Por: Jonas | 15 Julho 2016
O cadáver da ativista Lesbia Yaneth foi encontrado no dia 6 de julho, uma quarta-feira, no aterro municipal de Marcala (La Paz, Honduras). Yaneth havia desaparecido na terça-feira, após sair de sua casa, de bicicleta, próximo das 17h. O corpo apresentava um traumatismo cranioencefálico aberto, produzido por um objeto cortante.
Fonte: https://goo.gl/s1W56T |
A reportagem é publicada por Diagonal, 11-07-2016. A tradução é do Cepat.
O assassinato de Yaneth é o segundo de uma ativista pelos direitos indígenas e da natureza que ocorre no país, em quatro meses, após o de Berta Cáceres, em início de março.
Assim como Cáceres, Yaneth fazia parte do Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas de Honduras (COPINH), como liderança indígena, opondo-se a um projeto hidrelétrico sobre o rio Chinacla, que passa por regiões indígenas lencas, no oeste de Honduras.
Em um comunicado, o COPINH responsabilizou “diretamente” pelo assassinato de Yaneth “o governo de Honduras, sob responsabilidade de Juan Orlando Hernández, as forças militares e policiais e todas as instituições governamentais que devem garantir a proteção de todas e todos os defensores de direitos humanos e dos bens comuns da natureza, assim como a senhora Gladys Aurora López, vice-presidente do Congresso Nacional, e seu esposo Arnold Castro por ser fonte permanente de ameaças e conflitos pela construção de projetos hidrelétricos no departamento de La Paz”.
O Conselho também destacou o caráter de “feminicídio político” do assassinato de Yaneth, por entender que se busca “calar as vozes das mulheres que com coragem e valentia defendem seus direitos contra o sistema patriarcal, racista e capitalista, que cada vez mais se aproxima da destruição de nosso planeta”.
Para Alejandro González, coordenador da ONG Amigos da Terra, os assassinatos de Cáceres e Yaneth provam que “Honduras é o país mais perigoso do mundo para ser ambientalista”.
González afirma que em apenas quatro meses foi repetido o mesmo padrão, no qual se conformam o assassinato de uma ativista, os interesses de uma hidrelétrica que opera em Honduras com capital estrangeiro e a conivência do governo. “O mais terrível é a sensação de impotência e impunidade. Após o assassinato de Cáceres houve uma forte resposta internacional que conseguiu prejudicar o projeto contra o qual ela lutava”, recorda González, que pede que se adote recursos potentes nas investigações.
Amigos da Terra exige da comunidade internacional a tomada de medidas para evitar “esta barbárie que, desde 2010, acabou com a vida de mais de uma centena de ativistas”.
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“Honduras é o país mais perigoso do mundo para ser ambientalista” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU