?
Eu conheço Jean-François Delfraissy, o presidente de um desses conselhos científicos. Você não poderia ter um cientista melhor para aconselhar o governo. Eu não o critico. A responsabilidade do sistema era entender exatamente o que estava acontecendo na China desde janeiro. Não entendo por que, a partir daquele momento, não indicamos ao governo que tínhamos que fornecer proteção pessoal, preparar-se para testar, rastrear e isolar, evitar reuniões, considerar o fechamento das escolas, preparar-se para esta epidemia. E isso não é perspicácia. Releia os artigos de janeiro: tudo já estava ali. E nada aconteceu. Seu governo respondeu melhor que o meu.
Outra questão: onde estava a União Europeia? Uma das razões para o fracasso britânico é o Brexit, o excepcionalismo, a mentalidade ilhista: essa é uma falha psicológica clássica na Grã-Bretanha, a crença de que somos melhores que todos os outros. Bem, provamos o contrário de como se deve gerenciar essa pandemia. Mas a União Europeia teve a oportunidade de garantir que os países estivessem não apenas preparados, mas também coordenados. Uma das coisas mais impressionantes é ter visto 27 Estados com 27 estratégias diferentes. Por que a União Europeia não reuniu seus Estados membros para aprender uns com os outros, cooperar e ajudar uns aos outros de uma maneira muito mais coordenada? Eu sei que a resposta é que a saúde é uma responsabilidade nacional. Mas nós nos furtamos! Foi uma pandemia, uma emergência, uma ameaça à segurança nacional! A União Europeia deveria ter sido muito mais ativa na união de países nessas circunstâncias.
Vamos falar sobre a revista The Lancet, que teve que retirar no dia 04 de junho um artigo publicado no dia 22 de maio. O que aconteceu?
Parece que se tratou de uma fraude monumental cometida pelo fundador da empresa Surgisphere Corporation, Sapan Desai. Há uma investigação em andamento e realizada pelo Brigham and Women's Hospital (Boston), do qual depende o autor principal, Mandeep Mehra, para entender o que aconteceu. O que temos certeza é que não há dados verificados ou validados de maneira independente para apoiar o que o artigo afirma. Ninguém pode dizer se esses dados existem, exceto o próprio Sapan Desai, que se recusou a compartilhá-los com Mandeep Mehra e os outros autores, e ele se recusou a mostrá-los aos auditores independentes. Portanto, ninguém sabe o estatuto exato desses dados.
Este caso evoca outro, quando a The Lancet teve que retirar em 2006 um artigo do norueguês Jon Sudbo depois que ele admitiu ter inventado dados. Que lições podemos aprender com esses episódios?
Teremos que ser mais desconfiados. Hoje, confiamos no que os autores de artigos científicos nos dizem. Se eles nos disserem que existe um banco de dados e assinarem uma declaração de que são confiáveis, confiamos neles, assim como os revisores externos que pedimos para avaliar seus trabalhos. Claramente, teremos que aumentar nosso nível de desconfiança sobre esses bancos de dados para ter mais chances de identificar casos de fraude. Mas devemos ser muito claros: é uma perda para a ciência, que se apoia na confiança. Quando você perde a confiança, porque pessoas maliciosas mentem, isso é ruim para todos.
Poderíamos imaginar pré-registros desses dados, como nos ensaios clínicos?
Também existem fraudes em ensaios clínicos: pacientes e dados têm sido inventados, e só foi descoberto depois da publicação dos resultados... A única maneira de ter 100% de certeza de não publicar trabalhos fraudulentos seria que editores e revisores fossem lá e examinassem todos os dados nos quais o estudo publicado na revista se baseia. Mas esta é claramente uma tarefa impossível e grotesca. Portanto, você precisa ter uma parcela de confiança, ou a ciência deixará de funcionar.
Poderíamos imaginar terceiros de confiança que verificassem uma parte desses dados, de maneira aleatória, como é o caso da indústria farmacêutica, com um efeito dissuasivo – um pouco como os controles rodoviários?
As revistas científicas não podem ser a polícia da ciência, não é nosso papel. Mas poderíamos considerar a possibilidade de prestar mais atenção se um novo banco de dados aparecer, como foi o caso da Surgisphere. O próprio Mandeep Mehra não teve acesso aos dados. Então, poderíamos pedir aos autores para que assinem uma declaração que diga explicitamente que eles tiveram acesso aos dados e que eles realmente os viram. Pode haver demandas mais rigorosas para os autores.
No esporte, o doping parece estar sempre um passo à frente dos testes. Existe um paralelo com a atividade científica?
Isso é verdade. Cada vez, tentamos aprender lições, mas a fraude continua: é bastante fácil para os fraudadores, precisamente porque a atividade científica se baseia na confiança. Mas por que deveria ser diferente de outros setores da sociedade onde pessoas maliciosas também se destacam. Com a Surgisphere, estamos lidando com alguém que pode ter mentido para seus coautores, em uma publicação no New England Journal of Medicine, na The Lancet, e possivelmente em outras revistas. É incrível que ele possa enganar tantas pessoas em tantas ocasiões. Isso não quer dizer que a ciência tenha falhado, mas que o sistema no qual ela se baseia pode ser facilmente subvertido.
Mas devemos, por causa dessas raras ocasiões em que isso acontece, mudar todo o sistema? Há uma expressão em inglês que diz “bad cases make bad law” – exemplos ruins levam a leis ruins. Foi um caso extremo, temos que aprender com ele, mas isso não significa que temos que instituir um enorme sistema burocrático baseado na ideia de que todo artigo pode ser fraudado.
Talvez pudesse haver incentivos, por parte dos revisores, ao tornar públicas as suas avaliações, a fim de torná-los mais responsáveis? Porque, neste caso específico, não demorou muito para os observadores externos das revistas verem que havia alguma coisa errada com os resultados...
É verdade. Nós planejamos fazer uma pergunta muito direta aos revisores: você acha que há algum problema de integridade científica neste artigo? Existe a possibilidade, mesmo que pequena, de fraude? Isso concentraria sua atenção nesta questão de uma nova maneira. Uma das lições é também que não se pode confiar nos bancos de dados imediatamente. No futuro, se você estiver lidando com um banco de dados de que nunca ouviu falar, precisará ser cauteloso e talvez pedir – nessa situação – que os revisores tenham acesso aos dados brutos.
Poderia a urgência de publicar durante uma pandemia ter feito baixar a guarda?
Não, isso teria acontecido mesmo fora da Covid-19. Se alguém está determinado a enganar seu mundo, há pouca coisa que se possa fazer a este respeito. Esse indivíduo tentou enganar seus colegas, instituições, jornais e, finalmente, o público. Ele tentou e malogrou.
Alguns observadores acreditam que os dados do Desai poderiam existir, ter sido absorvidos dos registros eletrônicos dos hospitais sem que as autoridades tenham conhecimento. Você acha que esse pode ser o caso?
Para ser sincero, não sei. O que Mandeep Mehra me disse foi que, quando os auditores independentes pediram que Desai transferisse os dados para eles, em conversa via Zoom, Desai apenas lhes teria mostrado a tela do computador. Portanto, que eu saiba, ninguém viu os dados da Surgisphere. Você pode pensar que os coautores trabalharam com ele nos dados, mas esse não é o caso. Quando Mandeep Mehra pediu os dados, Sapan Desai forneceu-lhe apenas as tabelas resumidas, mas nunca os dados brutos. Não sei que proporção desses dados foi inventada, mas o suficiente para que ele não quisesse compartilhá-los com seus coautores.
O episódio não dá razão àqueles que defendem um sistema de pré-publicação que permita uma revisão pelos pares que seja pública?
Nesse caso em particular, uma preprint poderia ter descoberto a fraude – eu posso imaginar. Mas um dos perigos das pré-publicações é que elas podem ganhar muita atenção antes de serem revisadas. Nós assinamos uma declaração emitida pelo Wellcome Trust reconhecendo que, durante uma pandemia, os pesquisadores podem apresentar seus resultados no domínio público mais rapidamente do que o habitual, e que, se optarem por pré-publicá-los, isso não comprometerá sua chance de vê-los publicados em uma revista. Teoricamente, eu apoio fortemente a ideia das pré-publicações. Mas também há problemas com elas: algumas levaram à exposição de teorias da conspiração sobre a origem do novo coronavírus e tiveram que ser removidas... As pré-publicações também podem ser enganosas. Elas têm seu lugar, mas não são a panaceia para esses problemas.
Para voltar à confiança que você mencionou, central no processo científico: o grande público não verá sua própria confiança na ciência erodida por esta crise? Ele descobriu que a verdade médica era muito instável. Isto é uma coisa boa ou ruim?
Eu penso que é uma coisa boa se o público entende que a ciência não produz verdades. O que ela faz é avançar em direção à verdade, a qual nunca atinge completamente. Isso significa que sempre há espaço para o erro, a incerteza e a dúvida. Sempre é ruim quando os políticos dizem que tomaram decisões de acordo com a ciência. Isso não quer dizer absolutamente nada. De que ciência estão falando? Que evidências, que incerteza, qual a sua certeza dos resultados? A “ciência”, nesse sentido, é uma invenção dos políticos para se protegerem dos críticos. Portanto, temos que explicar que não existe “a verdade” ou “a ciência”. Existem apenas probabilidades e possibilidades.
Se a Covid-19 destruiu a ilusão de que a ciência fornece a verdade, é uma coisa boa. Mas – e é um grande mas –, isso não deve provocar uma perda de confiança na ciência. Muito pelo contrário: mostrar a realidade do que é a ciência, mostrá-la em sua humildade, deve fortalecer a confiança que o público deve ter nela. O que fazemos humildemente é fazer o melhor possível em circunstâncias difíceis. Se nós contarmos isso, acho que o público confiará em nós. Se fizermos promessas infundadas, o público, compreensivelmente, não acreditará em nós.
Esta crise é uma oportunidade para a comunidade científica reescrever o contrato entre a ciência e a sociedade. Isso é muito importante. E é a hora de fazê-lo.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
“A Covid-19 mostra um fracasso catastrófico dos governos ocidentais”. Entrevista com Richard Horton, editor-chefe da The Lancet - Instituto Humanitas Unisinos - IHU