26 Abril 2019
Em um momento meio nada a ver – no meio de uma entrevista conjunta com Abraham Weintraub no Ministério da Educação –, Bolsonaro falou à imprensa que está preocupado com os casos de câncer e amputação de pênis no Brasil. Estima-se que sejam mil amputações por ano; o problema é maior em estados pobres e o principal fator é a falta de higiene. "Dia a dia, né, a gente vai ficando velho e vai aprendendo as coisas", comentou. É uma preocupação legítima sobre um problema sério, mas não sabemos onde o Bolsonaro esteve nos últimos anos, durante as tantas campanhas de conscientização sobre isso já realizadas.
A informação é publicada por Outra Saúde, 26-04-2019.
Queremos chamar atenção aqui para outra coisa, mesmo que não tão diretamente ligada à saúde. É que o tema foi levantado por Bolsonaro de forma aleatória no meio de perguntas e respostas sobre escolas em assentamentos rurais. Bolsonaro criticava as escolas dos "ditos Sem Terrinhas", onde "se canta, de manhã, em vez do Hino Nacional, hasteando a bandeira, se canta o 'Internacional Socialista' ou o hino do MST"; o ministro da Educação, por sua vez, dizia que essas crianças estão sendo "sendo assistidas, muitas vezes, com dinheiro público". Depois da intervenção de Bolsonaro sobre pênis, Weintraub prosseguiu, sendo mais objetivo (e um tanto desonesto): "Muitas 'escolas Sem Terrinha' são sustentadas com o dinheiro do povo, do contribuinte, do pagador de imposto. Você aí está pagando mais caro o leite do seu filho, uma parte desse imposto, o ICMS, acaba indo para a escolinha dos 'sem-terrinha'. Isso tem que acabar". A ideia "não é fechar a escolinha, é cortar a gasolina. Quer fazer, faz com o dinheiro deles, não com o nosso". A entrevista completa está no site do Planalto.
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Bolsonaro, pênis amputados e sem terrinha - Instituto Humanitas Unisinos - IHU