“O projeto catalão é conservador e de direita”, afirma Thomas Piketty

Foto: David Tubau /Flickr CC

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02 Outubro 2017

“A política de austeridade da União Europeia é um fracasso grave”, afirma Thomas Piketty, economista, em entrevista publicada por Correio do Povo, 30-09-2017.

Segundo ele, Brexit e os projetos separatistas, como o caso da Catalunha, mostram a falha da União Europeia em administrar a crise financeira de 2008.

Eis a declaração de Piketty ao analisar o plebiscito catalão realizado no dia ontem:

“Eu desconfio dos regionalismos. Os movimentos separatistas da Catalunha e da Escócia poderiam ser positivos se mostrassem conteúdos políticos progressistas. O risco é que ser trate apenas de ricos tentando se livras dos mais pobres de um país. Muitos sonham em transformar a Catalunha num grande paraíso fiscal. O importante é desenvolver uma união europeia democrática com impostos comuns, taxações comuns sobre patrimônio e heranças, mecanismos de redistribuição de renda e riqueza, instrumentos de melhoria de vida para todos. O projeto catalão é conservador e de direita. Nada mais. O Brexit e esses projetos separatistas retomados resultam da falha de União Europeia em administrar a crise financeira de 2008. A França e a Alemanha são as grandes responsáveis pela situação de países como a Grécia e a Espanha. A política de austeridade é um fracasso grave”.

Na entrevista ele também analisa o governo Macron, na França:

Macron é demasiado conservador em economia. Cometeu um erro grave ao revogar o imposto sobre as grandes fortunas. O grande capital francês vai bem e agradece. Precisamos avançar em políticas de orçamento e impostos comuns. Macron nada apresentou de sólido até agora para ajudar a desenvolver uma Europa mais democrática. A Europa precisa de uma assembleia de representantes realmente efetiva e democrática capaz de tomar decisões e de implementar políticas solidárias. Antes de chegar a um imposto mundial comum sobre o patrimônio, temos de avançar nesse sentido na Europa com alguns países. Sou otimista, não utopista. Podemos ir além do Estado-Nação”.

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