O bispo de San Diego enfrenta Trump e promete uma “mobilização em massa” caso deportar os imigrantes

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05 Dezembro 2016

Em caso de deportações em massa, “mobilizações em massa” da Igreja. O bispo de San Diego, Robert McElroy, enfrentou Donald Trump, e qualificou o plano do presidente eleito dos Estados Unidos de expulsar mais de 10 milhões de imigrantes indocumentados como “um ato de injustiça que mancharia a nossa honra nacional”.

A reportagem é de Cameron Doody e publicada por Religión Digital, 02-12-2106. A tradução é de André Langer.

Falando, na semana passada, em uma conferência na Universidade de San Diego, o bispo comparou as já anunciadas deportações em massa do magnata republicano com as expropriações históricas de terras dos indígenas nos Estados Unidos ou com o encarceramento de soldados japoneses no país durante a Segunda Guerra Mundial. Uma grande injustiça social, disse, diante da qual os católicos não devem se calar.

“Para nós, é impensável que nos mantenhamos quietos enquanto 10% do nosso rebanho é arrancado de nós e deportado”, denunciou McElroy. “É igualmente impensável que nós, como Igreja, presenciemos a destruição da nossa acolhida histórica aos refugiados em um momento em que a necessidade de oferecer santuários aos refugiados está crescendo em todo o mundo”.

Perguntado depois de sua intervenção por quais medidas concretas a Igreja pode tomar a favor dos imigrantes sob a sombra das políticas propostas por Trump, o bispo de San Diego primeiro mostrou-se consciente do medo que muitos deles estão experimentando, inclusive afirmando que “Eu também tenho medo”.

Simpatizar com os imigrantes indocumentados, no entanto, não é suficiente para os católicos, e inclusive o medo que muitos deles sentem pode fazer parte do problema.

“Quando falamos com a comunidade de indocumentados”, disse McElroy, “não podemos dar uma falsa sensação de serenidade. A nossa única esperança é dizer que nos manteremos unidos”. Solidariedade com os imigrantes que pode passar, inclusive, pela conversão dos templos católicos em santuários, ou que os católicos utilizem estratégias dos movimentos históricos pelos direitos civis.

“Todos os passos da campanha pelos direitos civis terão que ser empregados no caso de ter de enfrentar uma deportação em massa que destruísse famílias”, asseverou McElroy, referindo-se às lutas de políticos como Martin Luther King ou sacerdotes como Maurice Ouellet pela igualdade dos afro-americanos no sul dos Estados Unidos durante as décadas de 50 e 60.

“Temos que ter a mesma energia, compromisso e agilidade que caracterizaram a oposição católica ao aborto ou à liberdade religiosa em anos recentes”, animou o prelado os participantes da conferência, antes de acentuar novamente que, dada a situação em que se puseram em marcha as políticas racistas de Trump, “a Igreja nunca pode estar de acordo ou colaborar com um mal tão grande em nossa sociedade”.

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