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América Latina, cinco séculos de lutas populares

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11 Agosto 2017

Uma marcha indígena que percorreu, durante dois meses, 600 km do território boliviano foi reprimida em setembro de 2011, mas finalmente chegou a La Paz. Pretendia parar a construção de uma estrada que dividia em dois o Território Indígena e Parque Nacional Isiboro Sécure. A construção da via de 305 km, entre os departamentos de Cochabamba e Beni, não contou com a consulta prévia às populações atingidas. Estas apontaram como pano de fundo da infraestrutura, entregue à construtora brasileira OAS, a extração de petróleo, de outros recursos naturais e a ampliação da fronteira agropecuária. As mobilizações forçaram o presidente Evo Morales a retroceder no megaprojeto.

A reportagem é de Enric Llopis, publicada por Rebelión, 10-08-2017. A tradução é do Cepat.

Em maio de 2006, aconteceu em São Paulo uma desaforada onda de violência, após a ofensiva de grupos de narcotraficantes. No entanto, a repressão por parte das forças de segurança e esquadrões paramilitares ultrapassou esses bandos, e cerceou a vida de 500 pessoas. Com quem a ação repressiva se enfureceu? Uma das fundadoras de Mães e Familiares das Vítimas de Violência da Baixada Santista ofereceu a chave do massacre: “O Estado brasileiro extermina os pobres e os negros das favelas”.

Há mais de uma década, na Argentina, também nasceu a experiência de organização popular “Parem de nos fumigar”, com um dos epicentros em Santa Fé. Esta província é, junto a Buenos Aires e Córdoba, uma das que mais se voltou ao cultivo da soja.

O jornalista e pesquisador uruguaio Raúl Zibechi reúne estes três exemplos, entre outros, no livro Latiendo resistencia. Mundos nuevos y guerras de despojo, publicado em 2016 pela Coordenação de Lutas contra a Precariedade - Baladre e Zambra Iniciativas Sociais. O ensaio de 210 páginas não aborda apenas uma pluralidade de lutas, mas o articulista de Brecha e La Jornada – na primeira parte do livro – também apresenta uma mudança na perspectiva.

Em uma entrevista realizada pelo coletivo Veredas Autónomas, Zibechi propõe um pensamento crítico não tão vinculado à tradição eurocêntrica, mas que finca raízes nas tradições singulares da América Latina; por exemplo, nos quilombos, caracóis, comunidades e cabildos. Nesse sentido, “o Quilombo dos Palmares durou mais anos que a União Soviética”, recorda Raúl Zibechi. Organizado em 1580 e encerrado em 1710, foi um território livre promovido no Brasil por escravos negros, fugitivos e seus descendentes. Não se trata de uma questão menor, já que apesar de terem sofrido assassinatos massivos, tanto os quilombos, como os palenques e as rebeliões indígenas desempenharam um papel capital na derrota dos impérios espanhol e português.

Neste ponto, Zibechi torna visível uma das significativas contradições da esquerda. Torna-se visível uma parte do passado, ao passo que se silencia outra. A esquerda celebra, porque os considera próprios, “milicos que se limitaram a continuar a tarefa exterminadora dos conquistadores”. Suas figuras são exibidas em muitas das praças da América Latina. Os ensaios deste jornalista militante, e que está há três décadas percorrendo o continente acompanhando os movimentos populares, supõem uma pancada no pensamento adormecido e na anestesia burocrática.

Autor de livros como Descolonizar al resistencia, Política y miseria e Territórios em resistência, antepõe a ética (“que amarra palavras e formas de vida”) a manifestos e discursos, “que em muitos casos os levam as urnas”. E este profundo sentido ético o leva a valorizar, como duas grandes revoluções, o movimento zapatista e a Comuna de Paris (“uma criação heroica dos operários”). Não é por acaso que o “mandar obedecendo” do movimento zapatista se estenda, de maneira fluida e por empatia natural, entre povos como o mapuche ou aimará da Bolívia.

Precisamente, sua estadia na “escolinha” zapatista fez Zibechi assumir grandes lições. Entre outras, que para transformar o mundo não é necessário tomar o poder do estado; e que não existe a reflexão teórica à margem da prática. “Não é a mesma coisa refletir em um escritório cercado de livros, com ar-condicionado e cômodas cadeiras, que após dormir sobre uma tábua/cama; ou fazer isto no café coletivo, após um dia lidando com o gado”. Pode ser que isto já se saiba na teoria, mas, afirma o jornalista, “sem sentir na alma e no corpo”. Por outro lado, mais que se centrar em arquétipos, fósseis de sujeitos revolucionários extraídos dos manuais, Raúl Zibechi prefere se referir à extraordinária heterogeneidade dos “debaixo”, entre os quais inclui marinheiros, camponeses sem terra, delinquentes, bêbados, negros, mestiços, prostitutas, brancos, deficientes e doentes. Além do mais, foi uma multiplicidade de sujeitos que se rebelaram contra os amos durante a época do escravismo.

Em Latiendo resistencia, Zibechi defende a descolonização do pensamento crítico. E, para isso, apresenta como exemplo a ideia de Autonomia. A tradição europeia bebe da autogestão operária das fábricas e de autores como Pannekoek (“Os conselhos operários”); como também de Castoriadis e o coletivo Socialismo ou Barbárie, que coloca a ênfase na capacidade do indivíduo e das massas para reger a vida. A história da autonomia operária na Europa se apoia em uma sucessão muito conhecida de experiências: os sovietes da Revolução Russa (1905 e 1917); os conselhos fabris na Itália (1919) e Alemanha (1918); a Barcelona autogerida de 1936 ou maio de 1968, na França.

Segundo Zibechi, “na América Latina estamos diante de outra genealogia”. Esta inclui não só a autonomia zapatista, o levante aimará do ano 2000, na Bolívia, a Assembleia dos Povos de Oaxaca ou os assentamentos dos “sem terra” no Brasil; mas também ao líder indígena Túpac Amaru, que liderou, em 1780, as revoltas no Vice-Reino Rio da Prata e o Peru, durante o Império Espanhol. Derrotado, a cabeça de Túpac Amaru foi exibida na ponta de uma lança. O caudilho inca Túpac Katari, rei dos aimarás, não teve destino melhor, após sitiar La Paz, em fins do século XVIII, com dezenas de milhares de seguidores.

Esta raiz latino-americana – que não é ilustrada, nem racionalista e nem se concretiza, como no Ocidente, em direitos humanos e cidadania – poderia continuar com Zapata e Pancho Villa, Haiti (após 1804), os escravos deportados da África e os quilombos, palenques e quilombolas. “Todas estas lutas foram esmagadas a sangue e fogo”, resume o pesquisador uruguaio. Expressões atuais desta tradição, explica o autor de Política y miseria, são as Juntas do Bom Governo zapatista, a autonomia mapuche ou os Cabildos Nasa do Cauca. Uma de suas características é que abordam a vida de modo integral, da agricultura ao modo de fazer justiça. São as raízes que distinguem a social-democracia, marxismo e anarquismo, derivados da razão ilustrada europeia, do Sumak Kawsay (Bem Viver) e o Sumak Qamaña (Viver Bem), dos quíchuas, no Equador, e os aimarás e quéchuas, na Bolívia.

Outra das diferenças em relação à Europa é que na América Latina determinados grupos foram relegados diretamente à zona do “não-Ser”: ali onde a vida não é levada em consideração. O sociólogo peruano Aníbal Quijano destacou a construção dos estados nacionais na América Latina a partir da noção de raça e a ideia de colonialidade do poder. Outra distinção a respeito da velha metrópole está em que, na América Latina, o massacre é o modo de proceder habitual. “Só a cor da pele explica o diferente tratamento que tiveram Túpac Amaru e Túpac Katari, assim como todos os índios, negros e mestiços”.

Zibechi estende ao presente a ideia de massacre: a associação Mães de Maio apurou 25 chacinas no Brasil, entre 1990 e 2012, cujas vítimas principais foram negros/jovens/pobres das favelas. Poderiam ser citados uma miríade de exemplos, em diferentes países e períodos. Um dos citados por Zibechi é a matança de 3.600 mineiros em greve, no ano de 1907, em Santa Maria de Iquique (Chile). “É o modo de advertir aos debaixo que não devem sair do lugar designado”, arremata o escritor uruguaio.

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