"Não existe apenas o sexto mandamento", constata bispo alemão

Heiner Wilmer | Foto: Harald Oppitz - katholisch.de

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19 Junho 2019

Em entrevista ao jornal alemão Süddeutsche Zeitung, o bispo de Hildesheim, Heiner Wilmer, disse que a Igreja Católica precisa de uma nova teologia, após os casos de abuso. "A crise de confiança sopra com toda força dentro das nossas Igrejas, nós é que ainda não percebemos isso".

A reportagem é publicada por Settimana News, 16-06-2019. A tradução é de Luisa Rabolini.

Quanto aos abusos, o bispo afirmou que a resposta por meio da lei disciplinar e eclesiástica, bem como da prevenção e da comunicação, melhoraram e também a colaboração com a justiça e a política. Tudo isso está correto e é justo. "Mas, ainda não enfrentemos o problema nas raízes: o que tudo isso significa para o nosso discurso sobre Deus, a Igreja, pela proclamação do Evangelho?"

"A imagem da Igreja foi uma das razões pelas quais foi possível chegar a esse grau de violência sexual. Nós não consideramos a pessoa; nos interessou antes uma imagem limpa de Igreja, algo que considero completamente grotesco”.

No último século, escorregamos em uma espécie de pregação que levou a Igreja a ser "uma instituição moral degenerada", no sentido de que a atenção estava centrada no "que se pode ou não se pode fazer sob os lençóis". "Temos dez mandamentos, não apenas o sexto". Há problemas morais mais urgentes, por exemplo, se existem guerras justas, uma justa distribuição dos bens e uma justiça entre as gerações.

"A mensagem de Jesus - enfatizou Wilmer - não é em primeiro lugar - moral. Pelo contrário, diz respeito à redenção e libertação do homem. Decisivo é como o Evangelho possa ser testemunhado para que a chama sob as cinzas volte a brilhar novamente. Para esse fim, devemos começar com aqueles que são os desejos profundos das pessoas. Quem se interessa apenas pela sobrevivência da Igreja está perdido”.

As discussões sobre as ordens sagradas e o celibato - acrescentou Wilmer - estão certas. Ele mesmo se declarou "um celibatário apaixonado como pessoa pertencente a uma congregação religiosa". Por isso - acrescentou - é necessário trazer “ainda mais à luz” o celibato, não simplesmente insistir na obrigação para todos os eclesiásticos. "E as mulheres precisam urgentemente alcançar posições de liderança e de responsabilidade. Não podemos mais simplesmente repetir: o problema da admissão de mulheres às ordens sagradas já foi resolvido. Por isso eu confio no Espírito Santo".

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