Mobilização popular, quando voltarás?

Ato em defesa da democracia (Foto: Editorial J | Flickr CC)

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08 Abril 2020

"Houve uma inversão e, a partir de 2018, a direita radical soube capitalizar as bases, ocupar as avenidas e eleger um presidente alucinado, varrendo lideranças históricas nos estados. O desafio atual é reverter esta situação absurda", escreve Luiz Alberto Gomez de Souza, sociólogo.

Eis o artigo.  

Em texto anterior centrei-me na presença das instituições nas crises políticas republicanas e ali foram determinantes as Forças Armadas. Mas não explicitei a presença fundamental da opinião pública, dos movimentos sociais e de articulações espontâneos nas bases populares, historicamente decisivos em vários momentos. 

Assim, a comoção popular depois do suicídio de Vargas em 1964, anulou a tendência golpista de Lacerda e de Carlos Luz, com seus aliados militares como o almirante Pena Boto. Logo depois, a posse de Juscelino em 1955, foi fruto de mobilizações e o contra-golpe de Lott foi uma resposta positiva a elas.

Em agosto de 1961, a Campanha pela Legalidade, no Rio Grande, Brizola à frente, foi um dos movimentos populares mais decisivos e brilhantes de nossa história, o que levou o general Machado Lopes a mudar de posição. A grande passeata dos cem mil, em 1968, sacudiu a sociedade e obrigou os militares a ditar o AI-5.

A abertura política nos anos 80 foi fruto em boa parte de diferentes ações políticas e de movimentos populares, mais ou menos espontâneos e o relincho de Figueiredo foi uma resposta a eles.

As "diretas já", entre 1983 e 1084, representaram um dos momentos mais eloquentes do povo invadindo as ruas. Os caras pintadas e uma população de preto, em 1992, derrubaram Collor. A vitória de Lula, em 2002, foi resultado, em parte, das Caravanas da Cidadania. Paradoxalmente, essa vitória produziu uma certa desmobilização, o governo cooptando lideranças populares. Assim, este último não soube analisar o dinamismo do povo nas ruas em junho de 2013 , e ele esteve ausente na queda solitária de Dilma

Caras-pintadas: manifestações pelo impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello (Foto: Senado Federal | Flickr CC)

Houve uma inversão e, a partir de 2018, a direita radical soube capitalizar as bases, ocupar as avenidas e eleger um presidente alucinado, varrendo lideranças históricas nos estados. O desafio atual é reverter esta situação absurda.

Vladimir Palmeira discursando durante a Passeata dos Cem Mil em 1968 (Foto: Wikipédia)

Saberão movimentos populares e partidos colaborar em mobilizações civis e democráticas muitas vezes espontâneas? Até lá, nos contentamos melancolicamente em depender das grandes instituições da república, aí incluídos os militares. Volto monotonamente a sonhar com uma Frente Ampla Popular, Civil e Democrática. Quando...

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