Papa parece apoiar tribos nativas no conflito do oleoduto de Dakota

Foto: reutersmedia

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16 Fevereiro 2017

O Papa Francisco posa para fotos durante um encontro
com indígenas para marcar a 40º sessão do Conselho dos
Governadores do Fundo Internacional de Desenvolvimento
Agrícola – FIDA no Vaticano em 15-02-2017.
(L’Osservatore Romano)

Nesta quarta-feira, 15-02-2017, o Papa Francisco pareceu apoiar povos nativos americanos que buscam impedir parte da construção de um oleoduto nos Estados Unidos, conhecido como Oleoduto Dakota Access, dizendo que as culturas indígenas têm o direito de defender “a relação ancestral deles com a terra”.

A informação é de Philip Pullella, publicada por Reuters, 15-02-2017. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

O papa latino-americano, que tem defendido incisivamente os direitos indígenas desde a sua eleição em 2013, falou sobre a proteção das terras dos povos nativos a representantes deles que participavam do Fórum dos Povos Indígenas em Roma.

Embora sem citar o nome do oleoduto, o papa empregou uma linguagem dura e clara aplicável ao conflito, dizendo que o desenvolvimento deve estar conciliado com a “proteção das características particulares dos povos e territórios indígenas”.

Francisco estava falando dois dias depois que um juiz federal americano negou o pedido feito por tribos indígenas de parar a construção da ligação final do projeto, que há meses é motivo de protestos por ativistas que desejam interromper o oleoduto de 1.900 quilômetros.

Falando em espanhol, Francisco disse que a necessidade de tutelar os territórios nativos “fica ainda mais evidente quando atividades econômicas interferem com as culturas indígenas e sua relação ancestral com a terra”.

As tribos Standing Rock Sioux e Cheyenne River Sioux sustentam que o projeto vai impedi-los de praticar cerimônias religiosas no lado que, segundo eles, é rodeado de terra sagrada.

A esse respeito, disse o papa, “deve prevalecer o direito ao consenso prévio e informado [dos povos nativos]”, citando a Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas, publicado pela ONU em 1997.

No ano passado, milhares de membros tribais, ambientalistas e outros montaram acampamentos na terra Army Corps nas planícies da Dakota do Norte na medida em que se intensificaram os protestos.

Em dezembro, o governo do ex-presidente Barack Obama negou a última permissão necessária à empresa Energy Transfer Partners, que está construindo o oleoduto ao custo de 3.8 bilhões de dólares.

Mas semana passada o Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos concedeu uma servidão final depois que o presidente Donald Trump emitiu uma ordem para fazer avançar o projeto dias após assumir o poder em janeiro.

Na semana passada, o papa criticou indiretamente um outro projeto de Trump – o muro ao longo da fronteira com o México –, dizendo que a sociedade não deveria criar “muros, mas pontes” e nem pedir que os outros paguem por eles.

Francisco, que escreveu uma importante carta encíclica em 2015 sobre as mudanças climáticas e o meio ambiente, contou ao grupo reunido que novas tecnologias podem ser legítimas, mas precisam respeitar a terra.

“Não permitais aquelas que destroem a terra, destroem a ecologia, o equilíbrio ecológico e que terminam por destruir a sabedoria dos povos”, acrescentou ele.

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