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E depois do futuro? A provocação de Franco Berardi

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31 Mai 2019

Depressão. Paralisia da vontade. Captura e impotência permanentes. Como os sonhos da modernidade degeneraram, em todo o Ocidente, em vertigem distópica? Como reunir as forças para o possível resgate?, indaga filosofo italiano Franco Berardi, mais conhecido por Bifo, escritor e agitador cultural italiano. Oriundo do movimento operaísta, foi professor secundário em Bolonha e sempre se interessou sobre a relação entre o movimento social anticapitalista e a comunicação independente. O artigo é publicado por Outras Palavras, 28-05-2019.

Este texto é parte do livro Depois do Futuro, de Franco “Bifo” Berardi, Publicado pela Ubu Editora, parceira de Outras Palavras.  

Eis o texto.

Depois do Futuro
Autor: Franco “Bifo” Berardi
Ubu Editora

O futuro mudou de sinal, avisam Miguel Benasayag e Gérard Schmit em um livro cujo título é L’epoca delle passioni tristi [A época das paixões tristes], no qual refletem sobre a longa prática de terapia desenvolvida com jovens das banlieux parisienses. Na época moderna, o futuro era imaginado conforme a metáfora do progresso. Durante os séculos do desenvolvimento moderno, a pesquisa científica e o investimento econômico se inspiraram na ideia de que o conhecimento deveria atuar para governar cada vez mais completamente o universo. O iluminismo sanciona essa concepção, e o positivismo a torna uma crença fundamental. As ideologias revolucionárias marxistas e leninistas, guiadas por uma visão historicista e dialética, também imaginam o futuro com base em um modelo teleológico progressivo.

O futurismo marcou a sensibilidade e a expectativa de mundo da cultura do século XX. Mas, na última parte do século XX, as premissas filosóficas, estéticas e sociais que desenharam a expectativa de futuro dos modernos se desfizeram, com a dissolução da credibilidade de um modelo progressivo de futuro.

O futuro, a própria ideia de futuro caminha agora com o sinal trocado, a positividade se transforma em negatividade e a promessa se torna ameaça. Certamente, os conhecimentos se desenvolveram, mas são incapazes de eliminar o sofrimento humano, alimentam a tristeza e o pessimismo que se espalham.*

O futuro se transforma em ameaça quando a imaginação coletiva se torna incapaz de ver possibilidades alternativas para a devastação, a miséria e a violência. Essa é justamente a situação atual porque a economia se transformou em um sistema de automatismos tecnoeconômicos dos quais a política não consegue escapar. A epidemia de depressão contemporânea se coloca em um contexto de paralisia da vontade, que é um outro modo de dizer precariedade.

Na precariedade, manifesta-se uma impossibilidade de traduzir as intenções em ações, em comportamento. Dentro do regime de aleatoriedade dos valores flutuantes, a precariedade se torna uma forma geral da relação social e afeta a composição social da nova geração que se coloca no mercado. A precariedade não é um aspecto peculiar, mais ou menos amplo, da relação produtiva, mas o núcleo obscuro do processo de produção.

Um fluxo contínuo de infotrabalho fractalizado e passível de recombinação circula na rede global como fator de valorização universal, mas esse fluxo não é capaz de se transformar em sujeito, não consegue consolidar comportamentos organizacionais, formas de defesa política ou sindical, devido às características técnicas do processo de trabalho e à forma de trabalho celularizado. Conectividade e precariedade são as duas faces da mesma moeda. O sistema conectivo captura e conecta fragmentos celulares de tempo despersonalizado. O capital compra fractais de tempo humano e os recombina na rede.

Do ponto de vista da valorização de capital, o fluxo é contínuo e encontra a sua unidade na rede em que circulam os semitrabalhadores, mas, do ponto de vista dos trabalhadores, a prestação de trabalho tem caráter fragmentário. Fractais de tempo, células pulsantes de trabalho se ligam e desligam no grande quadro de controle da produção global.

A distribuição de tempo-trabalho pode ser desconectada da pessoa física e jurídica do trabalhador. A empresa não compra a força-trabalho de uma pessoa, mas instantes separados de sua atividade, células temporais que a rede se encarrega continuamente de recombinar. O tempo de trabalho social se torna um mar de células que valorizam e podem ser convocadas e recombinadas conforme as exigências do capital.

Capital que se recombina e trabalho precário são as figuras dominantes na cena do nosso tempo. O capital não precisa mais usufruir de todo o tempo de vida de um operário, precisa de fragmentos isolados de seu tempo, instantes de atenção e operatividade. A extensão do tempo é minuciosamente celularizada. Células de tempo produtivo podem ser mobilizadas de forma pontual, casual, fragmentária, e a recombinação desses fragmentos é automaticamente realizada pela rede. O telefone celular é o instrumento que possibilita o encontro entre as exigências do semiocapital e a mobilização do trabalho vivo ciberespacializado. O toque do celular  chama o trabalhador a reconectar o seu tempo abstrato ao fluxo reticular.

O capital quer ser livre para transitar por todos os cantos do mundo com o fim de encontrar todo fragmento de tempo humano disponível para ser explorado pelo salário mais miserável. Com essa finalidade, dá início a uma busca contínua, pontual, fragmentária, fractalizada, celularizada. Vai em busca do fragmento de trabalho que possa ser explorado ao custo mais baixo, captura-o, usa-o e o descarta. O tempo de trabalho é fractalizado, ou seja, reduzido a fragmentos mínimos recomponíveis, e a fractalização possibilita ao capital uma busca constante das condições de salário mínimo. A pessoa do trabalhador é juridicamente livre, mas seu tempo é escravo. Seu tempo não lhe pertence porque está à disposição do ciberespaço produtivo, reprogramável.

O trabalho necessário para fazer a rede funcionar é uma constelação de instantes isolados no espaço e fracionados no tempo, recompostos pela rede, uma máquina fluida. Para poderem ser incorporados pela rede, os fragmentos de tempo de trabalho devem se tornar compatíveis, reduzidos a um único formato que possibilite uma interoperacionalidade geral. Verifica-se, assim, uma verdadeira cisão entre a percepção subjetiva do tempo que flui e a recomposição objetiva do tempo na produção de valor.

Que imagem de futuro pode ser gerada em um cérebro social fragmentado e celularizado até o ponto de não poder reconhecer-se como sujeito unitário? Na esfera do tempo precário, não se pode formular nenhum projeto de futuro, porque o tempo precário não se subjetiviza, não se torna sujeito de imaginação nem de vontade e nem projeto.

A fragmentação do tempo atual modifica-se radicalmente na implosão do futuro.

Não temos futuro porque o nosso presente é volátil demais. […] Temos apenas gerenciamento de riscos. O desdobramento dos cenários de um momento determinado.**

Notas:

** Benasayag, Schmit, L’epoca delle passioni tristi. Roma: Feltrinelli, 2004, p. 29.

*** W. Gibson, Reconhecimento de padrões, trad. Fábio Fernandes. São Paulo: Aleph, 2012, p. 70.

 

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