16 Mai 2018
Foi consagrada a primeira Bispa de Londres na Catedral de St. Paul, no aniversário do direito de voto para as mulheres britânicas, o dia do aniversário de Florence Nightingale: duas datas não casuais
A reportagem é de Sara Tourn, publicada por Riforma, 14-05-2018. A tradução é de Luisa Rabolini.
Exatamente 105 anos atrás, em 7 de maio de 1913, em um dos momentos mais tensos da luta pelo direito de voto (concedido às mulheres britânicas exatamente cem anos atrás, em fevereiro de 1918) as sufragistas conspiraram para explodir com uma bomba-relógio o bispo anglicano de Londres, na Catedral de St. Paul. Naquele mesmo trono, no sábado, 12 de maio, foi consagrado o 133 ° Bispo, e a primeira Bispa, Sarah Mullally, que em seu sermão de posse pregou sobre o tema de ''ser subversivo por Cristo" e recordou aquele episódio significativo.
Nomeada em dezembro passado com o entusiasmo de muitos e a perplexidade de alguns, Mullally foi consagrada em uma cerimônia solene em uma data que para ela não foi casual. O dia 12 de maio é o Dia Internacional do enfermeiro, data de nascimento de Florence Nightingale, fundadora da moderna enfermagem (graças à experiência adquirida em particular durante a Guerra da Crimeia): um evento que se reporta aos trinta anos de experiência como enfermeira profissional de Sarah Mullally, reconhecida como Lady comandante do Império britânico em 2005 por sua contribuição para a enfermagem e obstetrícia, antes de dirigir-se para a carreira eclesial. Mas, como lembrava a própria Mullally, mais que duas carreiras distintas, ela as considera dois momentos da mesma vocação para "seguir Jesus Cristo, conhecê-lo e torná-lo conhecido, sempre tentando viver com compaixão ao serviço dos outros."
Primeira bispa a realizar uma cerimônia de ordenação de outros bispos (dos quais três eram mulheres), há dois anos, a mulher de 56 anos havia sido consagrada bispa de Crediton, tornando-se a quarta bispa da Igreja da Inglaterra (de acordo com a legislação formalmente adotada em 2014). Na época da sua indicação para Crediton, Mullally declarou ao Daily Telegraph a sua convicção de que não se deveria ficar obcecados com "os bancos vazios": "A Igreja deve levar muito a sério a mudança no pertencimento eclesiástico, reconhecendo que existem excelentes exemplos onde as igrejas estão envolvidas com pessoas, não com os bancos da igreja."
Em seu sermão de posse, Mullally fez referência aos desafios que a cidade precisa enfrentar em termos de criminalidade, e os escândalos ligados aos abusos sexuais dentro da Igreja, apelando a uma cultura que "desafie a submissão e o abuso de poder "e possa dar ouvido às vítimas de abuso. Mullally usou uma imagem muito forte, "Nós precisamos falar em nome de toda a cidade, trabalhar para desafiar a violência e o crime que leva as mães a ter que limpar o sangue de seus próprios filhos em nossas calçadas." Ela acrescentou: "Poderia haver uma imagem mais dura ou mais urgente para todos aqueles que amam esta cidade, que acreditam que possa ter um futuro melhor?".
O que a espera é um trabalho desafiador em uma diocese diferente das outras, porque aqui, em contratendência em relação ao declínio geral da Igreja da Inglaterra, as congregações estão crescendo, embora o panorama religioso permaneça em sua maioria conservador, com numerosas paróquias anglo-católicas e evangélicas.
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Aquela vez em que as sufragistas tentaram explodir o Bispo de Londres... - Instituto Humanitas Unisinos - IHU