Abandono de área da Amazônia pode prejudicar agropecuária

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13 Abril 2018

Território tem o tamanho de duas Alemanhas e ajuda a conter aquecimento global.

A reportagem é de Renato Grandelle, publicada por O Globo e reproduzida por Amazônia.org, 10-04-2018.

Uma área no interior da floresta amazônica de 70 milhões de hectares, o equivalente a duas Alemanhas, está abandonada pelas autoridades e tornou-se caminho livre para grileiros e desmatadores. Suas operações ameaçam o rendimento da agricultura brasileira e a estabilidade do clima global.

O alerta, publicado na edição deste mês da revista “Land Use Policy”, é assinado por cientistas da Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia e do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA) da Universidade Federal do Pará.

Vinte e cinco por cento do desmatamento registrado na região entre 2010 e 2015 ocorreu dentro dessa área pública desprotegida. Em números absolutos, foram liberadas para a atmosfera 200 milhões de toneladas de CO2. A devastação pode comprometer uma meta firmada pelo país: reduzir em 87% a emissão anual de gases de efeito estufa — que, em 2014, era de 1,38 bilhão de toneladas de CO2.

— A derrubada da floresta afeta a distribuição de chuvas e pode aumentar a temperatura na área ao redor em até 0,5 grau Celsius — diz Paulo Moutinho, coautor do levantamento. — Manter a floresta em pé impede o aquecimento global e preserva a irrigação da mata, imprescindível para a produção agrícola. Por isso, esse assunto deveria interessar até à bancada ruralista do Congresso.

‘Sem clima político’

Segundo o estudo, não há justificativa econômica para defender que essas florestas sejam convertidas em lavoura ou pasto, visto que aproximadamente 10 milhões de hectares já foram derrubados na região e estão sendo subutilizados. É terra suficiente para aumentar o crescimento da produção de commodities almejado pelo governo.

— Parte desse território deve permanecer como floresta e ser destinado a diferentes categorias de preservação, entre elas florestas nacionais, terras indígenas, reservas extrativistas e unidades de conservação — avalia Moutinho. — Atualmente não há clima político para ver novas terras destinadas à conservação. Na maioria das vezes, elas são incorporadas ao cultivo agrícola ou à pastagem.

Considerando a lentidão para que essas áreas sejam definitivamente recuperadas, Moutinho, coautor do estudo, sugere que o governo estabeleça, em uma primeira etapa, a decretação da limitação administrativa provisória (LAPs) para administração dessas localidades, antes que seja concluída a destinação para algum tipo de uso que mantém a floresta em pé. Enquanto isso, é possível conduzir estudos que determinem uma finalidade definitiva para as regiões.

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