14 Abril 2018
O recife de corais da Amazônia foi descoberto em 2016 e segundo o Greenpeace, já nasce extinto
A reportagem é de William Costa, publicada por Portal da Amazônia, 10-04-2018.
Descoberto em 2016, o recife de corais da Amazônia, que fica na região do Amapá, tem chamado a atenção de ambientalistas, pesquisadores e protetores do bioma amazônico, não só pelo fato do achado em uma área considerada cientificamente improvável, mas também pelos impactos que já podem sofrer com a exploração petrolífera da região.
Para conhecer melhor a recente descoberta, o Greenpeace, organização que atua na defesa do meio ambiente, está desenvolvendo uma segunda expedição, que começou no dia 2 de abril e segue até o final do mês, com um grupo de pesquisadores a bordo do navio Esperanza.
No ano passado já foi percorrido os setores centrais e sul, e nesta expedição, o navio percorrerá o setor norte dos recifes, com pesquisadores que coletarão novas amostras para análises, já dentro do navio. Um sonar é usado para mapear os corais, uma câmera submarina para fazer o registro fotográfico, e com o robô submarino para coleta.
(Foto: Divulgação/Greenpeace)
Estão sendo coletadas esponjas, corais e rodolitos (algas calcárias), além de outras espécies que vivem no bioma. Também serão estudadas as correntes marítimas.
Thiago Almeida, especialista em Energia do Greenpeace, que também está embarcado, relata que a expedição tem o objetivo de entender melhor o recife de corais.
“Estamos na segunda expedição, e pretendemos aprofundar o conhecimento desse bioma único recém-revelado ao mundo, e já ameaçado pela industria petrolífera, que pretende explorar petróleo, ao lado dos corais”, disse.
Para Thiago, o grande desafio para que se manter os corais, é vencer a questão petrolífera que só aguarda a licença para exploração do petróleo na região, e isso leva à urgência de se discutir a questão.
“A licença para a Total explorar o petróleo na região pode sair a qualquer momento, e as empresas explorando lá, há o risco do vazamento, que pode atingir os corais. A própria Total fala em 30% de risco, mas esse número pode ser ainda maior, se levarmos em conta a forma como se dará a exploração”, disse.
Os recifes de corais são importantes para o combate das mudanças climáticas, do aquecimento global e manutenção da vida marinha, é o que Thiago Almeida afirma.
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Exploração petrolífera pode extinguir bioma único na Amazônia, diz ONG - Instituto Humanitas Unisinos - IHU