04 Outubro 2017
Embora um único bispo tenha se atrevido a assinar a "correção filial" do Papa Francisco, não para de crescer o número de prelados que saíram para defender o pontífice das acusações de propagação de "posições heréticas" na Amoris Laetitia. O cardeal Parolin, o arcebispo Bruno Forte, o cardeal Marc Ouellet... e agora o cardeal Reinhard Marx, que recordou que tudo o que está na exortação apostólica e "também nas passagens críticas" é uma representação literal da opinião dos bispos que participaram dos Sínodos sobre a Família em 2014 e 2015.
A reportagem é de Cameron Doody, publicada por Religión Digital, 03-10-2017. A tradução é de André Langer.
Assim, em comentários feitos em uma entrevista coletiva após a reunião de outono do episcopado alemão, o cardeal Marx – presidente da Conferência Episcopal nacional e também arcebispo de Munique e Freising – rejeitou de forma contundente as demandas dos ultraconservadores para que o Papa corrija alguns ensinamentos contidos em seu documento sobre aspectos do matrimônio, da moral e da recepção dos sacramentos.
Por mais debates e "correções" que houvesse sobre a Amoris Laetitia, não mudaria a decisão dos bispos e do pontífice de abrir os sacramentos, em algumas circunstâncias, aos divorciados e recasados. "Para mim, o assunto está claro e decidido", declarou Marx, um dos padres sinodais responsáveis por idealizar a "abertura pastoral" a católicos que se encontram em situações familiares "irregulares".
Na semana passada, La Civiltà Cattolica publicou o texto de um encontro-entrevista que o Papa Francisco teve com mais de 50 jesuítas em Cartagena das Índias, onde o Pontífice também sugere que ele não pretende alterar de maneira alguma a sua exortação apostólica. "Eu ouço muitos comentários – respeitáveis porque são ditos por filhos de Deus, mas equivocados – sobre a Exortação Apostólica Pós-Sinodal", afirmou Francisco na ocasião, apontando ao mesmo tempo que para entendê-la bem "é preciso lê-la do começo ao fim", ao longo de cuja leitura se pode verificar "que a moral da Amoris Laetitia é tomista" e muito mais do que "pura casuística".
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Cardeal alemão diz que as ‘correções’ não vão mudar a decisão do Papa - Instituto Humanitas Unisinos - IHU