Querida Amazônia: 40 dias navegando rumo à conversão - 25º Dia

Deixemos de lado as atitudes farisaicas, que nos levam a acreditar sermos melhores que os outros

Foto: Greenpeace Brasil

21 Março 2020

 

Dia 25 de Navegação - 21 de março - Sábado da semana III

 

Deixemos de lado as atitudes farisaicas, que nos levam a acreditar sermos melhores que os outros

 

Petição permanente para a conversão sinodal no início de cada dia

Que o Deus Trinitário, exemplo de vida em comunhão, ajude-nos a sonhar com uma Igreja sinodal, onde saibamos descobrir os sinais dos tempos e a presença de um Deus encarnado de diferentes maneiras, em diferentes lugares. Um Deus que nos ajude a discernir sua presença e anunciá-lo em todos os cantos, também entre os que vivem mais distantes; ser uma Igreja em saída, que vai ao encontro, que escuta e dialoga com todos. Que procuremos o bem para todos aqueles com quem nos encontramos todos os dias e saibamos como trazer de volta para a Amazônia e para todos os lugares onde estamos tudo o que vivimos no processo sinodal, fazendo realidade o que Deus espera por nós.

Medite por alguns instantes esta petição inicial, buscar a calma interior para entrar neste momento de conversão da Amazônia pelas águas da sinodalidade, a serviço do Povo de Deus e seus povos e comunidades, e escutar o chamado de Deus através da sua Palavra Viva.

 

Fragmento de uma Leitura do Dia

(Cada um é convidado a aprofundar as leituras completas de acordo com sua própria necessidade e critérios) 

Para alguns que confiavam na sua própria justiça e desprezavam os outros, Jesus contou esta parábola: “Dois homens subiram ao templo para orar. Um era fariseu, o outro publicano.

O fariseu, de pé, orava assim em seu íntimo: ‘Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros, ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de toda a minha renda’.

O publicano, porém, ficou a distância e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia no peito, dizendo: ‘Meu Deus, tem compaixão de mim, que sou pecador!’

Eu vos digo: este último voltou para casa justificado, mas o outro não. Pois quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado”. (Lucas 18, 9-14).  

 

Reflexão na Perspectiva do Processo Sinodal Amazônico

Sentir-se melhor que os outros, pensar que nossa forma de entender a vida, de agir, é superior a dos outros. Quem faz parte da elite, seja econômica, social ou religiosa, sempre desprezará aqueles que considera estar abaixo, porque não respondem ao que os poderosos esperam deles. É uma maneira de se autolegitimar, de justificar atitudes e modos de pensar, que nem sempre respondem ao que deveria ser.

Os povos da Amazônia já foram vistos muitas vezes como pessoas atrasadas, não civilizadas, que não eram confiáveis, que não podiam oferecer nada de bom ao futuro da humanidade, inclusive por alguns que fazem ou dizem fazer parte da Igreja Católica. Pouco a pouco essa visão vem sendo superada, algo que foi decisivamente impulsionado com o Sínodo para a Amazônia. Isso também nos leva à conversão, a deixar de lado atitudes farisaicas, que nos levam a acreditar que somos melhores que os outros.

 

Contemplação

Vamos contemplar a imagem deste dia e dedicar um momento para reconhecer nossa própria vida e experiência na Igreja e no serviço à Amazônia para pedir luz nesta Palavra de Deus e, assim, trazer de volta tudo o que vivemos. Escreva seus pedidos particulares e permaneça neles durante esse dia. Convidamos você a manter um registro de tudo o que o Espírito lhe provoca como uma preparação interna para assimilar melhor o processo sinodal.

 

Meditação Final (Querida Amazônia, 77)

Assim poderão nascer testemunhos de santidade com rosto amazônico, que não sejam cópias de modelos de outros lugares, santidade feita de encontro e dedicação, de contemplação e serviço, de solidão acolhedora e vida comum, de jubilosa sobriedade e luta pela justiça. Chega-se a essa santidade “cada um por seu caminho” (LG, n. 11;58 cf. EG, n. 10-11), e isso se aplica também aos povos, nos quais a graça se encarna e brilha com traços distintivos. Imaginemos uma santidade com traços amazônicos, chamada a interpelar a Igreja universal.

 

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