Por: André | 24 Fevereiro 2015
“Tomara que estejamos a tempo de evitar a mexicanização”. Em uma breve mensagem o Papa Francisco manifestou toda a sua angústia em relação ao avanço do narcotráfico na Argentina. Respondendo a uma mensagem de seu amigo e deputado por Buenos Aires, Gustavo Vera, Francisco reconheceu as dificuldades que o seu país atravessa em matéria de crime organizado e tráfico de drogas. E confessou que seus Exercícios Espirituais desta semana o ajudarão.
Fonte: http://bit.ly/1DNxh5C |
A reportagem é de Andrés Beltramo Álvarez e publicada no sítio Vatican Insider, 23-02-2015. A tradução é de André Langer.
“Vejo o teu trabalho incansável a todo vapor. Peço muito para que Deus te proteja, assim como os alamedenses. E tomara que estejamos a tempo de evitar a mexicanização. Estive falando com alguns bispos mexicanos e a coisa é de terror”, escreveu o Pontífice em um correio eletrônico dirigido ao líder da associação de luta contra o tráfico de pessoas La Alameda.
Postada no sábado passado, 21 de fevereiro, a mensagem faz referência ao retiro que o líder católico começou na tarde deste domingo 22. A este respeito assinalou: “Amanhã vou, durante uma semana, fazer os Exercícios Espirituais com a cúria romana. Uma semana de oração e meditação me fará bem. Desejo-te coisas boas. Saudações à tua mãe. E, por favor, não te esqueças de rezar por mim”.
Não é a primeira vez que o Papa se mostra atento a esta situação. Em 31 de março de 2013, recebeu a juíza federal argentina Zunilda Niremperger em uma audiência privada na Casa Santa Marta do Vaticano. Durante o encontro, que durou cerca de 40 minutos, ambos abordaram temas relacionados ao narcotráfico e ao tráfico de pessoas.
Nessa ocasião, Francisco mostrou interesse em conhecer a situação do tráfico de drogas no norte e no sul do seu país natal, especialmente nas Províncias do Chaco e Formosa. Além disso, manifestou seu apoio ao documento sobre o tema emitido pela 107ª Assembleia Plenária da Conferência dos Bispos da Argentina em 07 de novembro de 2013.
“A sociedade vive com dor e preocupação o crescimento do narcotráfico em nosso país. São muitos os que manifestam sua angústia em relação a esse flagelo. Comove-nos acompanhar as mães e os pais que já não sabem o que fazer com seus filhos drogados, a quem veem cada vez mais perto da morte. Ficamos sem palavras diante da dor de quem chora a perda de um filho por overdose ou violência vinculadas ao narcotráfico”, indicou esse texto.
Já nessa época os bispos temiam que as condições no país pudessem piorar rapidamente. Por isso advertiam: “A Argentina está correndo o risco de passar para uma situação de difícil retorno. Se os dirigentes políticos e sociais não tomarem medidas urgentes levará muito tempo e custará muito sangue erradicar estas máfias que foram ganhando cada vez mais espaço. É verdade que o desafio é enorme e o poder de corrupção e extorsão dos grupos criminosos é grande. Mas não é verdade que nada pode ser feito”.
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Argentina. O Papa pede para evitar a “mexicanização” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU