09 Abril 2019
Economista com expertise em previdência privada e gestão de recursos, Abraham Weintraub diz que "é preciso vencer o marxismo cultural nas universidades" e agir para que o país pare "de fazer bobagem".
A reportagem é de Cida Oliveira, publicada por Rede Brasil Atual - RBA, 08-04-2019.
O novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, é executivo do mercado financeiro, com mais de vinte anos de experiência, tendo atuado como sócio na Quest Investimentos. Foi diretor estatutário do banco Votorantim, presidente da Votorantim Corretora no Brasil e da Votorantim Securities no Estados Unidos e na Inglaterra, além de ter sido economista chefe por mais de dez anos.
Ocupou assento no comitê de Trading da BM&F Bovespa, na Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias (Ancord) e no Comitê de Macroeconomia da Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima). Representou o banco Votorantim nos encontros do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (IDB).
Mestre em Administração na área de Finanças pela Faculdade Getúlio Vargas, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), até ontem era um auxiliar do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que integrou a equipe de transição. Hoje (8) foi nomeado por Jair Bolsonaro (PSL) em substituição ao professor de Filosofia colombiano desconhecido no meio acadêmico Ricardo Vélez Rodríguez, demitido nesta segunda-feira após um período de fritura.
Conforme seu currículo na plataforma Lattes, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o novo comandante do Ministério da Educação (MEC) é autor de três artigos completos em periódicos. Um sobre o retorno da inflação, outro sobre reforma da Previdência e o terceiro sobre indústria de fundos mútuos e fundo de previdência privada. Entre 2007 e 2010 assinou artigos em jornais e revistas, sobre inflação e investimentos.
De 2013 a 2016 apresentou cinco trabalhos em conferências sobre previdência e gestão de recursos. Em 2014 ingressou como professor na área de Ciências Contábeis na Universidade Federal de São Paulo, campus de Osasco. De 2015 a 2016 organizou três eventos sobre mercado de Previdência e mercado financeiro. É orientador de um trabalho de conclusão de curso de graduação, cujo tema é desempenho dos fundos de previdência privada em renda fixa.
Não há no currículo de Weintraub formação ou experiência em gestão de políticas educacionais. O que ele entende de educação é o que aprendeu com o guru Olavo de Carvalho. Defende que militantes de direita devem adaptar as teorias olavistas para vencer os embates teóricos com os militantes de esquerda. Principalmente no âmbito das universidades.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, ao participar de um painel sobre economia da Cúpula Conservadora das Américas, em Foz do Iguaçu, em 8 de dezembro, Weintraub afirmou que é "preciso vencer o marxismo cultural nas universidades" e trabalhar para que o país pare "de fazer bobagem" para se chegar a uma situação ideal. E afirmou também que é preciso vencer o comunismo e evitar outras ameaças, como ataques islâmicos, para que o Brasil seja um dos países mais pacíficos do mundo.
"Dá para ganhar deles. É Olavo de Carvalho adaptado", disse Weintraub na ocasião. "E como ganhamos deles? Não sendo chatos. Temos que ganhar com humor e inteligência", completou, para depois fazer uma explanação histórica sobre questões econômicas, mas centradas no discurso no combate ao pensamento de esquerda, conforme o vídeo a seguir:
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Bolsonaro coloca executivo do mercado financeiro como ministro da Educação - Instituto Humanitas Unisinos - IHU