No coração de Jesus, o pecador é mais importante do que o pecado, diz o papa

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02 Abril 2019

Jesus não vê os pecadores como transgressores que devem ser punidos de acordo com a lei, mas sim como pessoas necessitadas de esperança e de liberdade em relação ao pecado, disse o Papa Francisco.

A reportagem é de Junno Arocho Esteves, publicada por Catholic News Service, 29-03-2019. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

“É Jesus que, com a força do Espírito Santo, nos liberta do mal que temos dentro de nós, do pecado que a Lei podia obstaculizar, mas não remover”, disse o papa em sua homilia no dia 29 de março durante a liturgia penitencial anual da Quaresma, na Basílica de São Pedro.

Após a homilia e vários minutos de reflexão e oração silenciosas, o papa retirou suas vestes litúrgicas e caminhou em direção a um dos confessionários de madeira, e ajoelhou-se diante de um padre para se confessar.

O som da música sacra, intercalado com momentos de leitura das Escrituras e reflexão silenciosa, enchia a basílica enquanto Francisco e dezenas de padres e bispos ouviam as confissões.

Em sua homilia, o papa refletiu sobre a leitura do Evangelho, na qual os fariseus levaram uma mulher acusada de adultério e tentaram enganar Jesus perguntando se ela deveria ser apedrejada de acordo com a lei de Moisés.

Quem de vós não tiver pecado atire nela a primeira pedra”, respondeu Jesus.

Citando Santo Agostinho, o papa disse que, assim que aqueles que procuravam apedrejar a mulher foram embora, somente a mulher e Jesus permaneceram, “a miséria e a misericórdia”, porque aos olhos dele, “aquela mulher, aquela pessoa” era o que era precioso.

“Para ele, antes do pecado, vem o pecador”, explicou o papa. “Eu, tu, cada um de nós vem primeiro no coração de Deus: antes dos erros, das regras, dos julgamentos e das nossas quedas.”

No entanto, os cristãos devem ter em mente que, sem o amor de Deus, o mal não pode ser vencido. Assim, o sacramento da reconciliação, disse o papa, é o presente que ajuda a “abrir espaço ao Senhor, que perdoa e cura”.

O perdão, continuou, “nos dá um novo início” e não é “uma fotocópia que se reproduz identicamente em todas as passagens pelo confessionário”.

“Receber o perdão dos pecados através do sacerdote é uma experiência sempre nova, original e inimitável”, disse o papa. “Ela nos faz passar de estar sozinhos com as nossas misérias e os nossos acusadores, como a mulher no Evangelho, para sermos levantados e encorajados pelo Senhor, que nos faz recomeçar.”

Francisco convidou os cristãos a contemplarem a imagem de Jesus crucificado na cruz como um lembrete de que Cristo não apontou o dedo contra aqueles que eram pecadores, mas, ao contrário, estendeu seus braços e suportou o peso desses pecados sobre si mesmo.

O coração do sacramento da reconciliação, acrescentou, não são “os pecados que dizemos, mas o amor divino que recebemos e do qual sempre precisamos”.

“Podemos ainda ter uma dúvida: ‘confessar é inútil, eu sempre cometo os mesmos pecados’”, disse o papa. “Mas o Senhor nos conhece, sabe que a luta interior é dura, que somos fracos e inclinados a cair, muitas vezes reincidentes em fazer o mal. E ele nos propõe a começar a ser reincidentes no bem, em pedir misericórdia.”

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