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Filosofia não é ciência e está fadada a desaparecer, afirma pesquisador

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12 Julho 2018

Responsável por renovar instituto de pesquisa em Portugal fala sobre a importância do método científico.

A reportagem é de Alberto Nóbrega [1] e Cristina Caldas [2], publicada por Folha de S. Paulo, 02-06-18.

Responsável por renovar instituto de pesquisa em Portugal fala sobre método científico e explica como organizar grupos de pesquisadores.

Em 1998, o Instituto Gulbenkian de Ciências (IGC), situado em Oeiras, perto de Lisboa, inaugurou edificações modernas e recebeu um grupo totalmente renovado de pesquisadores que ali se instalaram para fazer ciência num contexto muito diferente do que existia até então em Portugal, um país sem tradição na área.

Meros 12 anos depois, o órgão recebeu reconhecimento internacional ao ser destacado entre as dez melhores instituições de pesquisa em biociências na Europa como destino para jovens cientistas. Nesse curto espaço de tempo, os pesquisadores do IGC deram várias contribuições relevantes e publicaram trabalhos nos mais prestigiosos periódicos.

O responsável pelo espantoso renascimento do IGC é António Coutinho, médico imunologista português que esteve no Brasil a convite do Instituto Serrapilheira para participar de evento de divulgação científica, organizado em parceria com a revista Piauí.

Na entrevista a seguir, ele fala sobre o método científico e sobre como se produz pesquisa de ponta — pesquisa que abre novos horizontes, traz inovações e tecnologias que serão a base para a sociedade do amanhã; pesquisa que permite à sociedade decidir de forma autônoma seu futuro. Pesquisa que faz muita falta em nosso país.

Eis a entrevista.

Qual é a singularidade das ciências naturais em relação a outras formas de ser e de estar no mundo?

O exercício de derivar, racionalmente, as leis fundamentais que organizam o mundo. Se descobrimos essas leis, sabemos como o mundo funciona e como nós próprios funcionamos. Eu acho que a singularidade está totalmente baseada na racionalidade, e isso é muito novo. Em geral, a humanidade tentou de forma predominante perceber as coisas ou pela mágica, ou pela religião.

A ciência é distinta. É uma das poucas atividades humanas [cuja] origem se pode identificar e que tem uma origem única, simultânea à origem da democracia.

Isso já diz muito, ou seja, não há ciência sem um regime em que as pessoas possam exprimir o que pensam, porque a ciência avança pelas contradições que tem, pela oposição das hipóteses emitidas. A ciência evolui no domínio das dúvidas, e não no domínio das verdades, da certeza absoluta, que é o domínio da religião.

Como vamos excluindo as hipóteses que estão erradas, esta coisa avança, progride. Hoje sabemos mais do que há cem anos, há dez anos, do que no ano passado. Todo o resto da atividade humana não progride.

Por isso filosofia não é ciência, porque nunca progride. Eu tenho o maior respeito pelos filósofos porque o objetivo da filosofia é o mesmo que o da ciência: explicar o mundo e a nós próprios. Agora, nós temos um bom processo e eles não têm, portanto estão fadados a desaparecer. O que é o objetivo da filosofia vai ser resolvido pela ciência, e a filosofia vai passar a história.

Eu acho que os cientistas são os únicos que resolvem problemas, e [isso] é uma coisa de que as pessoas, habitualmente, não estão muito cientes. Problemas absolutamente fundamentais, que muita gente chamaria de metafísica, [como] a origem do universo, o que é a consciência e outros problemas muito mais triviais, como [matar] uma célula cancerígena, coisas assim. Isso é o que nós fazemos, resolver problemas.

Quando você fala ciência, você inclui também os processos tecnológicos, que de alguma forma derivam, são consequência da ciência?

Eles são consequência da ciência. Durante muitos séculos, a tecnologia [teve] base empírica. As pessoas andaram de barco durante muitos milênios, até que Arquimedes descobriu por que aquilo flutuava. Hoje em dia, para inventar um nanotubo de carbono, é preciso bastante ciência; para melhorar um tratamento médico, tem que haver ciência.

É por isso que de vez em quando algum governo um pouco menos estúpido e mais iluminado que os outros investe na ciência: não é pela ciência, é pela tecnologia que está se derivando, porque agora todos já veem que o motor do progresso é a ciência. Porque a ciência produz tecnologia, a tecnologia produz inovação, inovação produz economia, crescimento econômico etc. É triste que os governos não invistam na ciência pelo que a ciência é.

Quais são as características dos grupos de pesquisa que trazem as maiores inovações, que estão na fronteira do conhecimento, no caso da pesquisa em biociências?

Sempre fui contra grupos muito grandes. Acho que um grupo é uma unidade funcional em que as pessoas têm que se conhecer muito bem, saber o que o outro pensa e colaborar ativamente. Por outro lado, o avanço tecnológico é tão rápido e tão avassalador que grupos pequenos não têm nenhuma probabilidade de seguir o progresso tecnológico se ficarem isolados.

A única maneira é que esses grupos tenham outras vantagens, que estejam reunidos, postos todos juntos em instituições maiores que possam cuidar da infraestrutura.

Os cientistas e os seus alunos de doutoramento e pós-doutoramento deveriam apenas pensar na ciência que querem fazer. Não deveriam ter que se preocupar em "como vou arranjar dinheiro agora para comprar um microscópio ultrassensível?". Isso deveria estar garantido pela instituição.

O ideal é instituições com 20, 30 ou 40 grupos, que já tenham tamanho suficiente para assegurar a infraestrutura e o avanço tecnológico, que proporcionem às pessoas maneiras de interagir, de discutir, mas mantendo cada grupo pequeno.

Em algumas partes do mundo, como nos Estados Unidos, há grupos que são do tamanho que eu acho que deveria ser a instituição. Estudantes e pós-doutorandos desses grupos grandes veem o chefe do grupo uma vez por mês, ou um pouco mais. É triste.

A tendência dos grupos é acumular muito financiamento, e quanto mais financiamento, maiores são. A consequência disso é que os grupos estão cada vez maiores e cada vez há menos recursos para jovens que estão começando.

E isso vai de certa forma cercear a diversidade. Você fica com grandes grupos, monotemáticos, e aquela ideia nova não emerge porque você não tem recurso fora daqueles grandes temas.

As ideias novas vêm sempre dos grupos pequenos. O grupo pequeno está sempre contra a maioria, o que é bom por causa dessa história da evolução no domínio da dúvida, da contradição. Além disso, e há muitos estudos sobre isso, o dinheiro que se dá a um grupo grande é muito menos rentável do que o dinheiro que se dá ao grupo pequeno. Vocês deveriam fazer esse estudo no Brasil, avaliar dez grupos grandes, dez médios e dez pequenos.

Há experiências a nível nacional. A Suécia sempre teve boa investigação. Então fizeram uma reforma para concentrar recursos. Foi uma catástrofe, até agora. Cada vez tem menos produtividade científica. Concentraram recursos, ou seja, a maior parte dos grupos pequenos deixou de ter financiamento e só teve duas alternativas: parar ou juntar-se ao grupo grande.

Se você tem tudo igual, não há cooperação possível, é só competição. E a competição, apesar de os biólogos dizerem que é o motor da evolução, não é. Competição não inventa nada de novo, é uma gestão de recursos limitados. A cooperação nos leva a vidas melhores, a níveis de vida mais interessantes, de unicelular para multicelular. E a possibilidade de cooperação aumenta com a heterogeneidade dos componentes.

Quais são as opções de carreira para doutores em ciência?

Sempre uma minoria irá pesquisar e liderar grupos de pesquisa. Em média, um bom chefe de um grupo ativo, pequeno, forma um doutor por ano. Ao final de 20, 25 anos de carreira, um cientista formou 20, 25 novos cientistas. Mesmo que a gente fique com os 20, em pouco tempo são 20 vezes 20. Eu já tenho [cientistas] da terceira geração. São 400 vezes 20. Estamos em 8.000 formados por um só cientista.

É absolutamente utópico pensar que esses 8.000 deveriam todos fazer a mesma coisa que eu fiz. É uma estupidez total. Há muitas outras maneiras de utilizar o que se aprendeu fazendo doutorado. Há o que se costuma chamar de mobilidade lateral, ou seja, continua a trabalhar em coisas científicas, mas não como pesquisador.

A maior parte dos doutores nos Estados Unidos vai ensinar, e não fazer pesquisa. Além disso, a mobilidade lateral também implica ser divulgador de ciência, atuar na gestão da ciência, ser lobista de assuntos científicos.

Há no Brasil ainda a imagem de que se você fez doutorado e não é professor ou pesquisador, você "debandou".

É muito importante que as pessoas se deem conta [da importância da mobilidade lateral]. A parte mais bonita do tango é quando vai a lateral. Nem toda gente nasce para fazer isso [pesquisa]. Acho que é um indicador de desenvolvimento científico: se a maioria ainda faz a mesma coisa, o país está muito pouco desenvolvido. Quanto mais desenvolvido o país, mais saídas têm que não a da pesquisa universitária.

Nos programas de doutorado em Lisboa, muitos médicos fizeram doutoramento e voltaram a trabalhar no hospital. Eles dizem: "Deixamos de ver os doentes da velha maneira; agora estamos preocupados com o mecanismo da doença". A medicina não ensina a fazer perguntas, ensina a ter procedimentos corretos. Portanto, as coisas mudam muito.

Quais são as suas indicações de livros para quem se interessa pela ciência?

Há tantos que já não sou capaz de fazer uma lista de cabeça. Há um autor que eu gosto de ler, porque é muito otimista, e eu acho que a ciência, por natureza, é otimista: Steven Pinker. Há um [livro dele] que eu acho que toda gente deveria ler: "Os Anjos Bons da Nossa Natureza".

E um mais recente ["Enlightenment Now", iluminismo agora], em que a coisa fundamental do livro é que o que conta para avançarmos é a racionalidade, a ciência e o humanismo. Como ele disse, o conhecimento tanto pode ser para um bom fim, ou um mau fim.

Portanto, o conhecimento em si não tem valor intrínseco. Por isso, uma ciência que seja consequência da racionalidade, e profundamente humanista, só pode contribuir para a melhoria do mundo.

Notas:

[1] Alberto Nóbrega, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é mestre em matemática e doutor em imunologia. Fez seu pós-doutorado com António Coutinho no Institut Pasteur, em Paris.

[2] Cristina Caldas, diretora de Pesquisa Científica no Instituto Serrapilheira, é mestre em biologia molecular pela UnB, doutora em imunologia pela USP e especialista em jornalismo científico pela Unicamp.

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