Argentina. A saudação do Papa às Mães da Praça de Maio

Mais Lidos

  • "A ideologia da vergonha e o clero do Brasil": uma conversa com William Castilho Pereira

    LER MAIS
  • O “non expedit” de Francisco: a prisão do “mito” e a vingança da história. Artigo de Thiago Gama

    LER MAIS
  • A luta por território, principal bandeira dos povos indígenas na COP30, é a estratégia mais eficaz para a mitigação da crise ambiental, afirma o entrevistado

    COP30. Dois projetos em disputa: o da floresta que sustenta ou do capital que devora. Entrevista especial com Milton Felipe Pinheiro

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

17 Outubro 2017

Um grupo de mulheres que representava as Mães da Praça de Maio participou de uma missa de canonização, na primeira fila, e, logo, elas foram cumprimentadas por Francisco. Conforme relatado pelo Página|12, o encontro havia sido organizado por Hebe de Bonafini e Bergoglio.

A reportagem foi publicada por Página/12, 16-10-2017. A tradução é de Henrique Denis Lucas.

"Foi um momento breve mas muito caloroso", contaram as participantes.

Como parte da celebração do Dia das Mães na Argentina e comemorações do quadragésimo aniversário das Mães da Praça de Maio, o Papa Francisco recebeu na manhã de ontem, no Vaticano, um grupo de mulheres que traziam lenços brancos em suas cabeças, em representação das Mães, como havia antecipado o Página|12.

As mulheres com seus lenços brancos estavam na primeira fila da canonização do "Beato Mateus Moreira e seus companheiros mártires", que foram assassinados em 1645 por soldados calvinistas holandeses na região do nordeste brasileiro.

Em princípio, as Mães haviam planejado realizar uma vigília na Praça de São Pedro para apresentar no Vaticano a luta da organização, num momento em que, nas palavras de Hebe de Bonafini, presidenta da Associação, elas estão "sofrendo uma perseguição".

Bonafini tinha escrito uma carta ao Papa para consultar-lhe se isto era possível. Um emissário de Francisco respondeu-lhe que sim, mas que haveria uma mudança de planos, dado que ontem seria celebrada uma cerimônia que implicava em algumas regras de segurança. Por isso, Bergoglio resolveu enviar um sacerdote para buscar o grupo de mulheres com lenços brancos para ingressá-las e situá-las na primeira fila da missa de canonização presidida pelo próprio Papa.

Assim, enquanto um grupo italiano de apoio às Mães se encontrava na Praça São Pedro, agrupadas sob um cartaz com os dizeres "Não passarão", com o qual as mães vêm fazendo referência às permanentes perseguições por parte do governo argentino, um emissário do Papa foi buscá-las e logo as conduziu até a cerimônia, onde a saudação do Papa se concretizou.

"Foi um momento breve mas muito caloroso, todos ficaram muito contentes", assegurou, após a saudação papal, Geneviéve Jeanningros, sobrinha de Leonie Henriette Duquet, uma freira francesa que, juntamente à Alice Domon, foi detida e desapareceu em dezembro de 1977, durante a ditadura militar.

Leia mais