Povos indígenas em isolamento voluntário, atuais cuidadores do Jardim do Éden
Que o Deus Trinitário, exemplo de vida em comunhão, ajude-nos a sonhar com uma Igreja sinodal, onde saibamos descobrir os sinais dos tempos e a presença de um Deus encarnado de diferentes maneiras, em diferentes lugares. Um Deus que nos ajude a discernir sua presença e anunciá-lo em todos os cantos, também entre os que vivem mais distantes; ser uma Igreja em saída, que vai ao encontro, que escuta e dialoga com todos. Que procuremos o bem para todos aqueles com quem nos encontramos todos os dias e saibamos como trazer de volta para a Amazônia e para todos os lugares onde estamos tudo o que vivimos no processo sinodal, fazendo realidade o que Deus espera por nós.
Medite por alguns instantes esta petição inicial, buscar a calma interior para entrar neste momento de conversão da Amazônia pelas águas da sinodalidade, a serviço do Povo de Deus e seus povos e comunidades, e escutar o chamado de Deus através da sua Palavra Viva.
(Cada um é convidado a aprofundar as leituras completas de acordo com sua própria necessidade e critérios)
Com tua vara de pastor, guia o teu povo, rebanho que é propriedade tua e está sozinho no mato, no meio da capoeira. Que eles possam pastar em Basã e Galaad como nos tempos antigos. Como no dia em que nos tiraste do Egito, mostra-nos agora tuas maravilhas. (…)
Haverá algum Deus igual a ti, Deus que tira o peca-do, que passa por cima da culpa do resto de sua herança, não guarda sua ira para sempre e prefere a misericórdia? Ele vai nos perdoar de novo! Vai calcar aos pés as nossas faltas e para o fundo do mar jogará todos os nossos pecados. Darás fidelidade a Jacó, misericórdia a Abraão, conforme juraste a nossos pais desde os tempos passados. (Miquéias 7, 14-20).
Um Deus compassivo e misericordioso, que cuida da sua herança, também daquele que vive sozinho na floresta, no meio do jardim. A Palavra de Deus nos conduz no tempo e no espaço, e nos leva a recordar dos povos indígenas em isolamento voluntário, que escolheram um modo de vida diferente, que muitos não entendem e que fazem de tudo para exterminá-la. Respeitá-los nos leva a descobrir que ainda existem povos que vivem em condições semelhantes àqueles que foram colocados no Jardim do Éden para cuidar da obra de Deus.
É um Deus que espera de nós conversão, novas formas de entender a vida, a Igreja e a ecologia; nos convida a seguir novos caminhos e deixar sua marca neles. É assim que tornaremos realidade sua proposta de vida, marcada pela sua lealdade e fidelidade, a mesma que Ele sempre teve, apesar das infidelidades do seu povo.
Vamos contemplar a imagem deste dia e dedicar um momento para reconhecer nossa própria vida e experiência na Igreja e no serviço à Amazônia para pedir luz nesta Palavra de Deus e, assim, trazer de volta tudo o que vivemos. Escreva seus pedidos particulares e permaneça neles durante esse dia. Convidamos você a manter um registro de tudo o que o Espírito lhe provoca como uma preparação interna para assimilar melhor o processo sinodal.
"Um capítulo específico especifica Povos Indígenas em Isolamento Voluntário (PIAV) ou Povos Indígenas em Isolamento e Contato Inicial (PIACI). Na Amazônia, existem cerca de 130 cidades ou segmentos de aldeias, que não mantêm contatos sistemáticos ou permanentes com a sociedade circundante. Abusos e violações sistemáticas do passado levaram sua migração para lugares mais inacessíveis, buscando proteção, buscando preservar sua autonomia e optando por limitar ou evitar suas relações com terceiros. Hoje, eles continuam tendo suas vidas ameaçadas pela invasão de seus territórios de várias frentes e sua baixa demografia, sendo expostos a limpeza e desaparecimento étnicos".