Para especialista, governo tenta minimizar reação à mineração na Amazônia

Foto: Mácio Ferreira /AG. PARÁ

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

30 Agosto 2017

Rodrigo Medeiros, vice-presidente da ONG Conservação Internacional Brasil, diz que o recuo do governo Temer na questão da Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca) é uma tentativa de minimizar o problema a uma mera falha de comunicação. Para ele, a discussão sobre qual a melhor forma de se aproveitar os recursos da região é o que deve estar em pauta.

A entrevista é publicada por O Globo, 29-08-2017.

Eis a entrevista.

Como você avalia a decisão do governo de editar um novo decreto para extinguir a Renca?

Esse recuo do governo é uma forma de lidar com a questão como se fosse um mero problema de comunicação. Mas não é uma questão de comunicação. O foco da discussão deve ser que tipo de aproveitamento econômico queremos dessa região. Não houve esse debate com a sociedade.

Mas a intenção de abrir a atividade de mineração ao setor privado será restrita a 15% a 30% da Renca, segundo estimativas do setor mineral...

O problema também não se resume a uma questão de escala. O Amapá (no qual fica parte da Renca) é o estado que abriga a Floresta Amazônica com a maior parte do território protegido. Mais de 80% do estado são constituídos de unidades de conservação, ambientais ou indígenas. Foi uma escolha do estado.

Que tipo de ameaça a mineração pode representar às unidades de conservação?

O problema são quais as salvaguardas que vão acompanhar a atividade mineradora e se elas serão eficazes. Todo empreendimento econômico atrai outras atividades. É o vendedor da birosca, a prostituição, a migração de pessoas que pode afetar o entorno da floresta, fazer pressão sobre as unidades de conservação.

Que outras alternativas haveria para o desenvolvimento econômico da região?

É um debate que temos que fazer. Como queremos aproveitar os recursos? É um por meio de um manejo florestal, explorando a madeira? É por meio da mineração? Que outras atividades podemos ter lá? Dá forma como foi editado o decreto, a sociedade não está fazendo uma escolha. O jogo já está definido.

Leia mais