09 Outubro 2017
Continuação de "Blade Runner", que estreou nesta quinta (5), retrata um futuro distópico em 2049, com tecnologias e gadgets que não estão tão longe da realidade; versão original, de 1982, profetizava para 2019 equipamentos que já estão obsoletos; saiba o que é futuro, realidade e ficção na franquia.
A reportagem é de Ricardo Ampudia, publicada por Folha de S. Paulo, 07-10-2017.
O futuro do novo "Blade Runner" é tão distópico que o agente K (Ryan Gosling) tem dificuldades para encontrar uma parceira. Ele resolve a carência com uma namorada holograma. Já reproduzimos Tupac e Renato Russo no palco. A diferença é que no filme os hologramas surgem como assombrações, em qualquer lugar.
Chegaremos a 2049? No filme, Los Angeles é circundada por uma gigantesca muralha contra as marés. Se o aquecimento do planeta seguir no ritmo atual, a previsão é que o nível do mar se eleve, em média, 28 cm a 89 cm até 2100.
O agente K tem um dispositivo voador capaz de fazer tomadas aéreas do terreno. Sem grandes novidades para os drones, que já voam, mergulham ou rastejam em canos de esgoto.
A namorada holograma de K lembra de tudo sobre sua vida e até interpreta sentimentos. A inteligência artificial já é uma realidade.
No filme, a viatura do agente K o leva para casa enquanto ele tira uma soneca ao volante. Os caminhões da Otto, recém-adquirida pela Uber, já entregaram uma carga de cervejas sem motorista nos EUA. Mas ainda não voam. A melhor aposta aérea vem da China, com o EHang 184, uma espécie de drone gigante capaz de transportar pessoas. Os primeiros testes devem acontecer ainda neste ano, em Dubai.
Em 2049, só sofre na Terra quem ficou para trás. Por ora, só conseguimos levar turistas espaciais até a órbita. O projeto Mars One, uma viagem sem volta para criar uma colônia em Marte, está previsto para 2023.
A trama de "Blade Runner" gira em torno dos Replicantes, humanóides criados em laboratório para serem escravizados. Por ora, só conseguimos criar pele e alguns órgãos in vitro.
O clássico de 1982 acertou em cheio nessa, apesar de não ter previsto o telefone celular. Se naquela época a televisão era um trambolho, hoje é possível não só usar vídeo como também câmeras 360º e óculos imersivos, que não são vistos no segundo filme.
Depois de tomar uma boa surra, o agente K é chamado pelo nome e convidado por um holograma sensual para relaxar do dia difícil. Com os bancos de dados, a publicidade na internet já é capaz de descobrir até se você está grávida.
Na primeira versão do filme, de 1982, parecia impensável falar com máquinas. Hoje, os smartphones mais simples já respondem a comandos de voz. A tecnologia foi mantida no segundo filme, e pode ficar obsoleto. Para 2049, podemos apostar em máquinas respondendo a ondas cerebrais.
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Em 1982, 'Blade Runner' profetizava para 2019 equipamentos obsoletos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU