24 Mai 2017
“Não se pode servir a Deus e ao dinheiro”, adverte o Evangelho, alertando contra a busca desenfreada de riqueza. Mas a Igreja da Inglaterra parece ter se saído muito bem: o seu fundo de investimento foi um dos mais lucrativos em 2016, com um ganho de mais de 17%. Nada de fundos de renda fixa ou de ações, seria possível dizer: convém confiar o dinheiro ao arcebispo de Canterbury, como se fosse uma espécie de Warren Buffet de batina.
A reportagem é de Luigi Ippolito, publicada por Corriere della Sera, 23-05-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O fundo da Igreja Anglicana, que tem um orçamento de mais de 8 bilhões e emprega 35 gestores, busca uma estratégia de investimento ativa, ao contrário da tendência atual de se limitar a replicar os índices da Bolsa. E a aposta valeu a pena: apenas a carteira de ações globais rendeu quase 33%, com o resto do desempenho devido aos mercados emergentes e às pequenas empresas estadunidenses.
Os rendimentos do fundo servem para cobrir os custos de manutenção das igrejas, para pagar os sacerdotes e as suas aposentadorias: no ano passado, ele contribuiu com cerca de 15% para o orçamento da Igreja Anglicana.
Mas, para os guardiões do espírito, lidar com o esterco do diabo é sempre uma coisa escorregadia: há alguns anos, o fundo tinha entrado em uma polêmica, porque se descobriu que ele investia em uma empresa de crédito nos limites da usura rotulada como “imoral” pelo próprio arcebispo de Canterbury. Mas, de todos os modos, diante de um retorno de 17%, pecunia non olet.
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Fundo de investimento da Igreja Anglicana, um dos mais lucrativos de 2016 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU