16 Fevereiro 2018
O Papa Francisco revelou que, habitualmente, dedica a sexta-feira, “ainda que às vezes se saiba e outras não”, para se encontrar com vítimas de abusos por parte do clero.
A reportagem é publicada por RPP, 15-02-2018. A tradução é do Cepat.
Francisco fez esta revelação durante uma conversa com jesuítas, em sua recente viagem ao Chile, a respeito da qual são publicadas, hoje, algumas passagens no jornal Corriere della Sera.
Os casos de pedofilia são “a maior desolação que a Igreja está sofrendo. Isto nos leva à vergonha. A vergonha é uma graça muito ‘inaciana’ (de Inácio de Loyola) e, portanto, a tomemos como uma graça e nos envergonhemos profundamente”, disse.
A conversa do Papa é publicada no número da revista da Companhia de Jesus, Civiltà Cattolica, e o diretor da mesma, Antonio Spadaro, publicou algumas passagens no Corriere della Sera. ( Nota de IHU On-Line: A íntegra da conversa pode ser acessada, em espanhol, aqui)
“É horrível. É necessário escutar o que prova um abusado ou abusada (...). Seu processo é duríssimo. Ficam aniquilados”
O Papa rememorou, diante dos jesuítas, que em um 24 de março em Buenos Aires, quando são lembrados os desaparecidos da ditadura na Praça de Maio, ao cruzar a rua olhou a uns pais que diziam a seu filho, de uns dois ou três anos, “tenha cuidado com o pedófilo”.
“Que vergonha senti. Não se deram conta que era o arcebispo, mas eu era um sacerdote e que vergonha senti”, explicou.
Destacou que, às vezes, recorda-se, “como se fosse um prêmio de consolação”, que 70% dos casos de pedofilia são no âmbito familiar, depois, em piscinas e ginásios, e a porcentagem na Igreja é de 2%, mas que “é terrível, mesmo que fosse apenas a um destes irmãos”.
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Francisco revela que dedica as sextas-feiras para se reunir com vítimas de abusos sexuais - Instituto Humanitas Unisinos - IHU