14 Março 2018
Representante de associação que denunciava crimes ambientais no Pará foi assassinato na madrugada de hoje, no município de Barcarena. Paulo Sérgio Almeida Nascimento, de 47 anos foi morto a tiros por um homem ainda não identificado. O crime ocorreu no Ramal Fazendinha, zona rural de Barcarena. Por volta de 3h da manhã, a vítima levantou para usar o banheiro, que fica no lado de fora da casa, quando foi alvejada pelos disparos.
A reportagem é publicada por Agência Brasil, 12-03-2018.
A vítima era ligada a movimento pela terra no distrito de Vila dos Cabanos, em Barcarena e era diretor da Associação dos Caboclos Indígenas e Quilombolas da Amazônia (Cainquiama) foi assassinado a tiros dentro de casa, em Barcarena. A entidade denunciava os possíveis crimes ambientais da empresa Hydro e questionava a autorização para construção das bacias de rejeito.
O Ministério Público do Pará informou que em janeiro deste ano recebeu denúncias de representantes da Associação. O grupo disse que estaria sofrendo ameaças por parte de policiais militares do município.
O Ministério Público do Pará notificou a Hydro Alunorte para que a empresa faça imediatamente, no prazo de até 48 horas, os procedimentos necessários para vedação de um canal não autorizado de despejos, descoberto semana passada.
A notificação foi entregue na sexta-feira (9), às 18h, durante reunião que avaliava o cumprimento das recomendações para evitar que novos vazamentos ocorressem na planta da empresa no município de Barcarena. O canal de despejo de rejeitos conhecido como “canal antigo” ou “canal reserva” foi descoberto após vistoria técnica realizada na semana passada.
De acordo com o MP, ele não teria licença ambiental e que se constituiria numa espécie de ‘bypass’, com a função de desviar parte dos efluentes que deveriam ser submetidos à tratamento na Estação de Tratamento de Efluentes da empresa e direcioná-los diretamente ao Rio Pará, sem qualquer tratamento. A empresa terá que vedar com concreto a comporta de lançamento de efluentes ao canal.
Procurados, a empresa ainda não se posicionou sobre a questão.
Ontem (12), Hydro Alunorte admitiu que liberou água da barragem de mineração no rio Pará em Barcarena, no estado paraense. Segundo a empresa, a liberação foi feita por causa do excesso de chuva na região.
A companhia informou que os resíduos liberados podem conter poeira de bauxita e vestígios de soda cústica, mas destacou que a água não esteve em contato com as áreas de depósito de resíduos de bauxita que é uma rocha usada como matéria-prima para a produção de alumínio.
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Líder de associação que denunciava crimes ambientais em Barcarena é assassinado - Instituto Humanitas Unisinos - IHU