27 Fevereiro 2018
No país escandinavo 90% das garrafas utilizadas são recicladas com o retorno para a loja. Um mecanismo testado com sucesso também na Alemanha.
A reportagem é de Andrea Tarquini, publicada por La Repubblica, 24-02-2018. A tradução é de Luisa Rabolini.
Como incentivar as pessoas a não comprar garrafas ou outros recipientes de plástico, ou, alternativamente, reciclá-las adequadamente devolvendo-as aos encarregados da reciclagem do plástico, evitando que acabem envenenando os oceanos e mares? O sistema já existe há anos nos países escandinavos e na Alemanha, funciona, e não causou protestos nem reclamações por parte dos consumidores. É chamado DRS, ou seja, a sigla em inglês para deposit-refund system (sistema de depósito-reembolso).
Vamos tomar o caso norueguês, para explicar como funciona. Qualquer cidadão quando adquire uma garrafa de coca-cola, água mineral ou qualquer outra bebida engarrafada em plástico, paga sobre o preço de venda da bebida um acréscimo, o equivalente a 12 centavos de euros para as garrafas pequenas, com capacidade máxima de meio litro, e cerca de 31 centavos para as garrafas maiores, de 750 ml, um litro, um litro e meio ou dois litros.
Mas não acaba aqui. O cidadão leva de volta a garrafa vazia de sua casa até a loja, a entrega no caixa ou mais frequentemente em máquinas automáticas que reconhecem cada tipo de garrafa, e recebe um recibo que confirma sua devolução para envio à reciclagem, e no caixa lhe é devolvido o valor correspondente às garrafas que ele retornou. Os resultados são excelentes, graças à introdução do sistema de deposit-refund system na Noruega, 96% das garrafas de plástico são devolvidas e recicladas.
Percentagens elevadas também se verificam na Dinamarca e na Alemanha, ou seja, cerca de 90 % do total das garrafas de plástico vendidas.
Menos eficientes são os resultados dos sistemas de reciclagem usando containeres de rua e similares no Reino Unido, onde é reciclado apenas o 57 % das garrafas de plástico, e ainda pior nos Estados Unidos da América: lá, na primeira potência econômica mundial, apenas 13 % de garrafas de plástico retorna ao processo de reciclagem. O restante é jogado no circuito normal de recolhimento de lixo. Com alto risco que acabe na água, envenenando justamente oceanos e mares e matando espécies raras.
As autoridades britânicas estão considerando seriamente, com anos de atraso em relação a escandinavos e alemães, a hipótese de introduzir o sistema de deposit refund system.
Ações similares estão sendo estudadas também na França, aonde o sistema DRS se vier a ser utilizado terá, obviamente, seu nome afrancesado: retour de la consigne. Como é bem notório, os cidadãos da Cinquième republique amam afrancesar tudo, da AIDS que é chamada de Sida, aos UFOs que se denominam Ovnis, e muitas outras siglas, porque as traduzem da língua global inglesa para o francês. Por exemplo, se você se deparar com uma sigla misteriosa francesa, Otan, saiba que é a tradução de NATO. Mas isso pouco importa, o que vale é difundir sistemas de reciclagem sérios e, depois chamá-los como quiser, mas salvar o meio ambiente do plástico.
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A receita norueguesa contra o desperdício de plástico: até 31 centavos por garrafa retornada - Instituto Humanitas Unisinos - IHU