13 Dezembro 2017
Sobre Lula
1) O plano de Lula é insistir na candidatura até o limite e tentar mantê-la sub judice;
2) A candidatura poderá ser cassada antes do pleito, o que obrigará à substituição por Jaques Wagner (o nome preferido de Lula);
3) Lula entende que a candidatura de Wagner terá peso eleitoral a partir da comoção que a sua cassação causará no seu eleitorado;
4) Há, ainda, a expectativa que a entrada em campo de Alckmin crie um conflito importante com a candidatura de Bolsonaro, aumentando a instabilidade no campo à direita.
Este é o plano. Apenas para responder às centenas de especulações sem pé nem cabeça que li por aqui.
Não se cale! Há 31 anos, Elie Wiesel Z'l entregou o seu notável discurso de aceitação do Nobel. Hoje, mais do que nunca, precisamos de sua sabedoria novamente. Assista aqui.
Pelo visto, a partir de agora só vale criticar determinadas afirmações de Lula, por exemplo, defendendo Sérgio Cabral, se a íntegra do discurso for reproduzida.
Haja falta de senso crítico.
Toda vez que se fala do Ciro ter sido fiador do neoliberalismo, alguém aponta que o livro dele na década de 90 com o Mangabeira Unger se afirmava "um passo seguinte" ao neoliberalismo. Citam o nome do livro ser "O próximo passo, uma alternativa ao neoliberalismo"(aliás, muitas edições sequer tinham esse nome, trocando as duas últimas palavras por "para o Brasil").
Bem, na década de 90, ser contra o neoliberalismo no discurso era bonito, era rebelde, era contestador. Todos se diziam. Agora, o que diz o livro sobre neoliberalismo de fato?
Se você ficar pelo livro do Ciro, neoliberalismo não era um fenômeno que tem seu laboratório na ditadura chilena na década de 70 e invade o mundo nas décadas de 80 e 90, se tornando o pensamento econômico hegemônico. Se você lê o livro do Ciro e apenas ele sobre o neoliberalismo, a impressão que tem é que é fenômeno exclusivamente brasileiro, iniciado no governo FHC (e não no período Collor).
A já citada ditadura chilena, segundo o livro, investiu fortemente em direitos sociais e foi um momento que o Estado incentivou ativamente a economia. Pinochet, o social-liberal desenvolvimentista, para fazer qualquer professor de história e qualquer chileno se arrepiar de raiva. De quebra, há um elogio rasgado ao Chile manter-se como exportador da agricultura e da extração mineral.
Tigres asiáticos na década de 80 não seriam, segundo o livro, neoliberais.
Por não-neoliberal, o livro entende quase tudo. Qualquer isenção tributária, qualquer mudança em qualquer tributação que desonere uma empresa, desconfigura neoliberalismo.
Aí, filhão, aí, fica fácil.
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