29 Novembro 2019
No dia 27 de novembro, o papa Francisco aceitava a renúncia do arcebispo de Manaus, dom Sérgio Castriani, e nomeava dom Leonardo Steiner. Depois de sete anos à frente da arquidiocese, dom Sérgio, que tem 65 anos, renuncia em consequência de sua doença, que o limita fisicamente em sua labor pastoral.
Dom Leonardo Steiner em coletiva de imprensa. Foto: Arquidiocese de Manaus
A reportagem é de Luis Miguel Modino.
Na chegada no aeroporto, na noite do dia 27, onde foi recebido por representantes das pastorais e movimentos e os dois bispos auxiliares, dom José Albuquerque de Araújo e dom Edmilson Tadeu Canavarros dos Santos, o novo arcebispo, que até o momento era bispo auxiliar de Brasília, e tem sido secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, no período de 2011 a 2019, ele reconhecia que mesmo tendo estado alguma vez em Manaus, ele não conhece a Igreja local, mas “será uma alegria muito grande poder me inserir nessa vida eclesial e poder conhecer tantas pessoas que participam da vida da Igreja e esse cuidado todo de sermos uma Igreja muito presente, muito testemunhal”. Em suas primeiras palavras, ele destacava o apoio de tantas pessoas, insistindo em que “a Igreja é viva, a Igreja são comunidades, a Igreja não é só o bispo”.
Já na coletiva de imprensa, celebrada na manhã do dia 28 na residência do arcebispo, dom Sérgio Castriani disse que “nós o acolhemos com muita alegria”. Será ele quem até 31 de janeiro, em que o novo arcebispo toma posse, estará como administrador arquidiocesano.
Dom Leonardo tem agradecido ao Santo Padre pelo fato de “ter sido enviado para a Amazônia, era meu desejo, já tinha trabalhado em São Felix do Araguaia”, no estado de Mato Grosso, que também faz parte da Amazônia legal. Ele disse chegar com humildade, insistindo em que “a arquidiocese tem uma história, uma história longa, bonita, a Igreja de Manaus tem uma história de vida inserida na sociedade tem participado em debates, tem tentado ser uma presença testemunhal muito grande”.
Dom Sergio Castriani e dom Leonardo Steiner. Foto: Arquidiocese de Manaus
Diante dessa realidade, o novo arcebispo, afirma que “o meu desejo é chegar e ouvir, ouvir as comunidades, ouvir as necessidades, dialogar com tantas pessoas que estão à frente das nossas comunidades, os leigos, os presbíteros, os movimentos, as pastorais, para juntos darmos continuidade à vida da arquidiocese”.
Em referência ao Sínodo para a Amazônia, que celebrou sua assembleia sinodal no mês de outubro, dom Leonardo Steiner enfatizou que “entrar nesse movimento, eu acho que é decisivo para podermos depois implementar as orientações que o Santo Padre há de nos dar com a Carta pós-sinodal”. Ele também disse ter participado das discussões anteriores ao sínodo, “procurei ouvir aquilo que foi discutido no sínodo, e nós vamos aguardar o que o Santo Padre vai nos dizer”.
Depois de “uma experiência muito rica na CNBB, de ter podido participar da vida de tantas Igrejas no Brasil, eu espero poder dar a minha contribuição, no sentido de colocar alguns pontos ao serviço da Igreja aqui em Manaus”, segundo o novo arcebispo da capital amazonense. Em referência a seu plano futuro de trabalho, ele disse que “o bispo precisa chegar a todas as comunidades, é necessário que o bispo conheça e seja conhecido, é só assim que se pode ouvir que se pode anunciar uma mensagem. A primeira tarefa será visitar todas as comunidades”.
Nesse sentido, tem insistido em que “é o interior que precisa da gente, são as comunidades ribeirinhas que precisam da nossa presença, são as pessoas que vivem quase à margem da sociedade globalizada que precisam da nossa presença como Igreja, a presença do Evangelho para anima-las, levar esperança e continuar a vida harmônica que levam nesse distanciamento geográfico”. Partindo dessa realidade, “eu desejo encurtar as distâncias humanas, desejo encurtar as distâncias da fé, e as distâncias geográficas não vão nos impedir isso”, segundo dom Leonardo Steiner.
Dom Leonardo Steiner. Foto: Arquidiocese de Manaus
O objetivo desta primeira visita em sua nova arquidiocese é “conhecer um pouquinho a estrutura da arquidiocese, a dinâmica da arquidiocese”, segundo dom Leonardo. Para isso, entre outras atividades, ele disse que vai se encontrar com os padres, a caritas e os seminaristas. Como tem sido mostrado ao longo do processo sinodal, o novo arcebispo de Manaus, reconhece que “a Amazônia é uma região onde a Igreja pode inovar, onde a Igreja pode criar, junto com os ministérios, os leigos, pode pensar sua pastoral de maneira diferente, a sua inserção”, reconhecendo que tinha manifestado ao Santo Padre seu desejo de vir para a Amazônia e que sua intenção é dar sua contribuição a partir do Sínodo da Amazônia.
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“A Amazônia é uma região onde a Igreja pode inovar, pode pensar sua pastoral de maneira diferente” afirma Dom Leonardo Steiner novo arcebispo de Manaus - Instituto Humanitas Unisinos - IHU