29 Novembro 2019
“O documento do Sínodo tem a ver com a Igreja, mas é uma mensagem para toda a humanidade, envolve a todos nós e é uma responsabilidade de todos”, afirma Gregorio Mirabal, do povo Curripaco da Venezuela.
A entrevista é de Minerva Vitti, publicada por Revista SIC e reproduzida por CPAL Social, 27-11-2019. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
É 26 de outubro de 2019 e falta um dia para que se terminem as discussões do Sínodo da Amazônia, um encontro que reuniu 283 pessoas entre bispos, chefes de dicastérios da Cúria Romana, membros do conselho pré-sinodal, especialistas, auditores e auditoras, delegados fraternos e convidados especiais.
Gregorio Mirabal, do povo indígena curripaco da Venezuela, que atualmente dirige a Coordenadoria das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica - COICA, espera em uma das ruas de Roma antes de entrar na sala Paulo VI, no Vaticano, onde ocorre o encontro. Já passa quase 20 dias neste local, onde participa como convidado especial e, apesar de que haja a presença de vários indígenas, Mirabal representa a única organização indígena regional que participa nas discussões internas deste Sínodo.
À frente de Mirabal há um grupo de pessoas que cantam e animam os companheiros que vão rumo à sessão que se inicia às quatro da tarde. Muitos deles fazem parte da Amazônia Casa Comum, uma série de eventos que ocorrem em paralelo ao Sínodo e que buscam aproximar essa cidade europeia aos territórios amazônicos. Alguns participantes do Sínodo passam sorridentes por meio da roda improvisada formada por essas pessoas. Outro grupo de religiosos caminha por fora, indiferentes, olhando de canto para o gesto fraterno. Nem todos estão de acordo com a realização do Sínodo. “É normal, não somos iguais”, diz Mirabal vestido com sua coroa de plumas, um suéter com estampas étnicas com a imagem da COICA, uma bolsa de tecido que leva cruzada e uma maleta de redes com o logo do Sínodo.
Mirabal já está há um ano como coordenador geral da COICA, a maior organização indígena do continente americano, porque reúne as organizações regionais e de base dos nove países da Amazônia: Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa e Brasil.
A COICA lidera a defesa dos direitos e territórios de 506 povos indígenas e mais de 66 povos em isolamento voluntário e contato inicial, em uma região única de 7,5 milhões de km². Ademais, há 35 anos desenvolve um trabalho de promoção dos direitos territoriais, ambientais e culturais; a proteção dos conhecimentos ancestrais indígenas e da propriedade intelectual coletiva; a implementação da consulta prévia, livre e informada e a adoção de medidas contra a mudança climática.
Nessa entrevista, o dirigente indígena fala de seu trabalho na COICA, a situação das organizações indígenas da Bacia Amazônica, o caso venezuelano, sua participação no Sínodo da Amazônia e a conversão ecológica à qual estamos todos chamados. Finalmente, compartilhamos a Declaração Final da COICA sobre o Sínodo Especial para a Região Amazônia.
Como tem sido seu trabalho na COICA?
Assumi a COICA depois de presidir a Organização Regional dos Povos Indígenas da Amazônia (ORPIA), na Venezuela. Não foi fácil sair do local para dirigir uma organização tão grande como a COICA. Uma estrutura muito interessante, porém muito complexa porque foi criada para ser uma voz internacional. No décimo congresso, onde fui eleito, o trabalho da COICA estava muito baixo porque a organização havia se desconectado um pouco das lutas territoriais, então a conclusão era que o conselho diretor, o conselho de governo tinha que permanecer na sede em Quito, porque havia pouquíssima presença ali e que se conectasse com as agendas territoriais dos povos.
Minha primeira coletiva de imprensa foi pelo caso Chevron-Texaco. Naquela semana se deu a decisão da justiça equatoriana e bom, aí estava a Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), a Confederação de Nacionalidade Indígenas da Amazônia Equatoriana (Cofeniae), os povos da montanha. Foi impactante porque quando eu cheguei para acompanhar, o povo perguntava “O que a COICA está fazendo aqui?”, porque a COICA não acompanhava esses processos, então eu, com muita humildade, lhes disse que estávamos recuperando nossa identidade. A partir disso nos aliamos com estas organizações indígenas e estamos mais nas ruas.
Estou aqui por causa do Sínodo, que é algo chave para a humanidade, mas para mim o que está acontecendo no Equador tem sido uma escola e uma fortaleza de que se o movimento indígena estiver unido e certo dos objetivos pode conseguir muitas coisas.
Pode nos dar um panorama de como estão as lutas dos povos indígenas na bacia Amazônia?
Na Colômbia está muito forte a união, estamos acompanhados da Organização Nacional Indígena da Colômbia (ONIC) e da Organização Nacional dos Povos Indígenas da Amazônia Colombiana (OPIAC). No Brasil, foi a primeira vez que um coordenador da COICA esteve no Acampamento Terra Livre. Protestamos no Palácio do Planalto, no Senado, acompanhando os irmãos.
Há outras experiências em que as organizações estão muito fracas. No caso da Bolívia, acaba de terminar a décima marcha que coincide com a reeleição de Evo Morales. No caso da Venezuela, como o poder do Estado influencia, tem muita incidência e minimiza a luta dos povos. Em meu país somos poucos indígenas, poucas organizações estão fortalecidas e a situação não permite a unidade de nossos povos, porém é um processo.
Qual é o estado atual das organizações indígenas nesses territórios?
Há várias realidades: organizações muito fortes, organizações não tão fortes e organizações que estão muito fracas na bacia amazônica. Então, como COICA, estamos tratando de dinamizar essas lutas. Equador, Colômbia, Peru, são exemplos de que, se podemos nos organizar melhor, podemos defender melhor e pouco a pouco os outros que não estão tão fortes nem coesos vão se rearticulando.
O mandato da COICA foi muito forte, nossa posse foi como entregar uma lança. Essa coroa [Mirabal toca no distintivo que está levando] tem um mandato de luta, entregue pelas autoridades indígenas do Equador e de outros países, é realmente um desafio. Não foi fácil, porém estamos aqui: recuperamos a porta-voz nas Nações Unidas, este espaço na Igreja. No tema do aquecimento global, para a conferência da COP Chile (que agora se realizará na Espanha sob a presidência do Chile) levamos já posições ouvidas de nossos povos, do que estão reclamando. Nos casos do Equador, Peru, Bolívia, Colômbia estão fortes, porém também são as mesmas vozes e aspirações de nossas organizações que não estão fortes.
No caso da Venezuela, como foi a aproximação da COICA às organizações indígenas? Existe algum esforço ou estratégia que possa fortalecer os processos para que diminua essa divisão que existe entre nossas organizações indígenas? Ambos sabemos que é complexo pelos temas de segurança e a quantidade de fatores políticos que existem, porém a Colômbia e o Brasil encabeçam as listas de mortes de defensores do ambiente, inclusive mais que na Venezuela, e já vocês adiantaram ações nesses lugares.
Nós estamos na comissão de paz da Colômbia. Temos um representante da COICA, que é o representante da Opiac, e é impressionante a violência do governo colombiano contra os defensores indígenas. Neste primeiro ano de governo Iván Duque já se contam 80 mortos, e mais de 400 em dois anos. Se vês os números no Brasil, eles superam. Em 2019, o governo de Bolsonaro cometeu muitos assassinatos pelo tema territorial, porém antes também. Depois do México estão Brasil e Colômbia encabeçando a lista com mais defensores assassinados.
Na Venezuela se manifesta de múltiplas formas. Não tem assassinato de 80, 100 ou 400 irmãos indígenas, porém se reflete nos hospitais, na luta que tem nossos povos na busca por uma vida melhor e muitas vezes tomam como opção o trabalho em minas e este é outro mundo. Muitas vezes adoecem, não voltam, adoecem, morrem e nessa busca de um bem-estar também saem de nosso país. Saem para o Brasil, Colômbia, para além de nossas fronteiras e um número elevado.
Eu com a COICA fiz duas visitas de muito baixo perfil porque a mesma polarização que tem na nossa sociedade, os povos indígenas não escapam. Então temos irmãos que exigem que a COICA enfrente o Estado e tem irmãos que dizem que a COICA deve apoiar o Estado. Nós dizemos que não somos governo, pois somos uma organização indígena de direitos territoriais e na mesma medida em que é possível reconhecermos o que é positivo, também temos a capacidade de reconhecer o ponto negativo do que está ocorrendo.
Quando olhamos para o panorama nacional cada realidade é distinta: Delta Amacuro, Bolívar, Amazonas, o ocidente. Nós dissemos que vamos começar pela ORPIA, de onde venho, e estamos construindo uma agenda para dar uma alternativa à mineração. Não estamos em capacidade de enfrentar o Estado porque não estamos unidos, não estamos fortes, não temos essa capacidade de incidência, porém sim, estamos buscando uma alternativa econômica para que nossos irmãos deixem de ser utilizados por toda essa infraestrutura que é a mineração, em que ao final, a maioria são operários, se beneficiam muito pouco do que realmente essa atividade, que é tão destrutiva e danosa, oferece. Estamos nessa construção da agenda.
O que precisa ocorrer para que as organizações indígenas na Venezuela se fortaleçam?
Primeiro nos colocarmos de acordo entre nós, porque nós queremos despolitizar a luta indígena em nosso país. Não pode ser que haja indígenas vermelhos, brancos e verdes. Não pode ser. Nós somos indígenas, porém primeiro é preciso fazermos nossos irmãos entenderem. Primeiro vamos falar como indígenas. Se alguém vier com um discurso emprestado da esquerda ou da direita não estamos fazendo anda, não estamos construindo algo. Isso vai ser um processo.
O povo venezuelano também está nesse debate. Estão vendo como fazem propostas, alternativas frente à toda esta situação e eu creio que nós como povos indígenas já iniciamos esse debate e aspiramos que no curto prazo já estamos caminhando com nossas comunidades. Se conseguirmos um incentivo que apoie o turismo em nossas comunidades, que valorize o artesanato e as atividades que não tenham nada a ver com a mineração, começaríamos por ali, porque é uma oportunidade de demonstrar que podemos fazer outras coisas. Sabemos fazer outras coisas.
Como você viu a Igreja Católica neste caminho sinodal com os povos indígenas?
Para nós, o Sínodo da Amazônia é uma notícia muito importante. Não creio que haja outra experiência na história da Igreja em que se convoque os habitantes da Amazônia, que são os povos indígenas, habitantes originários que estiveram primeiro que qualquer um ali. Isso é muito relevante porque o Sínodo é uma das máximas instâncias que tem a Igreja, porém é um espaço interno deles e nós estamos ali em suas discussões, dando propostas, elevando nossa voz. Depois de muitos séculos, um Papa convocar um Sínodo pela Amazônia não pode passar despercebido.
Obviamente, há um setor da Igreja que não está de acordo com nossa presença. É normal, não somos todos iguais. Entretanto, estamos fazendo com muita dignidade a nossa proposta e incidência, porque o chamado do papa Francisco a esse Sínodo é uma das últimas mensagens à humanidade para se salvar. Se não escutarmos o que está dizendo o papa Francisco, se não lermos a Laudato Si’, o Instrumentum laboris que está sendo debatido, realmente não estamos preocupados com o que está acontecendo.
Que alianças podem se dar entre os povos indígenas e a Igreja Católica? Entendendo que cada um cumpre seu papel e sua responsabilidade, porém atualmente ambos vivem na Amazônia. Por exemplo, existem religiosos que estão há 50 anos entre vocês. Utilizo a palavra aliança porque é com ela que vocês nomearam essa relação.
Nós temos dito que é um Papa muito corajoso por abordar isso. Tem acontecido um debate científico, religioso, dos nossos povos para dentro e é esta a pergunta “a humanidade quer uma Amazônia destruída ou em pé?”. Os povos indígenas estão lutando para que se mantenha em pé, porém vai depender muito, também, dos investimentos que a Europa, a Ásia e os Estados Unidos fazem no extrativismo latino-americano. Se não pararmos isso, sejam governos de esquerda ou de direita, realmente não vamos poder fazer muito. Porém, o fato de nosso irmão, como eu chamo o papa Francisco, estar abordando com tanta autoridade é um avanço.
Oxalá que o mundo católico e mais além de suas fronteiras atenda a isso, porque o documento do Sínodo tem a ver com a Igreja, porém é uma mensagem para toda a humanidade, envolve a todos nós e é uma responsabilidade de todos. Já demos nossas contribuições, já sentimos o compromisso do Papa, porém a Igreja é diversa, então a Igreja tem que mudar muitas coisas, tem que se renovar, fazer a conversão, isso se debateu muito adentro. Também a Igreja tem a sua crise, estão na Amazônia, porém as juventudes da Europa não querem ir para lá, já não há muitas vocações autóctones, e isso é alarmante porque se perde a presença da Igreja nas comunidades. Estamos contentes por se pautar com tanta sinceridade e que de todas as partes façamos esse compromisso pela Amazônia.
Nos diz que é preciso deter os grandes capitais. Vários companheiros indígenas denunciaram nesse Sínodo o investimento do Banco Vaticano e de outras instituições eclesiais em empresas extrativistas que depredam nossos territórios amazônicos. Acredita que a Igreja deveria ter uma participação mais ativa na defesa dos territórios?
Nós falamos isso, pedimos que revisem os investimentos da Igreja Católica e que estão favorecendo o extrativismo que parem isso e que esses investimentos sejam para o reflorestamento, o apoio das comunidades indígenas, a preservação da Amazônia. Isso nós abordamos e com certeza tomaram nota. Nós dissemos que a Igreja deve ser coerente: se está construindo um Sínodo pela Amazônia, não pode fazer investimento que destruam a Amazônia e seus povos.
Também pedimos à Igreja que diga algo do que está acontecendo na Amazônia. Houve uma discussão de que a Igreja não é política, porque todos os governos de esquerda e direita dizem para que não se metam no seu governo, que se cale. Então dissemos, seja de esquerda ou de direita, vocês devem dizer algo. Não há o que calar diante do que está ocorrendo, porém tampouco há de cair na tentação politiqueira. A Igreja tem que levantar a voz como Igreja Católica, sem se identificar com os interesses políticos da esquerda ou da direita. Quando nos misturamos, caímos no erro de ser parte da luta e esta não é a ideia, mas sim gerar uma luz que oriente as lutas de nossos povos. Devemos nos organizar como indígenas e nos libertar como indígenas.
São muitos níveis. Essa conversão ecológica que fala se deve dar para essas sociedades que com seus modelos de consumo pressionam nossos territórios por meio de corporações, ou algumas comunidades indígenas que, devido à precarização de suas vidas e essas mesmas pressões, devem fazer atividades destrutivas em seu próprio entorno.
Nós dizemos que estão os cinco continentes, porém nesse momento a mudança tem que ser pessoal. Tu e eu somos responsáveis do que pode acontecer no planeta. Façamos essa mudança na família, na nossa escola, desde o mais pequeninho. Nós podemos fazer algo. Cada segundo, cada minuto que nós fazemos algo a favor ou contra o planeta. Se conseguirmos essa sintonia, além dos 4 bilhões de católicos, além dos 300 milhões de indígenas que há no mundo, convenceremos outras religiões e outros povos rumo ao melhor: que é salvar o planeta.
A mensagem para a bacia Amazônia é que a salvação da Amazônia é a salvação do planeta e a salvação-libertação se faz desde nossos espaços. Agora a Amazônia está ameaçada nos nove países. São os mesmos fantasmas, as mesmas empresas com diferentes nomes, esquerda, direita, centro, estão ali presentes. Nós temos que aprender a defender nossa casa, nosso território, temos que começar a refletir sobre isso. O que vamos deixar a nossos filhos? O que vamos entregar à nova geração? Neste momento a nova geração está questionando o mundo destruído que estamos lhes entregando. Na Amazônia, de onde venho, ainda há espaços que se possa conservar. Por exemplo, um dos maiores parques nacionais do mundo, o Parque Nacional Caura, ainda há possibilidade de fazer algo. Nos monumentos naturais do Orinoco, o Autana, apesar de que haja muitíssima mineração legal e ilegal, ainda se pode fazer algo. Estamos a tempo ainda e não podemos nos desanimar. Primeiro fazermos essa reflexão, como indígenas que temos que atuar como indígenas, com a clareza que tinham nossos avós de que nosso território é nossa casa.
Em algumas entrevistas que foram realizadas, eles se concentraram em sua espiritualidade, perguntaram se são católicos ou não. Você acha que essa é a coisa mais relevante para participar desse sínodo?
Eu tive muitas entrevistas com a imprensa europeia e disse que esse Sínodo não é para católicos ou não-católicos. Nós participamos como povos indígenas. Neste momento, minha responsabilidade é defender a espiritualidade indígena se eu não estivesse aqui. Está defendendo nossa visão de mundo, nossa identidade, porque meus avós não conheciam o catolicismo. Não posso falar como católico porque venho defender outro mundo, um mundo que eles querem destruir, que está prestes a deixar de existir. O que eu disse é que a religião católica não está em desacordo com a espiritualidade indígena, porque é a mesma criação, porque o que meus pais e meus avós me ensinaram é uma tradição espiritual de milhões de anos atrás e o mesmo Deus, que É melhor aqui, que o papa Francisco seja o representante de Deus na Terra, ele é o mesmo Deus que criou o mundo. Cair em uma discussão sobre se eu sou católico ou não, não é o fundo deste Sínodo. Embora muitas pessoas tenham entendido errado, no fundo estou claro: vim defender a espiritualidade de nossos povos, porque fui eleito e não contradiz a crença de que Deus existe.
De sua espiritualidade indígena, como têm sido esses caminhos de encontro com a Igreja Católica?
Hoje terminamos o Sínodo, e volto com duas imagens muito poderosas. Uma imagem do papa Francisco com uma mensagem direta ao mundo: “ou salvamos a Amazônia ou salvamos a Amazônia”. Esta é uma mensagem muito poderosa, e esperamos que a Igreja a entenda e apoie, porque há um setor que discorda. E a outra imagem é com aqueles que discordam da Igreja que os povos indígenas entrem com sua espiritualidade. Eles veem isso como uma heresia, uma profanação entrarmos com nossas coroas, penas e espiritualidade. Eu faço um chamado para refletirem, porque se queremos uma mudança, a conversão deve ser de todos. Assim como aceitamos que existe um Deus católico que ama seus filhos e que somos todos seus filhos, a nossa espiritualidade diz que nossas montanhas, nossos rios nasceram para servir, cuidar de seu povo e eles não pedem nada em troca. Quando você bebe água ou come uma fruta da floresta, ele não cobra. Quando o sol ilumina você, ele não está cobrando e aí está a nossa espiritualidade, e isso também é dito pelo Deus aqui de Roma, pelos católicos, por Jesus Cristo que disse que sempre estará com o povo. Também em nossa espiritualidade esses deuses caminham com nossos povos. Eles estão presentes.
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“A humanidade quer uma Amazônia destruída ou em pé?”. Entrevista com Gregorio Mirabal - Instituto Humanitas Unisinos - IHU