12 Janeiro 2018
A Comissão Executiva da Conferência Episcopal Argentina, liderada por seu presidente, Dom Oscar Ojea, emitiu um comunicado expressando sua preocupação com a atitude de certos meios de comunicação a respeito da figura do papa, dizendo que "ninguém falou nem pode falar em nome do Papa" e que a "contribuição (de Francisco) à realidade de nosso país deve ser encontrada em seu grande magistério e em suas atitudes como pastor, não em interpretações tendenciosas e parciais que só aumentam a divisão entre os argentinos".
A reportagem é de Washington Uranga, publicada por Página/12, 11-01-2018. A tradução é de Henrique Denis Lucas.
Os bispos insistem que "a grande maioria do povo argentino ama o Papa Francisco, não se deixando confundir por aqueles que buscam utilizá-lo, seja ao fingir representá-lo, seja atribuindo-lhe posições imaginárias em função de seus próprios interesses setoriais".
A reação dos bispos foi a de criticar as numerosas especulações feitas nos meios de comunicação a respeito da atitude de Francisco em relação à política argentina, apontando para diferentes pessoas, alguns deles líderes políticos, como porta-vozes oficiais do papa, com a intenção de desacreditar tanto a estes últimos, quanto ao próprio Bergoglio.
"Em nosso país, grande parte dos meios de comunicação tem prestado mais atenção em feitos menores e, inclusive, identificaram o papa com algumas figuras políticas ou sociais", diz o documento episcopal. E acrescenta que "alguns deles foram claros ao afirmar que não representam, nem pretendem representar o papa ou a Igreja", apesar de que "esta constante associação gerou muitas confusões e justificou lamentáveis deturpações de sua figura e de suas palavras, que chegam até mesmo ao insulto e à difamação".
A Comissão Executiva do Episcopado argumenta que "as pessoas simples querem ouvir os ensinamentos do Santo Padre, e o reconhecem por sua linguagem clara e simples" além de expressarem seu desejo ardente de que "o Papa Francisco seja valorizado e escutado como merece e como todos nós, argentinos, merecemos".
Por esta razão, e diante da próxima visita papal ao Chile e ao Peru, a Conferência Episcopal reitera que "o Papa Francisco se expressa por meio de seus gestos e palavras como padre e pastor, e através de porta-vozes formalmente nomeados por ele".
A Comissão Executiva também observa que "os argentinos têm um enorme privilégio, pois há quase cinco anos nosso irmão foi eleito papa, isto é, a autoridade máxima da Igreja no mundo. Para os cristãos, ele é o vigário de Cristo na terra". E, reconhece, superando os limites da Argentina que "desde então, nosso amado Papa Francisco adquiriu em todos os países prestígio e apoio crescentes, e hoje é uma referência mundial inquestionável para a grande maioria dos cristãos e pessoas de boa vontade".
Trata-se de uma declaração que tenta colocar limite às versões e interpretações sobre atitudes políticas de Francisco acerca da política argentina.
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Argentina. A Conferência Episcopal reclamou das interpretações tendenciosas sobre Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU