A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 13,33-37, que corresponde ao 1º Domingo do Tempo de Advento, ciclo B do Ano Litúrgico. O comentário é elaborado por Ana Maria Casarotti, Missionária de Cristo Ressuscitado.
“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: ‘Cuidado! Ficai atentos, porque não sabeis quando chegará o momento. É como um homem que, ao partir para o estrangeiro, deixou sua casa sob a responsabilidade de seus empregados, distribuindo a cada um sua tarefa. E mandou o porteiro ficar vigiando. Vigiai, portanto, porque não sabeis quando o dono da casa vem: à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer. Para que não suceda que, vindo de repente, ele vos encontre dormindo. O que vos digo, digo a todos: Vigiai!’” (Mc 13,33-37).
Neste domingo iniciamos o tempo do Advento, iniciando um novo tempo litúrgico. Durante quatro semanas a liturgia nos oferece textos, do Antigo e do Novo Testamento, que nos ajudam a preparar-nos, pessoal e comunitariamente, para o Natal.
No evangelho de Marcos, que lemos neste domingo, Jesus responde à pergunta dos seus discípulos sobre a vinda do Filho do Homem. Os cristãos do primeiro século tinham muitas expectativas quanto à vinda do Senhor, vivendo para sempre com ele e dele.
Em primeiro lugar, destacamos que Jesus alerta os seus discípulos dizendo-lhes: “Ficai atentos” e completa a frase dizendo “porque não sabeis quando chegará o momento”. Dada esta expressão, surge naturalmente a questão: Por quê? O que está acontecendo? Qual é o perigo que está à espreita?
Estar atento é uma atitude que temos continuamente, mas talvez não a reconheçamos. Em geral, reconhecemos quando acontece algo inesperado que quebra nossa rotina: uma viagem, um roubo, uma distração que tem consequências importantes. Acompanhamos esse momento com palavras como: “Estava distraído”, “Atento e vigilante ao sopro do Espírito”.
Neste domingo iniciamos o tempo do Advento, iniciando um novo tempo litúrgico. Durante quatro semanas a liturgia nos oferece textos, do Antigo e do Novo Testamento, que nos ajudam a preparar-nos, pessoal e comunitariamente, para o Natal.
No evangelho de Marcos que lemos neste domingo Jesus responde à pergunta dos seus discípulos sobre a vinda do Filho do Homem. Os cristãos do primeiro século tinham muitas expectativas quanto à vinda do Senhor, vivendo para sempre com ele e dele.
Em primeiro lugar, destacamos que Jesus alerta os seus discípulos dizendo para eles: “Ficai atentos” e completa a frase dizendo: “porque não sabeis quando chegará o momento”. Dada esta expressão, surge naturalmente a questão: Por quê? O que está acontecendo? Qual é o perigo que está à espreita? Não percebi, “olhei para o outro lado”.
Estar atento é uma parte intrínseca da vida quotidiana, mas, quando se torna rotina, corre-se o risco de perder essa atenção fundamental e a consequência pode ser importante.
Quando somos alertados sobre determinados produtos alimentares, prestamos mais atenção ao prazo de validade ou à sua composição. Se somos avisados que vai chover forte, tomamos as medidas necessárias para que isso não afete excessivamente as nossas vidas. Diante de uma possível ameaça de roubo, cuidamos mais dos nossos pertences e dos que estão ao nosso lado.
Jesus nos convida: “ficai atentos porque não sabeis quando chegará o momento”.
Em muitas ocasiões este texto é lido apenas na perspectiva da segunda vinda de Cristo. Embora possa ser a primeira razão para a sua escrita, hoje a sua palavra se espalha por todas as comunidades cristãs que recebem a sua mensagem.
Jesus nos convida a viver com atenção, ou seja, a não deixar que a habituação ou a rotina que prejudica a criatividade e a ousadia para o novo se tornem a bússola que orienta a nossa vida. Estar atento significa estar vigilante, ter os ouvidos abertos para escutar os novos sons do Espírito, ter os olhos vigilantes para encontrar no horizonte a nova presença do filho "voltando para a casa do pai" (Lc 15), despertando o seu sentido de cheirar assim quem sabe aproveitar as novas fragrâncias que se aproximam e desfrutar do seu aroma que nasce onde menos esperamos.
Estejamos atentos para que o toque do desconhecido reoriente nossos movimentos. Não nos deixemos satisfazer pelo imediato, pela comida habitual. O evangelho nos convida a ser insaciáveis, para que procuremos sempre iguarias suculentas e quando as temos ao nosso lado saibamos saboreá-las e curti-las com todas as suas novidades.
O texto nos convida assim a viver uma vida em movimento, a não nos habituarmos à rotina, a deixarmos os nossos sentidos sempre alertas e vigilantes para que saibamos descobrir a passagem de Deus na nossa vida e na vida daqueles que estão ao nosso lado. Chama-nos a ser uma comunidade vigilante. O perigo é o hábito, a rotina, perder a atenção ao que é essencial.
Neste ano, em que celebramos os dez anos da Evangelli Gaudium voltamos às palavras do Papa Francisco quando nos fala sobre evangelização: “uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os costumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se tornem um canal adequado para a evangelização do mundo atual mais do que à autopreservação” (n. 27).
Que estejamos atentos e vigilantes às novidades que o Espírito suscita em nossas vidas e ao nosso redor para nos deixarmos transformar por Ele.