Paul Tighe, o homem que transformou o Papa em tuiteiro

Paul Tighe. | Foto: reprodução Vimeo

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05 Setembro 2017

Na maleta do bispo Paul Tighe não pode faltar nunca seu iPad. “Virou minha televisão, meu rádio, meu despertador, mas, sobretudo minha Bíblia”, conta esse irlandês de 59 anos que foi convidado à ultima edição da Web Summit, a maior reunião sobre tecnologia do mundo, realizada em Lisboa.

A reportagem é de María Hervás, publicado por El País, 02-09-2017.

“Devo reconhecer que as plataformas móveis enriqueceram minha vida.” Tighe se confessa sentado numa espécie de cabine situada no meio de uma enorme sala de conferências. Atualmente, trabalha como secretário-adjunto do Conselho de Cultura do Vaticano e é um dos maiores especialistas em comunicação da Santa Sé. Tem traquejo nesse ambiente de millennials que triunfaram com seus negócios digitais. A palestra que ministrou de manhã contou com uma grande recepção. O tema: aproximar a mensagem de Deus através das redes sociais. “Adoro estar com as pessoas e compartilhar palavras de esperança, mas também não quero bombardear ninguém”, diz ele, vestido com um terno escuro e colarinho clerical, com um enorme crucifixo e a credencial do evento pendurados no pescoço. “Devemos entender este mundo para saber como nos conduzir nele.”

Sua facilidade para se conectar com os jovens vem de sua etapa como professor de teologia na Universidade de Dublin. “Adorava dar aula. De fato, não decidi me dedicar à comunicação”, diz. Em 2004, foi escolhido como diretor do escritório de meios de comunicação da diocese da capital irlandesa. Em 2007, recebeu um chamado de Roma. Bento XVI o nomeou secretário do Conselho de Comunicação Social do Vaticano. Em 2012, Tighe integrou a equipe que convenceu o então Papa sobre a importância de abrir uma conta no Twitter. Hoje, cinco anos depois, o papa Francisco supera os 35 milhões de seguidores nessa rede social. “Tínhamos que melhorar a comunicação do Santo Padre, torná-la mais direta e próxima. Claro que ele não pode responder a cada tuíte. As mensagens publicadas são retiradas dos discursos”, explica. “Mas o bom é que outras comunidades católicas podem ampliar a mensagem”, diz ele, entusiasmado, como se ainda estivesse no palco dando a conferência desta manhã.

Uma das tarefas que ele mais aprecia desde que chegou à “equipe do Vaticano” (como prefere chamar o Governo pontifício do qual faz parte) é a de viajar pelo mundo todo para ensinar aos diferentes corpos eclesiásticos a importância das redes sociais e a necessidade de adaptar a linguagem religiosa ao século XXI. Sua rede social favorita é o Skype. “Ele me permite conectar diretamente com as pessoas”, afirma. “Lembro como era difícil na Irlanda, há 30 anos, comunicar com Roma. Como não vamos valorizar essas vantagens divinas?” Só não domina tanto os telefones celulares. “Tenho um Samsung muito primitivo. Para as coisas mais modernas, já uso o iPad.”

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