23 Agosto 2018
Apenas três dias antes da chegada do Papa Francisco à Irlanda, seu principal assessor disse que a Igreja Católica foi "profundamente afligida" por escândalos de abuso sexual clerical, e que a "primeira responsabilidade" da Igreja é a aproximação das vítimas e que o pontífice trará à Irlanda uma mensagem de "esperança".
A reportagem é de John L. Allen Jr., publicada por Crux, 22-08-2018. A tradução é de Victor D. Thiesen.
"Acredito que fomos, e continuamos sendo, profundamente afligidos por esse fenômeno que teve um impacto devastador no testemunho da Igreja", disse o cardeal italiano Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano em entrevista ao Vatican News.
"O Papa sempre insistiu que nossa primeira responsabilidade, nosso primeiro compromisso, é estar perto das vítimas para ajudá-las a reconstruir suas vidas", disse Parolin.
"Acredito que a Igreja na Irlanda reconheceu seus fracassos, seus erros, seus pecados e, ao mesmo tempo, também adotou uma série de medidas que podem impedir que essas atrocidades aconteçam novamente", disse Parolin.
Apesar das nuvens de tempestade que se acumularam durante o Encontro Mundial das Famílias, em Dublin, marcado para uma visita papal neste fim de semana, Parolin insistiu que a presença de Francisco levaria esperança.
“Acredito que a visita do Papa na Irlanda acontecerá sob o signo da esperança, e essa capacidade de esperança, e sobretudo de confiança, que eu chamo de poder libertador, transformador e salvador de Deus. E é precisamente este poder que se encontra nas famílias”, ressaltou Parolin.
Em termos do amplo tema do Encontro Mundial, que acontece de quarta a sexta-feira, Parolin disse que será apresentado o “rico ensino da Igreja sobre o tema da família”.
Parolin disse que o evento vai “sublinhar o papel essencial, o lugar essencial, a família na Igreja e na sociedade, além de apoiar a missão familiar como uma realidade de amor, de fidelidade e de apoio ao educar as pessoas com a fé”.
O Encontro Mundial das Famílias começa hoje com uma variedade de painéis e workshops.
O discurso inaugural de quarta-feira seria realizado pelo cardeal Donald Wuerl, de Washington, que foi forçado a não participar após indícios de ter encoberto acusações de abuso contra o clero enquanto atuava como bispo de Pittsburgh - de 1998 a 2006.
Wuerl será substituído pelo arcebispo Eamon Martin, de Armagh, da Irlanda.
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Francisco trará esperança à Irlanda em meio a escândalos de abuso, aposta cardeal Parolin - Instituto Humanitas Unisinos - IHU