23 Setembro 2016
Um grande grupo de professores, patrocinado pela Universidade Católica da América, saiu em defesa da Humanae Vitae depois do manifesto assinado por mais de cem teólogos e especialistas propondo que a Igreja revogue a proibição do uso de anticoncepcionais e promulgue um “documento magisterial” que avalize seu uso.
A reportagem é de Cameron Doody e publicada por Religión Digital, 22-09-2016. A tradução é de André Langer.
Ao contrário, estes acadêmicos (590, segundo a instituição) qualificam de “verdadeiras e defensáveis sob muitas perspectivas” as doutrinas da Igreja sobre a sexualidade, o matrimônio e a regulação da natalidade apontadas na encíclica de Paulo VI.
Sua declaração, intitulada Afirmação do Ensino da Igreja sobre o Dom da Sexualidade, foi apresentada na terça-feira na Universidade Católica da América, em Washington. De acordo com os signatários da nova proclamação, ao negar que nem a lei natural nem as Escrituras oferecem base sólida alguma pela oposição da Igreja aos anticoncepcionais “a declaração do Wijngaards Institute deturpa seriamente a autêntica postura da Igreja católica”.
Confunde ainda mais ao situar o debate no terreno das leis biológicas quando, na verdade, do que trata a Humanae Vitae – principal documento teológico nesta temática e alvo das críticas dos acadêmicos do Wijngaards Institute – é das relações das pessoas consigo mesmas e com Deus.
O manifesto dos defensores da Humanae Vitae está para ser publicado na íntegra. Mesmo assim, os acadêmicos já publicaram uma série de 11 pontos que delineiam “a verdadeira base” da afirmação da Igreja de que os anticoncepcionais são incompatíveis com o plano de Deus para a sexualidade e as relações humanas. É por isso, sustenta, que “o ensinamento católico respeita a verdadeira dignidade da pessoa humana e conduz à felicidade”.
A essência do seu argumento é a reafirmação da reivindicação feita pela Humanae Vitae de que a inseparabilidade do “significado unitivo” e o “significado procriador” do ato sexual é uma verdade revelada. Entre as razões pelas quais os acadêmicos defendem esta postura, assinalam o fato de que “o dom do eu” no ato marital está figurado na Bíblia para refletir o dom de Deus ao criar o universo e entregar o seu Filho único. Este artigo de fé é inacessível à razão, assim como se apresenta, por exemplo, na “teologia do corpo” de João Paulo II. Os métodos de planejamento baseados na consciência da fertilidade da mulher respaldadas pela Igreja, têm, além disso, a vantagem de que “não custam nada”, virtualmente, e que “promovem o respeito pela mulher”.
O manifesto foi assinado por especialistas do porte do teólogo papal Wojciech Giertych ou dos autores estadunidenses de renome George Weigel e Scott Hahn.
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Teólogos conservadores lançam-se contra qualquer mudança na moral sexual da Igreja - Instituto Humanitas Unisinos - IHU