Colômbia. General é condenado a 30 anos de prisão por assassinato de candidato à presidência

Foto: Suprema Corte da Colômbia

Mais Lidos

  • A luta por território, principal bandeira dos povos indígenas na COP30, é a estratégia mais eficaz para a mitigação da crise ambiental, afirma o entrevistado

    COP30. Dois projetos em disputa: o da floresta que sustenta ou do capital que devora. Entrevista especial com Milton Felipe Pinheiro

    LER MAIS
  • "A ideologia da vergonha e o clero do Brasil": uma conversa com William Castilho Pereira

    LER MAIS
  • COP30 se torna a “COP da Verdade” ao escancarar quem atua contra o clima

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

Por: João Flores da Cunha | 02 Dezembro 2016

O general Miguel Maza Márquez foi condenado pela Suprema Corte da Colômbia a cumprir 30 anos de prisão por sua participação no assassinato, ocorrido em 1989, do candidato à presidência da Colômbia Luis Carlos Galán. Maza era o responsável pela segurança de Galán e facilitou o homicídio, que foi encomendado pelo narcotraficante Pablo Escobar, chefe do cartel de Medellín. A sentença foi emitida no dia 24-11.

Maza, general aposentado do Exército colombiano, era diretor do Departamento Administrativo de Segurança – DAS à época do crime, que ocorreu em meio a um evento de campanha de Galán na cidade de Soacha, próxima a Bogotá. Ele foi condenado pela Suprema Corte como coautor dos delitos de conluio para delinquir e de homicídio com fins terroristas.

O general fez parte do plano para assassinar o candidato à presidência, de acordo com a sentença. Ele enfraqueceu deliberadamente a segurança de Galán de modo a permitir que ele fosse morto. O chefe da segurança do político, apontado por Maza, permitiu que Galán realizasse um evento em uma praça pública, o que o transformou em um alvo fácil. Investigações revelaram que o crime foi resultado de uma ordem direta de Pablo Escobar, chefe do cartel de Medellín, em um acordo com paramilitares e um adversário político de Galán.

Maza foi considerado responsável ainda pelos assassinatos de um guarda-costas e de um vereador, que também morreram no atentado. O general já estava em prisão preventiva desde 2013.

Galán era o favorito para vencer a eleição presidencial de 1990. Ele sofreu inúmeras ameaças de morte por conta de sua linha-dura no combate ao tráfico. O político vinha denunciando o poder cada vez maior dos narcotraficantes no país, e defendia a extradição para os Estados Unidos dos barões da droga colombianos.

O homicídio do candidato ocorreu no auge da violência provocada pelo narcotráfico e por grupos paramilitares na Colômbia. Além de Galán, outros três aspirantes à presidência foram assassinados naquele ciclo eleitoral.

César Gaviria, que concorreu como herdeiro político de Galán, foi eleito e se viu obrigado a negociar com o cartel de Medellín. Ele promulgou uma nova constituição da Colômbia, que impediu a extradição de Pablo Escobar e de outros narcotraficantes.

O general ofereceu a versão de que a mudança na segurança teria sido pedida por Galán, o que estaria relacionado a uma mulher com quem o político estaria traindo sua esposa. A história foi rechaçada pela família de Galán. Não há pena perpétua na Colômbia, mas a pena de 30 anos dada a Maza praticamente o condena a passar seus últimos dias na cadeia. Ele tem 79 anos.

Leia mais: