Querida Amazônia: 40 dias navegando rumo à conversão - 8º Dia

Foto: Daniel Zanini H. | Flickr CC

04 Março 2020

 

Dia 8 de Navegação - 04 de março (quarta-feira da semana I)

Desde os confins da terra, somos chamados à conversão

Que o Deus Trinitário, exemplo de vida em comunhão, ajude-nos a sonhar com uma Igreja sinodal, onde saibamos descobrir os sinais dos tempos e a presença de um Deus encarnado de diferentes maneiras, em diferentes lugares. Um Deus que nos ajude a discernir sua presença e anunciá-lo em todos os cantos, também entre os que vivem mais distantes; ser uma Igreja em saída, que vai ao encontro, que escuta e dialoga com todos. Que procuremos o bem para todos aqueles com quem nos encontramos todos os dias e saibamos como trazer de volta para a Amazônia e para todos os lugares onde estamos tudo o que vivimos no processo sinodal, fazendo realidade o que Deus espera por nós.

Medite por alguns instantes esta petição inicial, buscar a calma interior para entrar neste momento de conversão da Amazônia pelas águas da sinodalidade, a serviço do Povo de Deus e seus povos e comunidades, e escutar o chamado de Deus através da sua Palavra Viva.

 

Fragmento de uma Leitura do Dia

(Cada um é convidado a aprofundar as leituras completas de acordo com sua própria necessidade e critérios)

Acorrendo as multidões em grande número, Jesus começou a dizer: “Esta geração é uma geração per-versa. Busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. De fato, assim co-mo Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração.

No dia do juízo, a rainha do Sul se levantará junta-mente com esta geração e a condenará, pois ela veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão, e aqui está quem é mais do que Salomão. No dia do juízo, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão; pois eles mostraram arrependimento com a pregação de Jonas, e aqui está quem é mais do que Jonas”. (Lucas 11,29-32)

 

Reflexão na Perspectiva do Processo Sinodal Amazônico

Muitos são os que, ao longo da história, pregaram a necessidade de conversão. Afinal, Deus nos fala por meio daqueles que ele nos envia. Essa mensagem nem sempre foi ouvida, mesmo quando Deus nos falou através seu próprio Filho. No século 21, Deus está falando conosco por meio do Papa Francisco, que entre as muitas conversões para as quais ele nos chama, uma delas é a conversão ecológica.

Muitos não o escutam, sobretudo aqueles que vivem instalados no centro da Igreja e da sociedade, naquele primeiro mundo social e eclesial. Mas o Sínodo da Amazônia nos mostrou que alguém que veio dos confins da terra, da periferia, é o exemplo a seguir. Os povos da Amazônia ouviram esse convite e colocaram a mão na massa junto com o bispo de Roma, chamando o mundo a descobrir a necessidade de cuidar da Casa Comum, uma atitude assumida secularmente por eles, que querem ver assumida por todos.

 

Contemplação

Vamos contemplar a imagem deste dia e dedicar um momento para reconhecer nossa própria vida e experiência na Igreja e no serviço à Amazônia para pedir luz nesta Palavra de Deus e, assim, trazer de volta tudo o que vivemos. Escreva seus pedidos particulares e permaneça neles durante esse dia. Convidamos você a manter um registro de tudo o que o Espírito lhe provoca como uma preparação interna para assimilar melhor o processo sinodal.

 

Meditação Final (Documento Final – Sínodo Amazônico, 95)

“Nosso planeta é um dom de Deus, porém sabemos da urgência de agir diante de uma crise socioambiental sem precedentes. Necessitamos uma conversão ecológica para responder adequadamente. Portanto, como Igreja Amazônica, diante da agressão cada vez maior contra nosso bioma ameaçado de desaparecer, com tremendas consequências para nosso planeta, nos colocamos em caminho inspirados pela proposta da ecologia integral. Reconhecemos as feridas causadas pelo ser humano em nosso território, queremos aprender de nossos irmãos e irmãs dos povos originários, num diálogo de saberes, o desafio de dar novas respostas buscando, modelos de desenvolvimento justo e solidário. Queremos cuidar nossa “casa comum” na Amazônia e, para tal, propomos novos caminhos”.

 

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