27 Março 2019
O evento, que em 2018 reuniu 800 mil pessoas, e que se converteu em uma referência mundial no marco da luta contra o aborto, iria se realizar em maio, mas agora acontecerá em agosto, sem precisar uma data exata. A reportagem foi publicada por ACI Prensa, 26-03-2019. A tradução é de Graziela Wolfart.
“Comunicamos a todas as paróquias da Arquidiocese de Lima que, ao ter se transferido a data da Marcha pela Vida para o mês de agosto, fica suspensa em todas as paróquias a coleta prevista para este domingo, 24 de março, com esse fim”, assinala o comunicado da Sala de Imprensa do Arcebispado de Lima, com data de 20 de março.
Ainda que o novo Arcebispo de Lima, Mons. Carlos Castillo Mattasoglio, não tenha se pronunciado publicamente sobre a Marcha pela Vida, que busca defender a criança que está por nascer da ameaça do aborto, já o fez sobre esta prática.
Em uma entrevista publicada em 7 de fevereiro de 2019 pela Revista Caretas, perguntou-se a Mons. Castillo sobre o fato de que sucederia no cargo o Cardeal Juan Luis Cipriani, “alguém que teve como um de seus pilares o direito à vida, em oposição ao direito ao aborto, os direitos sexuais e reprodutivos”.
Em sua resposta, Mons. Castillo disse: “O que acredito é que o Papa Francisco inaugurou um tempo no qual é preciso ver quanto do que estamos dizendo tem de aspectos importantes que devemos manter e quanto de novo está se apresentando que é preciso esclarecer. Porque há muitas coisas que são mais complexas”.
“Com o aborto, em principio, não há maneira de retroceder. Todo aborto por si mesmo é a destruição de uma vida. Contanto que haja dúvida, não podes decidir. Então prefiro crer que ali há vida e se acabou. Mas há muita gente para quem alguém tem que ajudar para não viver traumatizada por uma coisa assim. Isso no plano moral”, continuou.
“No plano jurídico, não estudei muito o tema, mas me parece problemático quando alguém quer fazer leis e a Igreja pretende impedi-lo. O que é preciso fazer é um diálogo esclarecedor, não fazer disso uma luta política, porque a vida é uma questão educativa. Eu creio que as pessoas devem refletir e decidir com liberdade. Se estiver errado, seguimos explicando, ajudando a tomar consciência”, concluiu.
No sábado, dia 23 de março em seu programa de rádio Diálogo de Fé, o Arcebispo Emérito de Lima, Cardeal Juan Luis Cipriani, encorajou a celebrar a vida e recordou a importância da Marcha pela Vida.
Segundo assinala a conta do Twitter @DialogoFe, o Cardeal disse que em Lima se celebrava a vida “com uma grande marcha. Esta era uma iniciativa que partia de vários grupos e famílias. Cancelar e destruir é muito fácil. Construir é difícil. O direito da criança por nascer necessita de uma expressão pública forte”.
“Uma Igreja querendo se adaptar aos tempos do relativismo mundial... isso é muito forte. A Igreja está aí para pregar a verdade de Cristo e pôr os meios para salvá-la”, indicou o Purpurado.
“A intolerância, a desqualificação está levando o Peru a um beco sem saída, ao pensamento único. Temos que voltar à realidade, não simplesmente dizer: se incomodas, desligamos teu rádio. Tu atrapalhas muita gente, então te tiro do ar”, lamentou.
"Me custa pensar em uma Igreja que quer encontrar coisas fáceis: ‘não lutamos com ninguém, todos vão se salvar’... Não podemos nos calar”, acrescentou.
Depois de recordar que a criança por nascer deve ser defendida desde a concepção, já que a Igreja ensina que a vida começa nesse instante, o Cardeal encorajou a proteger as mulheres também e a incentivá-las a não abortar.
“É preciso entender as mulheres que têm uma crise, mas animá-las sempre no sentido de que não devem, nem podem abortar. As pessoas que sofrem essas tragédias carregam uma marca profunda”, indicou.
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Peru: Novo Arcebispo de Lima posterga a Marcha pela Vida - Instituto Humanitas Unisinos - IHU