19 Janeiro 2018
Estudantes da Universidade de Georgetown buscando explorar questões de gênero e sexualidade agora poderão fazê-lo em uma nova comunidade residencial, relatou o jornal do campus The Hoya.
A reportagem é de Robert Shine, membro de New Ways Ministry, 18-01-2018 . A tradução é de Luísa Flores Somavilla.
A comunidade de aprendizagem vivencial "Crossroads: Gender and Sexuality" será lançada no próximo ano letivo. Todd Olson, vice-presidente de assuntos estudantis da faculdade de Washington D.C. disse que a nova comunidade é totalmente consistente com os valores da universidade:
"Nossos valores católicos e jesuítas nos chamam a envolvermo-nos com a nossa comunidade LGBTQ com 'respeito, compaixão e sensibilidade'. É de acordo com nossos valores católicos e jesuítas que promovemos uma linguagem, uma perspectiva e um sentido de inclusão para aprofundar nosso senso de cura personalis."
Uma Comunidade de Aprendizagem Vivencial, segundo o gabinete de vida residencial, é um espaço "onde indivíduos com a mesma mentalidade podem compartilhar e aprofundar suas paixões por meio de atividades reflexivas, educacionais e sociais".
Os estudantes Grace Smith e Henry Callander escreveram a proposta da comunidade de gênero e sexualidade, que foi inicialmente rejeitada pelo Gabinete de Vida Residencial no ano passado. Porém, Grace Smith afirmou que a aprovação vem em boa hora, visto que a Universidade de Georgetown celebra o décimo aniversário da campanha "Out for Change”, um movimento pro-LGBT que começou em resposta a casos de preconceito em 2007. Parte dessa campanha incluiu a fundação de um Centro de Recursos LGBTQ, que continua sendo pioneiro deste tipo de centro na educação superior católica, bem como outros esforços para garantir que estudantes LGBT sintam-se seguros e acolhidos. A Comunidade de Aprendizagem Vivencial é o último passo.
Grace elogiou a nova comunidade, dizendo que é "uma realização extremamente relevante e sem precedentes para uma universidade católica". Acrescentou, ainda, que "afirma de forma profunda e radical que religião não tem que ser mutuamente exclusiva com a liberdade de entender, desafiar e crescer através de e com as expressões e reflexões sobre gênero e sexualidade. Diz: participe da forma como você é; seja quem você é; ame a sua maneira de ser; e seremos um lar para você."
Chad Gasman, que será coordenador de “Crossroads: Gender and Sexuality”, disse que a comunidade vai ajudar estudantes LGBT terem menos problemas com habitação. Ele, que também é líder do grupo de estudantes GUPride, disse ao The Hoya que ter um espaço como este é "uma garantia de segurança e confortabilidade". E acrescentou:
"Principalmente para estudantes trans, a habitação é um processo muito difícil e estressante.... Ter a garantia de que um andar no campus não apenas é voltado para questões de queer e trans, mas também será fortemente, se não totalmente, dedicado a alunos queer e trans é, sem dúvida, um alívio para os estudantes trans na época da seleção de acomodação."
Olhando para o futuro, Grace Smith disse que ainda há desafios de habitação que devem ser abordados em nível institucional, como garantir que haja banheiros para todos os gêneros em todos os dormitórios e que os alunos possam escolher a acomodação adequada para eles, em vez de acomodações designadas com base no sexo atribuído.
Essa comunidade é um grande passo para fornecer de um espaço residencial LGBT singular, que se adiciona a várias outras faculdades e universidades católicas como a College of the Holy Cross, Worcester, Massachusetts e a Fordham University, em Nova York, que começaram a implementar opções de alojamento neutras em relação a gênero. No entanto, a questão da habitação para alunos LGBT e especificamente transgêneros também tem suas controvérsias. Relatou-se, em 2016, que a Universidade de Notre Dame, em Indiana, negou alojamento seguro a um estudante trans.
A questão de como fornecer um apoio melhor aos estudantes LGBTQ na educação superior católica é complexa, mas é bom saber que a Universidade de Georgetown está se comprometendo a prover suporte de qualidade com tanta seriedade, ao continuar progredindo ano após ano.
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Após rejeição inicial, Universidade de Georgetown abre Comunidade Residencial LGBT - Instituto Humanitas Unisinos - IHU