26 Julho 2019
"Padre Rocha" viveu entre o povo circense desde seus anos de seminário. O atual vice-presidente da pastoral dos nômades no Brasil foi chamado pelo Papa Francisco para auxiliar o cardeal Odilo Pedro Scherer na arquidiocese da grande metrópole
Ele viveu em um acampamento cigano durante os anos do seminário, inclusive trabalhando como palhaço em um circo. Pouco mais de vinte anos depois, é o novo bispo auxiliar de São Paulo, a grande metrópole do Brasil.
Padre Rocha com os ciganos (Foto: Mondo e Missione)
O papa Francisco chamou agora o padre Jorge Pierozan, "padre Rocha", como é conhecido em São Paulo, para auxiliar o cardeal Odilo Pedro Scherer no ministério episcopal na cidade grande. Sacerdote desde 1997, Pierozan, além de pároco do Sagrado Coração de Jesus, já era de vigário geral adjunto e vigário da região da Lapa - uma das seis em que se divide a arquidiocese de São Paulo. Mas, mesmo nessas posições, nunca deixou de caminhar ao lado dos ciganos, ainda desempenhando a tarefa de vice-presidente da pastoral dos nômades da Igreja brasileira.
A reportagem é de Giorgio Bernardelli, publicada por Mondo e Missione, 25-07-2019. A tradução é de Luisa Rabolini.
O próprio padre Rocha, nascido em 1964, é neto de uma cigana que se casou com um emigrante italiano. Apesar disso, o que o levou a morar junto com os nômades no estado do Rio Grande do Sul, de onde é nativo, foi o encontro com o padre Renato Rosso, um missionário fidei donum nativo de Alba, Itália, e isso se transformou no fio condutor do serviço pastoral de seu sacerdócio de um continente ao outro.
Hoje, Padre Renato vive sempre com os ciganos, mas na diocese de Khulna, em Bangladesh. Entre a década de 1980 e o início da década de 1990, no entanto, ele foi pioneiro de atenção aos ciganos também no Brasil. E foi com ele que na diocese de Caxias do Sul o então seminarista Jorge Pierozan, junto com outros dois companheiros, viveu a experiência do seminário sob a tenda de lona.
O Brasil é o país da América Latina que tem a maior comunidade de ciganos: as estatísticas falam de pelo menos 800 mil pessoas, ou seja, cerca de 0,4% da população. Conta-se que chegaram à América na segunda metade do século XVI depois de terem sido expulsos de Portugal. Muitos deles ainda falam a língua romani. E até no Brasil eles têm que lidar com muitos preconceitos.
"Foi entre os ciganos que conheci alguns dos meus melhores amigos - contava recentemente o padre Rocha em uma entrevista. Aprendi a amá-los, defendê-los. Aprendi a rezar com eles. Os governantes, de norte a sul, fazem pouco ou nada para lhes dar dignidade. A Igreja Católica, ao contrário, os ama”.
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Padre dos ciganos é nomeado bispo auxiliar em São Paulo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU