26 Outubro 2016
A população da cidade de Porto Alegre conta agora com mais uma opção para a compra de alimentos saudáveis. No último dia 18 de outubro, assentados da reforma agrária de Nova Santa Rita inauguraram, junto a pequenos agricultores, a Feira de Orgânicos e Coloniais no estacionamento externo do Shopping Iguatemi, no bairro Passo de Areia.
A reportagem é de Catiana de Medeiros, publicada por Página do MST, 26-10-2016.
Distribuída em quatro bancas, a produção de hortifrutigranjeiros, cereais, processados e panifícios dos assentamentos Santa Rita de Cássia II, Itapuí, Sino e Capela estará disponível para compra todas as terças-feiras, das 10 às 16 horas. Conforme o sem terra Felipe Ristow Vodzik, um dos principais objetivos das famílias que participam da feira é divulgar os frutos da reforma agrária.
“Muitas pessoas que moram aqui não conhecem os alimentos da agricultura camponesa, porque só compram em super ou hipermercados. Mas nas feiras nós temos uma relação direta com o consumidor, ele conhece o que os nossos assentamentos estão produzindo”, diz Vodzik.
Para a produção de alimentos, as famílias assentadas de Nova Santa Rita recebem assistência da Cooperativa de Trabalho em Serviços Técnicos (Coptec). Segundo a assistente social Sandra Rodrigues, que acompanha os assentamentos do município, as feiras propiciam relações comerciais, renda aos produtores e preços baixos para os consumidores, contribuindo para que todos tenham acesso aos alimentos saudáveis e sem pagar caro por isso.
“Para que as famílias consigam permanecer no campo elas têm que ter renda. E é muito bom quando essa renda vem da produção de alimentos, que é uma das principais contribuições que os camponeses podem dar à sociedade. Queremos oportunizar às pessoas o acesso aos produtos livres de venenos e que elas compreendam a importância da reforma agrária popular não só para os agricultores, mas também para a cidade, pois se o campo não planta, a cidade não janta”, complementa Sandra.
As famílias que levam sua produção ao Shopping Iguatemi, um dos maiores da Capital, estão organizadas na Cooperativa dos Trabalhadores Assentados na Região de Porto Alegre (Cootap), que detém os grupos gestores das hortas e frutas e do arroz agroecológico. De acordo com Vodzik, um dos objetivos centrais da cooperativa é disseminar a produção 100% orgânica. “Trata-se de disponibilizar alimentos saudável aos consumidores, mas também aos agricultores, porque estes são quem mais sofrem e têm prejuízos quando utilizam agrotóxico”, acrescenta.
Neste segundo dia da feira, as famílias Sem Terra levaram para comercialização cenoura, beterraba, alho-poró, repolhos verde e roxo, vagem amarela, abobrinha, moranguinho, pêssego, sucos de laranja e tangerina, arroz branco, integral e parboilizado, alface, couve, chicória, tempero verde, entre outros alimentos. Todos são produzidos em áreas da reforma agrária e sem o uso de venenos.
Para as próximas semanas, Vodzik adianta que também estarão disponíveis na feira alimentos processados. Eles são preparados pelos Sem Terra em uma agroindústria vegetal, prevista para ser inaugurada neste mês de novembro no Assentamento Itapuí. “O consumidor não vai ter trabalho para preparar sua alimentação, vai ficar muito mais fácil”, garante.
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Alimentos orgânicos da reforma agrária começam a ser vendidos em shopping de Porto Alegre - Instituto Humanitas Unisinos - IHU