16 Dezembro 2016
O grupo de cardeais que assessoram o Papa Francisco na reforma da burocracia central da Igreja usou a sua última reunião do ano para focar nos papéis dos dicastérios vaticanos que interagem com os governos estrangeiros, supervisionam a Igreja em territórios missionários, consideram quais padres são nomeados bispos e que trabalham com as igrejas orientais.
A reportagem é de Joshua J. McElwee, publicada por National Catholic Reporter, 14-12-2016. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
Greg Burke, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, disse que o Conselho de Cardeais esteve particularmente focado nas funções da Secretaria de Estado, da Congregação para a Evangelização dos Povos, da Congregação para os Bispos e nas funções da Congregação para as Igrejas Orientais.
Burke falou que dois grandes temas surgiram como “linhas-mestras” durante a reunião: o zelo missionário e a sinodalidade.
O Conselho dos Cardeais, criado por Francisco para auxiliá-lo na reforma da Cúria Romana, reuniu-se com o papa em Roma desde segunda-feira até quarta-feira para aquela que foi a sua 17ª reunião.
O único americano presente no grupo é o Cardinal Sean O’Malley, de Boston.
Burke disse que o Conselho dos Cardeais não falou sobre a carta polêmica de novembro emitida por quatro cardeais que desafiava a exortação apostólica sobre a família do Papa Francisco, Amoris Laetitia.
“O papa foi claro em que o Sínodo se pronunciou, que o Espírito se pronunciou”, disse o porta-voz, referindo-se às assembleias sinodais de 2014 e 2015 que levaram o pontífice a escrever o citado documento.
Burke falou também que, durante os encontros, os cardeais receberam atualizações dos dois novos dicastérios vaticanos que Francisco criou a partir da sugestão do grupo: o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, e o Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral.
O porta-voz disse que o Cardeal Kevin Farrell, do dicastério dedicado a leigos, família e a vida, enfatizou a importância do papel do laicato na Igreja e fez aos cardeais um “convite para reler” a carta que o papa escreveu sobre o assunto no começo do ano, carta endereçada ao Cardeal Marc Ouellet em seu papel de presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina.
Nela, emitida em abril, Francisco reafirmou claramente o direito de os leigos tomarem decisões em suas vidas, dizendo que os padres devem confiar que o Espírito Santo está trabalhando neles e que o Espírito “não é só ‘propriedade’ da hierarquia eclesial”.
O cardeal australiano George Pell, presidente da Secretaria para a Economia, também fez uma apresentação aos cardeais, assim como o fez O’Malley, que lidera a Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores.
Burke igualmente falou que o Conselho terminou agora as considerações sobre quatro departamentos vaticanos – a Congregação para a Doutrina da Fé, a Congregação para a Vida Religiosa, a Congregação para as Causas dos Santos e o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos – e que submeteu propostas sobre eles ao papa.
A próxima reunião do Conselho dos Cardeais está marcada para acontecer entre 13 e 15 de fevereiro.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Conselho de Cardeais discute papel dos leigos na Igreja - Instituto Humanitas Unisinos - IHU